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Minha história em Dourados: ‘Vinda a Dourados foi a grande tacada da minha vida’ diz Laudir

Redação Folha de Dourados –

O vereador Laudir Munaretto (MDB), presidente da Câmara de Dourados é catarinense de Concórdia e chegou a Mato Grosso do Sul em 1.973, junto com os pais, aportando inicialmente em Eldorado. Nesta cidade, o pai montou uma churrascaria e, em seguida, uma filial em Itaquiraí.

No início dos anos 80, Laudir mudou-se para Dourados, vindo a trabalhar no restaurante do antigo Posto da Base, e depois em outros estabelecimentos até abrir a própria empresa, a Laudir Festas, em 1.989. De lá para cá, só cresceu, e hoje consegue realizar eventos para cerca de cinco mil pessoas sentadas.

No início dos anos 80, Laudir mudou-se para Dourados, vindo a trabalhar no restaurante do antigo Posto da Base

Laudir Munaretto credita o sucesso em sua vida empresarial e política a uma grande tacada, que deu logo no início da juventude: mudar-se para Dourados, cidade que oferece oportunidades para imigrantes de todas as partes do Brasil e de outros países.

Essas impressões e o relato dessa trajetória fazem parte do livro “Minha História em Dourados”, lançado no final de abril pela Folha de Dourados 2mil Marketing Digital (já partindo para uma segunda edição).

Como todo começo, Munaretto relata que os primeiros anos em Dourados não foram muito fáceis. “Dourados era uma cidade em crescimento, mas emprego para um jovem, quase não tinha”, lembra. Diante disso, acabou aceitando um convite do pai, para trabalhar no antigo Posto da Base.

“Comecei lavando e secando pratos e talheres, auxiliando na copa, depois no salão, como garçom; trabalhei como churrasqueiro e, depois, como ajudante de cozinha”, conta.

““Comecei lavando e secando pratos e talheres, auxiliando na copa, depois no salão, como garçom”

O início da própria empresa se deu com o dinheiro de um acerto que fez, quando o restaurante onde trabalhava fechou. Segundo Laudir, somou cerca de R$ 50 mil, em valores de hoje, o suficiente para comprar uma linha de telefone fixo, indispensável para fazer os negócios, na época.

Leia, a seguir, trechos do livro “Minha história em Dourados”, onde o vereador lembra seu ingresso e atuação na política douradense.

O ingresso na política

Meu ingresso na política se deu em 1988, quando, no Restaurante Marrocos, resolvemos fundar o Sindicato dos Garçons. Nós precisávamos de representatividade e o sindicato nasceu por isso, para fazer as confraternizações e a defesa da classe. Outro objetivo era lançar um nome para disputar uma eleição. Assim fundamos o sindicato: Maguila foi o presidente; eu, o tesoureiro; o Rubinho, o primeiro secretário; o Chiquinho, o segundo secretário.

O sindicato resolveu escolher, dentro dos seus quadros, uma pessoa para ser candidato(a) e o escolhido fui eu – assumi a missão. Tive uma votação boa para a época, por ser a primeira, e por não ter nenhum tipo de estrutura. Tive 287 votos e fiquei de suplente. Foi uma boa experiência.

Naquele momento, eu estava no grupo político do Humberto Teixeira (ex-prefeito falecido) e fui candidato pelo PRN (Partido da Reconstrução Nacional). A partir daí, estruturei melhor o buffet, comecei a trabalhar melhor. Em 1996, falei: “não vou ser candidato”. O sindicato queria que eu fosse, mas eu já estava atuando mais como patrão do que como sindicalizado. Eu disse: “Como eu vou representar o sindicato, se eu sou mais patrão do que empregado? Escolham outro”. Então escolheram o Maguila.

eu estava no grupo político do Humberto Teixeira (ex-prefeito falecido) e fui candidato pelo PRN (Partido da Reconstrução Nacional)

Na reta final da eleição, o Maguila desistiu e o sindicato ficou sem candidato. Em 2000 o buffet já estava bem estruturado e eu continuava filiado no PRN. Aí o Toninho Belarmino e o vereador João Derli (finado) me convidaram para entrar no PSB (Partido Socialista Brasileiro); pela insistência deles, acabei aceitando.

Naquela eleição tive 603 votos e fiquei como primeiro suplente. Já no ano de 2004, o PSB se desestruturou de uma forma que nós não tínhamos nem chapa para disputar a eleição de vereador. Então, fui convidado para ingressar no PL, que estava com uma boa estrutura, e eu aceitei. Fui o mais votado do partido. Tive 1.589 votos; elegemos dois vereadores: eu e o Carlinhos Cantor.

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A Operação Uragano

Em 2008 fui candidato à reeleição, desta vez pelo PMDB [hoje MDB]. Tive uma votação expressiva, 2.013 votos, mas uma chapa pesada. O PMDB só elegeu a Délia Razuk. Depois, assumi o mandato, quando a Délia virou prefeita. Participei daquele momento trágico da cassação de diversos vereadores. Fui relator, ou presidente de quase todas as comissões, porque eu era o único vereador que não era parte interessada, pois tinha sido suplente da Délia Razuk.

assumi o mandato, quando a Délia virou prefeita. Participei daquele momento trágico da cassação de diversos vereadores”

Depois daquela operação eu falei: “Olha, quer saber de uma coisa? Eu vou sair fora do meio político”. E me afastei. Assim, em 2012, não fui candidato. Resolvi focar na minha empresa, nos negócios. E me desfiliei do PMDB. Fiquei sem partido nenhum, e no ano de 2020 entreguei a empresa pros meninos [os filhos] tocarem.

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O retorno à política

Certo dia, em 2020, toca o telefone. Era o Alfredo Barbara [jornalista]. “Ô, está chegando um rapaz aí na sua casa, com uma ficha para você se filiar”. Então, o ex-prefeito Braz Melo chegou com a ficha do MDB e falou: “Tem que ser agora, porque se for amanhã você não vai mais ter a vaga. Não vai ter como registrar a candidatura”. Assinei. Filiei novamente no MDB.

Não tenho mais idade para perder eleição. Vou ser candidato para ganhar. Uma dessas vagas vai ser minha, pode escrever”

A princípio eu não era candidato. Eu queria administração, eu queria fazer parte da gestão, porque eu gosto de gestão. Aí certo dia, o Renato Câmara [deputado] chegou lá na casa do Brás e falou assim: “Eu não sou mais candidato. A gente vai apoiar o Barbosinha e nós temos um time de vereadores que vão para a reeleição, e nós queremos que você seja candidato”. Eu falei: Não tenho mais idade para perder eleição. Vou ser candidato para ganhar. Uma dessas vagas vai ser minha, pode escrever”. E foi o que aconteceu, fiz 1.329 votos, mesmo numa campanha difícil, como foi a da pandemia.

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