Dr. Reinaldo de Mattos Corrêa (*) –
O Espiritismo, doutrina codificada por Allan Kardec, propõe uma visão de mundo que coloca a ética e a responsabilidade individual em primeiro lugar. Diferentemente, o Agronegócio, modelo de produção agropecuária em larga escala, é frequentemente questionado pelos impactos sociais e ambientais.
Agora, questionamos possíveis incompatibilidades entre esses dois sistemas, com perguntas que incentivem a reflexão crítica:
- O Espiritismo, que defende a reencarnação e a lei de causa e efeito, como concilia com a prática da pecuária industrial, que causa sofrimento desnecessário aos animais?;
- Como um espírita, que reconhece a inteligência e a sensibilidade dos animais, pode justificar a criação de animais em condições precárias e insalubres?;
- A devastação ambiental promovida pelo Agronegócio, com o desmatamento, uso de agrotóxicos e monoculturas, está em consonância com a responsabilidade que o Espiritismo nos impõe de cuidar do planeta?;
- O lucro desenfreado, muitas vezes priorizado no Agronegócio, é compatível com os princípios espíritas de caridade, fraternidade e justiça social?;
- Como conciliar a busca pelo bem-estar individual, proposta pelo Espiritismo, com os impactos sociais negativos do Agronegócio, como a concentração de terras, o êxodo rural e a precarização do trabalho?
É fundamental que os espíritas reflitam sobre essas questões e busquem coerência entre as crenças religiosas e as práticas. O Espiritismo oferece ferramentas valiosas à construção da sociedade mais justa e sustentável, e o Agronegócio, na forma atual, parece distanciar-se desse ideal.
Convidamos você a se unir a essa reflexão e a buscar respostas para essas perguntas. O diálogo construtivo e a busca por soluções éticas e sustentáveis são essenciais para construirmos um futuro melhor à humanidade.
A relação entre Espiritismo e Agronegócio é complexa e exige um debate amplo e honesto. Por meio da reflexão crítica e do diálogo construtivo, podemos encontrar formas de conciliar as crenças espíritas com as ações, construir o mundo mais justo, harmônico e sustentável.
(*) É Produtor Rural em Mato Grosso do Sul.