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Eleição no Senado pode refletir na sucessão de Azambuja

Por Valfrido Silva, do blog Contraponto MS

Nelsinho Trad e Simone Tebet divergem na eleição em que a senadora busca cadeira do pai, Ramez Tebet

Quando o senador Nelsinho Trad (PSD), anuncia seu apoio irrestrito ao colega Rodrigo Pacheco (DEM-MG) à presidência do Senado, contra a também colega, só que conterrânea, Simone Tebet (MDB), pode parecer uma picuinha provinciana, uma simples dor de cotovelo do ex-prefeito de Campo Grande por conta do maior protagonismo da ex-prefeita de Três Lagoas, mas com mais tempo de casa, e presidente da poderosa Comissão de Constituição e Justiça. Como ambos colecionam processos na justiça por conta das administrações em suas respectivas comunas essas manobras podem fazer parte das negociações nada republicanas para que deles possam se livrarem mais facilmente.

O racha na bancada estadual do salão azul do Congresso pode parecer também reflexo da posição de nossos senadores em relação ao Planalto. Lembrando que Simone, lá atrás, quando Bolsonaro não havia ainda colocado as manguinhas de fora, num arroubo de puxa-saquismo explícito mandou o presidente pegar seu quepe e governar, “informando” que capitão manda mais que general. Ignorada olimpicamente, ela caiu na real e voltou à sua condição de oposicionista, para mais uma tentativa de ganhar a cadeira que um dia foi do pai, senador Ramez Tebet, como presidente do Senado e do Congresso, ela que abriu mão da disputa anterior para ajudar na eleição do ilustre desconhecido Davi Alcolumbre.

Nelsinho Trad, assim como Simone, também andou sonhando com a presidência e até mandou plantar a notícia em alguns sites aliados do estado, mas não decolou. Oriundo do PTB, partido do pai, o grande tribuno Nelson Trad, migrou para o PSD de Gilberto Kassab, fechadíssimo com Bolsonaro. Não só por isso, mas por conta dos périplos que faz ao redor do mundo com o presidente deve ter se rendido, já, ao fascínio bolsonarista.

Mas nada disso pesa mais que os interesses da política paroquial. Ambos são naturalmente cotados como pré-candidatos ao governo do Estado, embora precisando vencer obstáculos dos mais difíceis. Ambos andrezistas de origem, Simone é o segundo nome na hierarquia emedebista, e, como fiel companheira do ex-governador André Puccinelli, dependendo apenas da miragem do padrinho político em relação ao seu retorno governo. Nesse contexto, considerado dissidente, depois que pegou uma garupa de Reinaldo Azambuja para se eleger senador, Nelsinho depende de um imbróglio familiar: o irmão do meio, Marquinhos Trad, depois de reeleito prefeito da capital passa a ser o primeiro da fila, por sua maior proximidade com o eleitor, e também com o que restar da estrutura política de Reinaldo Azambuja, cujo projeto de sucessão também não passa de uma miragem – o secretário de governo Eduardo Riedel, nunca antes testado nas urnas.

Neste último caso, tudo a depender, claro, da situação jurídica do governador Reinaldo Azambuja. Caso ele venha a ser afastado e Murilo Zauith assuma o governo a coisa recomeça do zero, já que o atual vice-governador passa a ser um candidato em potencial a reeleição, isso diante das apostas de que a situação de Azambuja seria irreversível e que ele não reassumiria. Para entornar mais o caldo, ainda, o bafafá provocado pela eleição do prefeito Alan Guedes em Dourados, mais uma derrota do governo do estado e que certamente influenciará na definição do quadro sucessório estadual.

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