Desde 1968 - Ano 56

23.1 C
Dourados

Desde 1968 - Ano 56

InícioEsporteOlimpíada de Paris: logística, investimentos e expectativas para os Jogos

Olimpíada de Paris: logística, investimentos e expectativas para os Jogos

- Advertisement -

A Olimpíada de Paris, que começa no dia 26 de julho, pode ser a maior participação brasileira na história dos Jogos Olímpicos. Em Tóquio (2021), o Brasil bateu recorde de medalhas e atingiu sua melhor colocação no quadro de medalhas, e a expectativa para o evento deste ano é ainda maior.

Desde 2022 os atletas brasileiros estão obtendo suas vagas para a disputa na capital francesa. Já são mais de 180 atletas brasileiros confirmados na competição, mas esse número deve aumentar  até o inicio dos Jogos.

Na Olimpíada de Tóquio a delegação brasileira terminou sua participação com 21 medalhas, com 7 ouros, 6 pratas e 8 bronzes. Atletas como Rebecca Andrade, Ítalo Ferreira, Ana Marcela Cunha, Isaquias Queiroz, Raissa Leal, entre outros, foram grandes destaques do país no torneio, trazendo, inclusive, medalhas inéditas para a delegação.

A expectativa do torcedor é de que os medalhistas em Tóquio se mantenham no pódio olímpico, mas também podemos ter novas surpresas.

Para entender melhor o cenário do Brasil para a próxima Olimpíada, a IstoÉ conversou com Rogério Sampaio, campeão olímpico no judô em Barcelona (1992) e Diretor Geral do Comitê Olímpico Brasileiro (COB), que conversou sobre as expectativas, preparação e a logística desenvolvida para a delegação brasileira.

Logística para Paris

Uma das principais etapas para chegar bem em um evento tão grande como uma Olimpíada é a logística: escolha de sedes da delegação, passagens aéreas, hotéis, transporte de materiais e equipamentos, deslocamento até os eventos, entre outros.

Segundo Rogério, o trabalho logístico que é feito pelo COB é um aspecto fundamental para o crescimento do desempenho do Brasil nos últimos Jogos e vem sendo trabalhado há anos visando a próxima Olimpíada.

“A logística começou em 2019, quando nós começamos a fazer as primeiras visitas a Paris, entender quais os locais que nós poderíamos utilizar para atender com vários serviços os nossos atletas, serviços de fisioterapia, de massoterapia, saúde mental, locais que eles pudessem também treinar durante os Jogos Olímpicos”, explicou.

A escolha da base principal do Brasil nas Olímpiadas foi pela cidade de Saint-Ouen, localizada a 6km do centro de Paris. O Brasil terá à disposição três espaços: o Château Saint-Ouen, o Ginásio das Docas e Serra Wangari, que servirão de locais para apoio, treinamento, recuperação, alimentação e recebimento dos familiares.

Em Tóquio, devido a pandemia da Covid-19, todos os atletas e comissões tiveram que se alojar na Vila Olímpica da cidade, algo que será diferente na Olimpíada de Paris. 

“Nós entendemos que a Vila Olímpica oferece muitos serviços para o próprio treinamento do atleta, mas geralmente são locais compartilhados. Nós não temos a privacidade que muitas vezes nós queremos. Nós temos um tempo limitado de utilização dos locais de treinamento, então nós buscamos desde 2019 locais que pudessem nos dar essa privacidade e esse tempo ilimitado”, acrescentou.

Dessa forma, a logística montada para a delegação já esta definida. “Nós já estamos finalizando a organização, todos os serviços já estão planejados, contratados e os containers já estão em um transporte que chegará lá provavelmente 45 dias antes. Tá tudo organizado”, complementou Rogério. 

Como é feito o investimento para os Jogos

Uma logística tão detalhada para a preparação da delegação brasileira requer um alto investimento. Para permanecer nas instalações da cidade de Saint-Ouen, por exemplo, o COB fechou parceria com a prefeitura da cidade, dividindo os custos da base brasileira.  O valor total foi de 400 mil euros (aproximadamente R$2,1 milhões na cotação atual), sendo que o COB custeou 200 mil euros para utilização do espaço durante os Jogos.

Outros custos são necessários para a ida e permanência da delegação brasileira nos Jogos, além dos gastos que envolvem o período pré-olímpico. “É um valor que a gente vem contratando desde 2019. Mas, principalmente, os gastos que foram desembolsados em 2022, 23, 24 é de aproximadamente 52 milhões de reais”.

Além dos custos logísticos e operacionais, o COB também investe em premiação para os atletas medalhistas, de acordo com o posicionamento no pódio. Em Tóquio, o COB distribuiu 4,6 milhões de reais em bônus. Para Paris, os valores de premiação são ainda maiores e serão organizados dessa maneira:

Individual

Ouro – R$ 350 mil

Prata – R$ 210 mil

Bronze – R$ 140 mil

Grupo (2 a 6 atletas)

Ouro – R$ 700 mil

Prata – R$ 420 mil

Bronze – R$ 280 mil

Coletivo (a partir de 7 atletas)

Ouro – R$ 1.050.000 

Prata – R$ 630 mil

Bronze – R$ 420 mil

O valor das premiações não está incluso nos 52 milhões gastos com logística e operação para a Olimpíada. “ A premiação não está nesse valor porque a premiação não entra no investimento da participação dos atletas. O pagamento é feito pelo COB, mas o recurso vem dos patrocinadores que nós temos”, explicou Rogério.

O prêmio total destinado aos atletas vencedores em Paris poderá ser o maior da história, superando os valores distribuídos em Tóquio. Segundo Rogério, o número de patrocinadores do COB subiu de 6 para 20 durante esse ciclo Olímpico, ajudando no aumento prêmio. 

“Isso nos propicia hoje fazer esse reconhecimento ao nosso atleta, que tem uma conquista expressiva. Eu sempre costumo dizer que essa premiação não é um incentivo, ela é um reconhecimento. O atleta não precisa, ele já tá focado. Ele se dedicou muitas vezes uma vida inteira para esse momento. Mas é sempre bom quando você tem um resultado e é reconhecido”, concluiu.

Expectativa para Paris 2024

Faltando pouco mais de 100 dias para o início dos Jogos Olímpicos de Paris, toda a preparação e organização do COB já está programada e a expectativa segundo o ex-judoca é a melhor possível. Entretanto, o Diretor-Geral do COB preferiu não cravar quantos pódios o Brasil pode alcançar.

“Por ser um otimista, eu acredito que a gente consiga melhorar os resultados. É o trabalho de todo mundo do COB, assim como dos atletas. Estamos trabalhando com organização e seriedade, mas vamos ter que aguardar a competição para entender que resultado vamos alcançar”

Trabalhando com uma meta de ter cerca de 300 atletas durante os Jogos, Rogério preferiu não fazer apostas, mas diz que espera que mais modalidades e atletas alcancem o pódio em Paris.

“ Na minha época a gente aguardava a medalha de poucas modalidades. A gente tinha o vôlei, a vela, alguma medalha do atletismo, natação e às vezes o basquete e o futebol também. Em Tóquio nós tivemos conquistas em 13 modalidades. Então, hoje, o que eu poderia falar para o nosso torcedor é: acompanhe o maior número de modalidades. Nós temos muitos atletas, muitas modalidades onde nós vamos disputar medalhas”, complementou. 

Por fim, Rogério ressaltou que o COB não trabalha com uma meta de número de medalhas, mas que “toda a delegação trabalhou muito durante o ciclo olímpico para melhorar os resultados”.

(Istoé)

- Advertisement -

MAIS LIDAS

- Advertisement -
- Advertisement -