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Desde 1968 - Ano 56

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Família Fuziy comemora cinco décadas em Dourados: ‘chão abençoado por Deus’

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O empresário Antonio Fuziy chegou em Dourados em 16 de fevereiro de 1977. O objetivo foi fazer uma viagem de reconhecimento, vindo do interior de São Paulo, em um fusca, com um amigo. A esposa e os filhos o seguiram meses depois, já com a decisão de instalar moradia.

A decisão foi acertada, segundo Antonio Fuziy, tanto que a família cresceu e construiu uma história de sucesso, com empreendimentos principalmente no ramo imobiliário. A chegada dos pais (oriundos do Japão), a decisão de se instalar em Dourados, o envolvimento com a filantropia, entre outros relatos, estão registrados no livro “Minha história em Dourados”, publicado pela Folha de Dourados e 2mil Marketing Digital (à venda na Livraria Canto das Letras – Avenida Weimar Gonçalves Torres, 2440, centro – Dourados MS).

Leia, a seguir, trechos do livro que narra essa trajetória:

História que começou no Japão

Meus pais, Katuo Fuziy e Yuki Fuziy, chegaram ao Brasil em 1917, recém-casados. Desembarcaram no Porto de Santos, depois de viajar de navio por setenta e nove dias.

Nasci em 3 de março de 1937, na Fazenda Santo Antônio, no Distrito de Jurucê, município de Jardinópolis – SP, onde vivi até os nove anos. Em meados de 1947, nós nos mudamos para Barrinha – SP, que fica a setenta quilômetros de Ribeirão Preto – SP. Fomos morar no sítio do Sr. João Sumi.  

Para frequentar o segundo semestre do terceiro ano e o quarto ano, em Pitangueiras – SP, eu viajava de trem da Paulista; tomava o trem na Barrinha e passava por duas estações. De casa até Barrinha caminhava quarenta minutos, cerca de sete quilômetros, a pé. Retornava por volta das 14 h; almoçava e já iniciava a lida diária: cortar capim, descascar milho no paiol, puxar água do poço para dar aos animais e aguar a horta da minha mãe.

Nessa época adquirimos um sítio em Cravinhos – SP, na Fazenda das Flores, onde trabalhava toda a família. Os recursos eram poucos e os equipamentos, de tração animal. E foi na base do enxadão e do machado, com trabalho duro e suado, que destocamos uma grande área para plantio de arroz, milho, amendoim, mamona e tomate. Ali, batalhei até os vinte anos de idade.

De Cravinhos, fomos para Ribeirão Preto. Foi a primeira vez que tivemos o conforto da energia elétrica. Até então, tinha sido somente lamparina. Lá, comecei a trabalhar no setor de bar e restaurante, no de mercearia (secos e molhados) e no de atacado. Nos anos 70, entrei no ramo de venda de cereais.

O casamento e os filhos

Eu e a Maria Luiza nos conhecemos em 1965, em uma festa, gincana (undokai), em Ribeirão Preto. O casamento ocorreu em 19 de janeiro de 1969. Saímos em viagem de lua de mel e, por coincidência, foi a primeira vez que tiramos férias, pois tanto ela quanto eu, até então, não tínhamos feito outra coisa a não ser trabalhar.

Nossos três filhos nasceram em Ribeirão Preto. O primeiro, o Marcelo, nasceu em 15 de janeiro de 1970; é formado em Administração de Empresas pela Fundação Getúlio Vargas. A Alessandra veio ao mundo em 19 de abril de 1972; formou-se em Arquitetura, na Universidade Mackenzie, de São Paulo. Em 18 de junho de 1973 nasceu o Fernando. Ele cursou Agronomia na Universidade Estadual de Londrina (UEL).

Conhecendo Dourados  

Nos anos 70, recebi uma proposta da Ração Dutra, de Guarulhos – SP, para fazer compras de milho, destinado à produção de ração. E, como eles pagavam uma comissão de valor considerável apenas para pessoas jurídicas, precisei constituir uma empresa.

Foi aí que abri a CORPAL, nome formado pelas iniciais de Comércio e Representações de Produtos Agrícolas Ltda. Então, passei a trabalhar com compra e venda de cereais. Considerando que a disponibilidade de cereais estava diminuindo, tive de fazer busca em outras regiões que tivessem bom volume de produção. Assim, fiz uma pesquisa e concluí que Dourados seria esse lugar. Vislumbrei ainda que aqui seria um ótimo local para iniciar nova vida, e não me enganei.

CORPAL: um novo começo

Eu tinha um amigo de nome Adir Duarte de Oliveira, que estava à procura de emprego, e o convidei para fazer uma pesquisa em Dourados. O Adir veio e fez os levantamentos em janeiro de 1977; os dados nos animaram a abrir uma filial em Dourados.

No dia 15 de fevereiro, entre as 14h e 15 h, embarcamos num Fusca com destino a Dourados, onde chegamos no dia seguinte, por volta das 10 h. Foi uma viagem longa e cansativa, mas digo que valeu todo o sacrifício, pois aqui me realizei, e, neste pedaço de chão, abençoado por Deus, estou há quarenta e seis anos.

Em Dourados, além de atuar com compras de cereais, passamos a atuar na área de agricultura e pecuária. Comecei a investir em cidades da região (Maracaju, Sidrolândia e Rio Brilhante), e, pelas distâncias que tinha de percorrer, até me tornei piloto de avião. Isso deu maior agilidade à parte administrativa, porque na época as estradas eram de chão e ainda muito malconservadas.

Viajando de aeronave, eu fazia, em apenas três horas, trajetos que antes demorava o dia inteiro para percorrer. Assim, eu conseguia resolver os problemas em locais distantes e ainda tinha tempo para desenvolver outras atividades.

No ano de 1999, decidimos criar uma incorporadora e construtora. Em 2008, lançamos o primeiro loteamento, denominado Alto do Monte Alegre, que foi um verdadeiro sucesso. Entusiasmados, decidimos trabalhar firme nesse ramo de atividade, ao lado das demais atividades que abraçamos, desde a nossa chegada a Dourados.

Aprendizado na Cristandade

Em 2012, fui convidado para fazer o Cursilho de Cristandade, um retiro da Igreja Católica; ali comecei a me envolver com a filantropia.  Uma das primeiras instituições que visitei foi o Asilo da Velhice Desamparada, onde conheci a dona “Loca”.

Quando ali estive, em uma data próxima do final do ano, dona “Loca” me perguntou se eu poderia fazer e servir o almoço no dia do Natal, proposta que aceitei de imediato; fizemos isso durante vinte anos. Tal ação se estendeu também para o domingo de Páscoa, com a participação da esposa e dos filhos.

Certo dia, dona “Loca” me pediu para eu ver, com outros empresários, se a gente conseguiria fazer um pequeno hospital para atender os idosos. E falando com a dona Helena Uemura, pessoa caridosa, de pronto ela aceitou. Então, construímos um ambulatório, que ajudou muito no atendimento aos velhinhos.

Na Casa da Divina Providência, administrada pela dona Rosalina (falecida em 2012), no Natal e no domingo de Páscoa também fazíamos a comida, preparávamos a bebida e os presentes. E ela, com muito amor, servia a bebida e distribuía os presentes.

Por essa época também visitei a Creche Lar André Luiz, que tinha a dona Josefina Capilé e o senhor Flamarion como responsáveis. A pedido de dona Josefina, mandei construir, nos fundos do terreno, uma cozinha ampla e uma sala de aula. Durante dezesseis anos, contribuí financeiramente com a entidade, ajudando na sua manutenção.

Em 1980, tornei-me coordenador do Movimento de Cursilho, quando começamos a alimentar o sonho de ter uma sede. Em junho de 2013, durante encontro que fizemos em Caarapó, lancei a ideia e fiz a doação do terreno. Realizamos um bingo e uma rifa que tiveram um saldo líquido de aproximadamente R$ 400 mil. No dia 19 de outubro de 2014, lançamos a pedra fundamental e iniciamos a obra, cuja casa funciona há uns cinco anos.

O Instituto Fuziy

Em 2010, minha filha Alessandra visitou um instituto, denominado Comunidade Crescer (CDI), em Goiânia, que trabalhava com crianças, ministrando vários cursos voltados à promoção da cidadania dos mais carentes. Ela montou um projeto com as mesmas características para lidar com crianças em Dourados e também aprender e ganhar experiência nesse tipo de atuação.

Com esse objetivo, em 31 de janeiro de 2011, alugamos uma pequena casa no Jardim Canaã IV. Compramos doze computadores e outros materiais necessários. Inclusive montamos uma cozinha para fornecer lanches aos alunos. Logo teve início o curso de informática, que foi um sucesso.

Os trabalhos funcionaram ali durante três anos, até mudarmos, em 4 de maio de 2014, para uma chácara bem ampla, situada na rua Ramão Osório, 485, na Vila São Brás. A entidade passou a ser denominada Instituto Fuziy, ofertando, atualmente, vários cursos (informática, balé, taekwondo, capoeira, jovem aprendiz, música, violão, canto coral, corte e costura, artesanato, culinária, bordados, pintura em tecido, fabricação e pintura de fraldas), atendendo cerca de 350 crianças.

No Instituto também são desenvolvidas atividades na área de assistência social, como a do Serviço de Convivência e Fortalecimento de Vínculos (SCFV). Tendo em vista que hoje em dia tudo precisa ser agendado, ali são marcados atendimentos em órgãos públicos para as pessoas que precisam tirar documentos, como título de eleitor, identidade; efetuar procedimentos no INSS e até mesmo consultas na UPA e em outras unidades de saúde. Também são ministradas, ali, aulas de psicologia, em parceria com a Universidade Federal da Grande Dourados (UFGD). Esse serviço já beneficiou mais de cinco mil pessoas.

Família Fuziy comemora cinco décadas em Dourados: 'chão abençoado por Deus'

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Adquira seu exemplar na Livraria Cantos das Letras, rua Weimar Gonçalves Torres, 2440, centro – Dourados MS

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