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Várias caras, amor gigante, barato sai caro, horário eleitoral e carro na frente dos bois

Juca Vinhedo

“Eu acho que tenho só uma cara, mas se eu tivesse várias, certamente todas elas teriam vergonha.” (Mário Covas, ex-governador de São Paulo, em um debate de candidatos à presidência da República, em 1989, quando lhe perguntaram: “Com qual das duas caras você vai se apresentar nessa eleição”?)

Propaganda x horário político

Existem diferenças entre a propaganda política e o horário eleitoral. A primeira delas é a data: a propaganda geral já está permitida desde o último dia 16, enquanto o horário eleitoral gratuito só vai começar na semana que vem, ou seja, no próximo dia 30 (sexta-feira). A segunda, é relativa à amplitude da veiculação de materiais e de conteúdo político-eleitorais.

Ping pong eleitoral

A propaganda geral dos candidatos pode ser feita nas ruas e na internet. A exibição do horário eleitoral gratuito é restrita às emissoras de rádio (incluindo as comunitárias) e de televisão que operam em VHF e UHF, e nos canais de TV por assinatura que estão sob a responsabilidade do Senado Federal, da Câmara dos Deputados, das assembleias legislativas ou das câmaras municipais.

Deputados candidatos

As eleições municipais, que tiveram início na sexta-feira (16), contarão com 83 deputados federais candidatos, incluindo 22 mulheres. São 74 concorrendo a vagas de prefeito, 2 de vice-prefeito e sete de vereador. O número de deputados candidatos é superior às eleições de 2020, quando 59 disputaram vagas de prefeito e 7 de vice-prefeito – 66 no total, segundo a Agência de Notícias da Câmara dos Deputados. 24 disputam vagas em 17 capitais – entre elas, Campo Grande, cujo candidato é Beto Pereira (PL-MS).

Contabilidade eleitoral

As eleições municipais deste ano contam com 457.162 candidatos, sendo 15.439 para prefeito, de acordo com os dados do Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Os números ainda podem mudar até 16 de setembro, data limite para julgamento dos pedidos de registro de candidatura ou pedido de substituição de candidatos. Foram registradas 2.316 candidatas a prefeita (15% do total). Dos candidatos a prefeito, 5.063 se declararam pardos (33%) e 677 pretos (4%).

Com a moral toda

A candidata a prefeita Bela Barros participou, em Campo Grande, de agendas e encontros do atual ministro da Previdência Social e presidente nacional do PDT (Partido Democrático Trabalhista), Carlos Lupi, que esteve em Campo Grande na quinta-feira (22). Segundo fontes do PDT douradense, entre as seis candidaturas majoritárias do PDT de Mato Grosso do Sul, a de Bela Barros é considerada a mais forte pelas lideranças estaduais da sigla.

Encontro pedetista

O “Encontro Pedetista” que aconteceu ontem (22), em Campo Grande, reuniu os presidentes municipais do PDT e pré-candidatos a prefeito de vários municípios. “Vamos traçar estratégias para a reconstrução e fortalecimento do PDT em Mato Grosso do Sul”, afirmam lideranças da sigla em MS. Para tanto, o primeiro passo, dizem é a consolidar a base, preparar os candidatos e traçar estratégias para as eleições deste ano.

Em causa própria?

Números divulgados essa semana pelo IBGE – Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística comprovam a necessidade urgente de adoção de políticas públicas destinadas às pessoas da terceira idade: enquanto a taxa de natalidade continua caindo, a expectativa de vida dos brasileiros vem aumentando. As estimativas são de que em 2030 o Brasil terá mais idosos do que crianças. Um dos parlamentares sul-mato-grossenses que mais aborda essa questão e viabiliza recursos para a implantação de Casas de Acolhida em diversos municípios do Estado é o deputado federal Geraldo Resende (PSDB-MS).

Amor gigante

Em recente reunião política, Patrícia Oliveira, esposa do candidato a prefeito Marçal Filho (PSDB) surpreendeu os presentes ao fazer uma declaração pública ao radialista. Ela disse que é um “privilégio” ser casada com o tucano. “Meu sentimento é de gratidão por ter a oportunidade de conhecer esse coração gigante que ele tem. Sinto-me muito agradecida a Deus por esse presente, que é ser esposa do Marçal”, afirmou. “Te amo demais e estou com você para tudo nesse sonho de transformar Dourados”, completou.

Os números movem o mundo

Quem está feliz da vida com a última pesquisa do Instituto Ranking, realizada de 13 a 16 deste mês, sobre as eleições em Dourados, é o candidato a prefeito, professor Tiago Botelho, pela Federação Brasil da Esperança (PT – PCdoB – PV). Ele vê com muito entusiasmo o salto de 1,3% para 8,4 nas intenções de votos ao seu nome. De fato, o petista lidera o crescimento entre todos os candidatos para a Prefeitura de Dourados. “Bora fazer uma Dourados feliz de novo!” tem dito Botelho, numa referência ao seu vice Laerte Tetila, que comandou a prefeitura douradense entre 2001 e 2008.

Carro na frente dos bois

O ex-prefeito Braz Melo acompanhou atentamente a reunião que aconteceu na Câmara de Vereadores, na qual a comunidade indígena reivindicou recursos da bancada federal para a implantação de aproximadamente 30 quilômetros de asfalto na Reserva Indígena. Ao final, questionado pela coluna, foi enfático: “Tomara que não se repita o que já aconteceu muitas vezes em Dourados: implantar o asfalto e depois ter que quebrar para a colocar rede de água, esgoto e drenagem”.

O barato sai caro

Atento observador da política e dos sinais que indicam uma boa ou má condução eleitoral já detecta erros estratégicos em algumas ações de candidatos “cabeça de chapa” que podem custar caro, lá na frente. Um deles é não receber postulantes à Câmara de Vereadores com medo de pedidos de “dindim” ou outros assuntos atinentes à campanha; outro é promover reuniões e não convidar todos os partidos que compõem a coligação.

BASTIDORES DO PODER

Medalha com prazo vencido

No início de junho deste ano, o ex-presidente Jair Bolsonaro manteve um encontro com o empresário e influenciador Pablo Marçal, até então pré-candidato à Prefeitura de São Paulo pelo PRTB.

Na oportunidade, os dois foram só afagos e o líder nacional do PL entregou uma medalha ao “coach”, que seria uma moeda dos três “is”, que significariam “incomível, imbroxável e imorrível”.

Passados pouco mais de dois meses, Pablo virou candidato oficial e passou a ameaçar, segundo recente pesquisa, a eleição de seu concorrente Ricardo Nunes (MDB), que disputa com o apoio de Bolsonaro.

A contrariedade ficou clara nesta quinta-feira (22), quando o ex-presidente usou seu canal no WhatsApp e compartilhou um vídeo com diversos momentos em que Marçal fez declarações contrárias ao “capitão”.

No Instagram, Bolsonaro alfinetou Pablo Marçal, reagindo ironicamente a um comentário do influenciador, que dizia: “Pra cima, capitão. Como você disse: eles vão sentir saudades de nós”. Bolsonaro não deixou de graça: “Nós? Um abraço”, respondeu. O candidato a prefeito também não deixou barato e cobrou o ex-presidente, afirmando que investiu “R$ 100 mil reais” na campanha de Bolsonaro em 2018, completando:“se o capitão quiser me tirar o ‘nós’, me ajude devolvendo os 100 mil reais depositando na minha campanha aqui de prefeito de São Paulo”.

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