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Sonia Abrão diz não estar pronta para contar história de primo morto há 5 anos

15/10/2018 15h12

Além de estar na televisão, como apresentadora, desde 2000 – e comandando na RedeTV! o A Tarde é Sua desde 2006 – Sonia Abrão também se arrisca na literatura, tendo publicado, entre outros títulos, Homens que Somem, que terá nova edição, e o bestseller As Pedras do meu Caminho, biografia de Rafael Ilha. Lançado em 2015, o livro criou expectativas de que a história de outras celebridades polêmicas fossem contadas pela jornalista.

Em entrevista para a QUEM, Sonia revela ser ansiosa demais para investir na literatura, e diz não estar “preparada emocionalmente” para revisitar a vida do cantor Chorão, seu primo, morto em 2013, e fonte de inúmeros pedidos por uma biografia. Ela adianta que lançará em 2019 um livro de poemas que investigam a intimidade feminina, e conta o que mais, além de escrever, a tira do sério.

Você tem planos de escrever alguma outra biografia além da do Rafael Ilha, lançada em 2015?

Foi a única e a última. Eu sofro de transtorno de ansiedade generalizada, sou muito ansiosa. Você me pede um livro de 200 páginas, eu escrevo contando, vai me dando uma angústia tão grande que eu não quero mais escrever livro nenhum.

Você gostou de escrever sobre o Rafael?

Eu não escolhi. Eu conheço o Rafael desde a época do Polegar porque meu irmão fazia vídeos e eu acompanhava. Em uma internação do Rafa fomos visitá-lo, sem nada de jornalismo, ele começou a desabafar, e minha irmã disse ‘sua vida daria um livro’. Ele topou no ato. E da família quem escreve? Eu! (risos). Gostei do resultado. As pessoas sabem coisas pontuais dele que viram o retrato no total, ninguém imagina o que ele sofreu, e o livro dá uma ideia. O livro dá outra dimensão para uma história que as pessoas acham que conhecem.

As biografias estão em alta agora com a expectativa do livro sobre a Anitta do jornalista Leo Dias…

Eu não pretendo ler, não. Não gosto da maneira como ela se porta e não estou interessada na vida dela, mas é um trabalho válido. As pessoas me pedem muito a biografia do Chorão. Eu levei dois anos para escrever a do Rafael. É um documento, fora fazer ele reviver tudo aquilo, contávamos até com um psiquiatra, porque é reabrir feridas, não sabemos o que pode provocar. É algo muito sério uma biografia. Do Chorão estou pensando porque, por exemplo, a minha mãe fez aniversário, e eu queria dar de presente um livro sobre a vida dela. Eu escrevi dez páginas e tive que parar.

Por quê?

Mexeu demais comigo e meu terapeuta mandou parar. É mexer em muitas emoções guardadas e você abre a caixa de Pandora e não sabe o que sai de lá. Do Chorão é complicado. Do jeito que tudo aconteceu, eu não me sinto preparada emocionalmente. Ele era meu primo-irmão, fomos criados juntos, o pai dele é irmão caçula do meu pai.

Você encerrou sua carreira na literatura?

Em relação à TV e celebridades não tenho planos, mas em janeiro ou fevereiro sai Aos Homens que Amei. É um livro de poesia sem ser poesia, não existe essa pretensão, muito longe disso. São flashes de sentimentos femininos em relação ao amor. Ele complementa os anteriores, são 70 ou 80 poeminhas, sensações.

Na literatura, você saiu da temática de televisão?

Sempre gostei muito de matérias de comportamento, tanto que fazia freelas para revistas no começo da carreira. Na rádio, onde fiquei dez anos, eu tinha o Consultoria Sentimental diáriamente. Imagina o que ouvi de histórias! Protegidas pelo anonimato, elas falavam tudo, e existe um padrão de comportamento feminino em relação ao amor que é muito claro. Esse tipo de coisa, os sentimentos, me chamam atenção.

Hoje se fala muito de feminismo e empoderamento das mulheres…

Eu tive muita sorte na vida de ter uma mãe completamente fora da caxinha. Ela dizia ‘filha, não precisa se casar. Tenha sua profissão, ganhe seu dinheiro. Marido não precisa. Amor precisa, marido, não. E não tenha filho se não puder sustentar sozinha, porque não quero minha filha brigando por causa de pensão’. Essa era minha mãe. Então fui criada assim, ‘não siga os padrões’. Ela teve essa vida tradicional, viver para marido e filho e não sair de dentro de casa, então não queria isso pra gente. Minha mãe queria a nossa independência, para a gente fazer o que quisesse da vida. Isso foi muito fundamental.

Você tem outros livros publicados. Foram escritos com essa angústia?

Eu escrevi Homens que Somem, que está em nova edição, Abaixo a Mulher Capacho e Santas Receitas, que está esgotado. Tenho muitos projetos na minha cabeça, mas só pensar em sentar… Eu não chego no fim do livro nunca!

Você não parece uma pessoa ansiosa…

É engraçado isso, eu não pareço ansiosa, não pareço impulsiva, não parece que eu tenho pavio curto. Sou rosa-shocking, não mexe com quem está quieto. Às vezes, dá para ver que estou irritada, mas não sou de gritar, bater na mesa, esbravejar.

O que te tira do sério?

Me irrita pessoas que não têm sangue na veia. Que fazem TV como se fosse repartição pública, sem motivação. ‘Ah, tá bom’, ‘não deu’, ‘não vamos conseguir essa pauta’, eu tenho vontade de matar. Gente acomodada. Gente que não se posiciona, que fica em cima do muro eu acho horrível. Está na Bíblia: ‘Deus vomitará os mornos’. Eu não gosto de gente morna, gosto de gente que se posiciona. Pode ser para cima ou para baixo, você pode não concordar com nada, mas você sabe em que terreno está pisando. Essas pessoas lisas, que sempre saem pela tangente, me incomodam profundamente, me irritam.

Quando os famosos são mal-educados você também se irrita bastante…

Nós não somos ilhas, nós somos espelhos. Então não dá para aceitar que o Eduardo Costa seja esse troglodita porque ele é espelho para muitos outros que vão dizer ‘que legal ser assim, xingar a namorada no meio da academia, muito bom’. Então sobre essas coisas você tem que colocar um outro olhar em cima, pelo menos para contrabalançar, senão vira zona.

Fonte: Revista Quem

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