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Pantanal: um dos incêndios começou em fazenda durante manejo de abelhas

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A Polícia Civil de Corumbá (MS) investiga se um dos incêndios florestais que atingem o Pantanal começou em uma fazenda que perdeu o controle do fogo durante o manejo de abelhas. Após a perícia técnica, investigadores foram à propriedade suspeita, nesta terça-feira (2), ouvir testemunhas.

Este é um dos exemplos de ponto de ignição, que é o local de onde um incêndio florestal pode ter começado. Outros focos foram identificados pelo Ministério Público de Mato Grosso do Sul (MPMS) e investigados pela força-tarefa montada pela Polícia Federal.

A fazenda suspeita é um dos exemplos de ponto de ignição – local com temperatura mínima em que ocorre uma combustão. Um ponto de ignição pode se tornar um incêndio florestal. A Polícia Civil apurou que o fogo começou no fim da semana passada após um produtor rural tentar retirar mel de uma colmeia, manejar as abelhas com fogo e perder controle das chamas.

“O fogo que começou nesta fazenda atingiu outras três propriedades. Proprietários e trabalhadores das outras 3 fazendas, em um trabalho de extrema dificuldade e durou vários dias, conseguiram controlar o incêndio, fazendo aceiros, utilizando tratores e caminhões pipas”, explica o delegado responsável pelo caso, Fillipe Araújo Izidio Pereira.

⚠️Mais de 700 mil hectares foram consumidos pelo fogo neste ano no bioma, que abrange os estados de Mato Grosso do Sul e Mato Grosso, conforme dados do Laboratório de Aplicações de Satélites Ambientais da UFRJ (LASA). A área destruída é seis vezes maior que a cidade do Rio de Janeiro. O 1º semestre de 2024 é o pior de toda série histórica do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe).

A perícia ainda não sabe precisar o tamanho total da área afetada apenas pelo incêndio investigado, já que os focos continuam ativos na região. O fogo que começou na fazenda suspeita ainda se concentra de forma mais branda nas outras propriedades, segundo o delegado do caso.

“Após tomar conhecimento desse crime, nós requisitamos perícia de local. Peritos criminais estiveram no local para tentar identificar o ponto inicial desse incêndio e a dimensão dele. Eles fizeram um sobrevoo de drones e com o auxílio da Polícia Militar Ambiental, estiveram acesso ao georreferenciamento da área e imagens de satélites também”, esclarece o delegado.

Provocar incêndios em matas e florestas é uma infração e crime ambiental. Além da autuação, a pessoa pode ser multada e presa, cumprindo pena de mais de cinco anos de reclusão.

Força-tarefa: MP e Polícias

Fogo no Pantanal em 2024 é o pior da série histórica. — Foto: Reprodução
Fogo no Pantanal em 2024 é o pior da série histórica. — Foto: Reprodução

Levantamento do Ministério Público de Mato Grosso do Sul (MPMS) identificou 14 locais responsáveis pelo início dos últimos incêndios no Pantanal. Destes, 12 são fazendas e possuem Cadastro Ambiental Rural (CAR), as outras duas são áreas próximas às propriedades rurais. As causas das queimadas ainda são investigadas.

Enquanto o MPMS investiga, Força Nacional foi enviada para combater os incêndios e a Polícia Federal criou um Gabinete de Contingenciamento de Crise para investigar de forma mais rápida os incêndios no Pantanal. A Polícia Militar Ambiental (PMA) já atua com apurações em áreas de responsabilidade do estado.

Fogo destrói áreas que antes eram alagadas, no Pantanal. — Foto: Gustavo Figueirôa/Arquivo Pessoal
Fogo destrói áreas que antes eram alagadas, no Pantanal. — Foto: Gustavo Figueirôa/Arquivo Pessoal

🔥🔥Os incêndios mais recentes que começaram em 14 pontos já se espalharam para menos outras 100 propriedades rurais, segundo análise do promotor de justiça do Meio Ambiente Luicano Loubet. O representante do MPMS diz que ainda não é possível precisar se os incêndios possuem dolo. Ou seja, se a queimada foi iniciada de forma intencional.

“De todo este incêndio que está acontecendo, já foi espalhado por mais de 300 mil hectares, mais de 100 propriedades. Nós identificamos 14 pontos iniciais. Em seis pontos, a Polícia Militar Ambiental já foi ao local fazer investigações. Aguardamos os relatórios”, detalha Loubet.

Com ajuda de helicópteros, equipes da PMA tentam chegar aos outros pontos que ainda não foram averiguados. Após a visita, os policiais oferecem um inquérito investigativo, que vão servir de base para possíveis responsabilizações cíveis.

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