Neste Outubro Rosa, mês de conscientização sobre o câncer de mama, uma pesquisa revela que o número de mamografias realizadas por usuárias de planos de saúde caiu, no país, 10,6% entre os anos de 2016 e 2021.
Os dados foram divulgados nesta sexta-feira (7) pelo Instituto de Estudos de Saúde Suplementar (Iess).
O levantamento feito com base em dados da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) mostra que, em 2016, o Brasil somou 5.120.133 de mamografias pelos planos de saúde. Em 2017, esse número caiu para 5.080.622 (-1,9% de variação anual), com nova redução em 2018, quando foram 4.999.935 (-0,4%).
Após esse período, os exames tiveram um aumento de 1,8% e atingiram 5.089.151 em 2019, mas sofreram uma queda acentuada em 2020 por conta da pandemia de Covid-19, com 3.647.957 (-28,3%).
O superintendente executivo do Iess, José Cechin, destaca que, com a melhora dos indicadores da pandemia, o número de mamografias voltou a crescer e atingiu 4.575.624 em 2021, um aumento de 25,4% em relação ao ano anterior.
“Mas é importante lembrar que o volume ainda segue abaixo do registrado em 2016”, destaca Cechin.
O superintendente executivo explica que a mamografia é o exame mais eficiente para detecção precoce do câncer de mama. O levantamento do Iess alerta que a redução do teste em cinco anos gera um alerta.
Segundo o Instituto Nacional de Câncer (Inca), entre os tipos de câncer, o de mama é a principal causa de morte entre as mulheres no Brasil e o mais incidente entre o público feminino. Para o triênio entre 2020 e 2022, a instituição projeta a identificação de 66.280 novas pacientes com esse tipo de tumor.
O Ministério da Saúde recomenda a mamografia especialmente para o público prioritário entre 50 e 59 anos, que deve fazer o exame a cada dois anos. Nessa faixa etária, o número também caiu entre 2016 e 2021, com uma taxa de -8,7% ou menos 200 mil mamografias.
Em 2021, dos 4,5 milhões de exames registrados entre as usuárias de planos de saúde, 2,1 milhões foram no grupo entre 50 e 69 anos.
Se o número de mamografias mostrou uma tendência de queda, as consultas com o mastologista, o profissional que solicita o exame, subiram. No ano passado, foram 1,14 milhão, alta de 4,9% em relação a 2016.
As internações relacionadas ao câncer de mama também aumentaram no período, com alta de 1,9%, chegando a 37,1 mil em 2021. Já a taxa de crescimento do tratamento cirúrgico do câncer de mama foi de 8,4% em cinco anos, com 17,3 mil cirurgias no ano passado.
O levantamento do Iess foi divulgado em meio ao Outubro Rosa, movimento internacional de conscientização, criado na década de 1990.
O Inca destaca que os principais sinais e sintomas do câncer de mama são “caroço (nódulo), geralmente endurecido, fixo e indolor; pele da mama avermelhada ou parecida com casca de laranja, alterações no bico do peito (mamilo) e saída espontânea de líquido de um dos mamilos. Também podem aparecer pequenos nódulos no pescoço ou na região embaixo dos braços (axilas)”.
Nesses casos, as mulheres devem procurar um médico para exames e acompanhamento.
(CNN)