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Névoa de fumaça em cidades de MS têm ar 25 vezes mais poluído que o recomendado

A qualidade do ar em várias cidades de Mato Grosso do Sul tem piorado diariamente. A condição insalubre no estado é causada pelo acúmulo de queimadas na Bolívia, Paraguai, Pantanal e região Norte do Brasil. Moradores de vários municípios têm convivido há pelo menos uma semana com uma densa névoa vinda dos incêndios. 

Em Corumbá, cidade conhecida como “Capital do Pantanal”, o ar está cerca de 25 vezes mais poluído que o recomendado pela Organização Mundial de Saúde (OMS). Os dados são monitorados pela empresa suíça IQAir. A situação deve piorar neste sábado (14). A previsão de alívio gradual é para domingo (15). 

Entre quarta e quinta-feira (11 e 12), das 79 cidades do estado, 32 registraram focos de incêndios nas últimas 48 horas. Ao todo, o estado tinha 454 pontos de calor ativos nas últimas 48 horas. No começo desta semana, todo o estado ficou encoberto pelas fumaças dos incêndios.

Qualidade do ar ‘muito insalubre’

Em Mato Grosso do Sul, a empresa suíça IQAir monitora a qualidade do ar de seis diferentes cidades. Do total, apenas Aparecida do Taboado está em uma situação menos pior. A cidade tem registrado ar “insalubre para grupos sensíveis”. Veja como está a situação nas outras cidades:

  • Campo Grande: Ar está insalubre, quase 20 vezes mais poluído do que o recomendado pela OMS;
  • Costa Rica: Ar está insalubre, quase 21 vezes mais poluído do que o recomendado pela OMS;
  • Dourados: Ar está insalubre, 19 vezes mais poluído do que o recomendado pela OMS;
  • Ponta Porã: Ar está insalubre, quase 19 vezes mais poluído do que o recomendado pela OMS;
  • Corumbá: Ar está insalubre, 25 vezes mais poluído do que o recomendado pela OMS.

A IQAir monitora a qualidade do ar em várias cidades do mundo por satélite. O estudo mede a concentração de partículas poluentes no ar. Essas partículas são oriundas de várias fontes, como queimas de combustíveis, queimadas e incêndios florestais. Em períodos de seca, há maior inserção de poluentes na camada baixa da atmosfera.

Em Corumbá, cidade com o pior nível no estado, os dados mostram que a concentração dessas partículas no ar está em 128,8µg/m³. O recomendado pela OMS é que a concentração fique entre 5 e 15µg/m³.

Aulas são suspensas em Corumbá

Moradores de Corumbá e Ladário enfrentam problemas de saúde ocasionados pela fumaça que cobrem as cidades. A população incorporou ao dia a dia o uso de máscaras seguindo as orientações das autoridades dos municípios. A secretaria de Educação (SED) do estado suspendeu as aulas de sexta-feira (13).

Cercados pelos incêndios, os moradores de Corumbá e Ladário já enfrentam uma série de problemas de saúde por causa da fumaça que cobre a cidade: dificuldade para respirar e falar, garganta seca e ardência nos olhos são alguns deles.

Caetano, Kátia e Marli relatam como estão lidando com a fumaça — Foto: TV Morena/Reprodução
Caetano, Kátia e Marli relatam como estão lidando com a fumaça — Foto: TV Morena/Reprodução

“O clima aqui está bem difícil de aguentar, sem a máscara, na verdade. A gente já está sentindo um incômodo, um peso na respiração, e tentando usar máscara para dar uma amenizada”, relata o designer gráfico, Caetano Correia.

As crianças estão entre as principais vítimas da fumaça nas duas cidades. “Eu tenho duas pessoas da mesma família que ficaram muito ruins. Tenho um neto que está mal, não está nem indo para a escola por causa da fumaça”, disse a autônoma Marli Monastério. Ela contou que o neto teve de ser levado para uma Unidade de Pronto Atendimento (UPA) em decorrência da piora dos sintomas da rinite e sinusite.

A situação fez com que a secretaria de Saúde de Corumbá emitisse orientações para a permanência dos alunos nas escolas municipais. Entre as medidas estão: manter salas fechadas, incentivar a hidratação constante e evitar atividades em ambientes externos.

Cuidados com a saúde

Os especialistas da Climatempo elencaram algumas recomendações para saúde diante do cenário insalubre de qualidade de ar. Veja as orientações abaixo:

  • Evitar o uso de fogo: não queimar lixo, pastagens ou realizar qualquer tipo de queimada, pois o risco de o fogo se espalhar é elevado;
  • Alertas de evacuação: ficar atento aos alertas de evacuação em áreas próximas a incêndios, principalmente em regiões rurais ou de vegetação densa;
  • Proteger a saúde: em caso de grande quantidade de fumaça no ar, evitar atividades físicas ao ar livre e usar máscaras N95 ou PFF2 para proteger o sistema respiratório. Crianças, idosos e pessoas com problemas respiratórios são os mais vulneráveis;
  • Reportar focos de incêndio: avisar as autoridades imediatamente ao avistar focos de incêndio ou colunas de fumaça;
  • Manter a hidratação: devido ao tempo seco e à baixa umidade, beber bastante água é fundamental para evitar desidratação;
  • Cuidado com objetos inflamáveis: não descartar cigarros acesos ou outros objetos que possam provocar ignição em áreas secas.

(Com informações do g1)

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