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No Radar: Isa impõe, xiita protesta, ética na Câmara, voto impresso, arrumando as malas

Juca Vinhedo

Pensamos demasiadamente e sentimos muito pouco. Necessitamos mais de humildade que de máquinas. Mais de bondade e ternura que de inteligência. Sem isso, a vida se tornará violenta e tudo se perderá. (Charles Chaplin, em “O Grande Ditador”).

Quero uma ditadura

Passadas as eleições, comprova-se que muitas pessoas não reconhecem o valor da democracia e jogaram fora o direito de escolher seus representantes. Com exceções devido a problemas de saúde, viagens necessárias ou outros motivos de força maior, quase 35 mil douradenses se abstiveram de votar nas eleições deste ano. Ou seja, dos 163.227 aptos a votar, apenas 128.248 compareceram às urnas. Destes, 120.715 votos foram considerados válidos; 3.395 votaram em branco e 4.138 anularam seus sufrágios.

E o voto impresso?

Parece que nas eleições deste ano, muitos dos que antes eram contrários à urna eletrônica se convenceram de que o equipamento é seguro. Alguns foram eleitos por esse sistema e não houve protestos em favor do voto impresso, talvez por chegarem à conclusão de que a tecnologia é um caminho sem volta.

Legislativo meio a meio

A eleição para a Câmara de Dourados apresenta uma coincidência: foram reeleitos 10 vereadores e vão entrar 10 novatos. Como serão 21 cadeiras contra as 19 atuais, um dos futuros componentes nem é novato e nem foi reeleito: é o ex-vereador Pedro Pepa (União), que já esteve na Câmara em legislaturas passadas, mas na última eleição ficou de fora e agora estará de volta.

Bancadas na Câmara

As duas maiores bancadas da Câmara de Dourados na próxima legislatura serão o PSDB e o PP. A primeira, será composta por Márcio Pudim (reeleito), Alex Cadeirante (novato), Liandra da Saúde (reeleita) e Rogério Yuri (reeleito); a segunda, por Jânio Miguel, Daniel Júnior, Sérgio Nogueira e Cemar Arnal, todos reeleitos.

Oposição em minoria

Pela composição da futura Câmara de Vereadores, o prefeito eleito Marçal Filho não terá dificuldades em aprovar projetos de seu interesse. Exceto os vereadores do PP (quatro), os dois do PT (Elias Ishy e Franklin Schmalz), além do atual presidente da Câmara Laudir Munaretto, todos os demais foram eleitos na campanha do futuro prefeito. Em outras palavras: a oposição a Marçal poderá ser resumida a apenas sete edis, e a situação será composta pelos outros catorze.

Dobrando a aposta

O partido Republicanos, que na atual legislatura tem o vereador Fábio Luiz não conseguiu reelegê-lo, mas conquistou duas vagas e que serão ocupadas por mulheres, inclusive com a mais votada nessa eleição, a empresária Isa Marcondes, que se notabilizou por dizer que “Dourados está uma zona” e “de zona, eu entendo”. A outra eleita é Ana Paula, ex-secretária de Educação em Dourados. Por falar em mulheres, o legislativo douradense que atualmente conta com três vereadoras, terá quatro, na próxima. Além das já citadas, foi reeleita Liandra da Saúde (PSDB) e eleita Karla Gomes (Podemos).

Estreando com polêmica

Falando em Isa Marcondes, a vereadora eleita vai estrear, nos próximos dias, uma nova modalidade de entrevista a ser feita pela Folha de Dourados. Será ao vivo, em formato de vídeo, atendendo condição que a própria impôs para ser entrevistada. Isa Marcondes se comprometeu em responder, durante a “live”, perguntas que estão na cabeça de muitos sobre o processo eleitoral do qual ela participou: como será sua atuação na Câmara em relação ao prefeito eleito, quais valores e princípios irá defender, a razão de ter sido campeã de votos, entre outras.

Dando exemplo

O prefeito Alan Guedes mostrou como devem se comportar os homens públicos e como se pratica a liturgia do cargo. Tão logo percebeu que a sua derrota para Marçal Filho era irreversível, publicou uma nota desejando “sorte” ao seu principal oponente. Agradeceu pelos votos recebidos e se comprometeu a não abandonar a cidade nos últimos meses do ano, fato que, a bem da verdade, já ocorreu em Dourados em épocas passadas.

Arrumando as malas

O Procurador Geral do Município Paulo César Nunes da Silva publicou no Diário Oficial do Município, no último dia 8, resolução tratando da produção de relatórios que deverão subsidiar os trabalhos da futura comissão de transição, que será composta nos próximos dias. A expectativa é que todas as informações que serão repassadas à futura administração sejam absolutamente verdadeiras para que o próximo gestor possa iniciar trabalhando com total transparência. O procedimento é regulamentado pela Lei Orgânica do Município.

Que não se repita

Ao assumir a gestão atual, em janeiro de 2021, o prefeito Alan Guedes encontrou uma realidade bastante diferente daquela constante dos relatórios de gestão recebidos em dezembro de 2020. Essa situação foi relatada pelo prefeito atual, em entrevista a essa folha, em maio deste ano. Confira aqui: https://www.folhadedourados.com.br/alan-guedes-desafios-iniciais-me-deixaram-mais-cascudo-mais-preparado-e-pronto-para-o-futuro/

Para relembrar

Apenas para ajudar ao leitor mais apressado, reproduzimos a fala do prefeito Alan Guedes, na entrevista citada acima: “Eu tinha recebido um relatório de gestão com data do dia 20 de dezembro. Porém, a realidade que nós encontramos era diferente. (…) Tínhamos uma informação e nos deparamos com outra realidade. Então, caímos para dentro do problema e resolvemos. Como? Sangrando, infelizmente, recursos que poderiam ser usados em outras áreas. Em 2021 usamos mais de 30 milhões de Reais para pagar a folha de dezembro de 2020.”

Democracia em perigo

A tentativa fracassada de golpe que culminou com os atos do dia 8 de janeiro de 2023 não significou o fim das articulações com essa finalidade. A frente atua agora no Congresso Nacional, com a produção de matérias legislativas que ferem a independência entre os Poderes. Uma delas é flagrantemente inconstitucional: a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 28/24, que permite ao Congresso Nacional suspender decisão do Supremo Tribunal Federal (STF), o que equivaleria em ato de desobediência civil às cláusulas pétreas da própria Constituição.

Cadê o pluralismo?

Segmentos sectários e atrasados do petismo douradense questionaram o fato de este jornal ter publicado matéria (“Elias Ishy presidirá a sessão de posse dos vereadores; Isa será a primeira a discursar”), com uma montagem de fotos onde o vereador Elias Ishy aparece ao lado de Isa Marcondes, como se a ideologia devesse se sobrepor à informação. A Folha de Dourados estranha e repudia esse tipo de posicionamento e reafirma seu compromisso com o pluralismo de ideias e a democracia. Em tempo: isso não tem nada a ver com o vereador, que é de outro nível e, por isso, exercerá o sétimo mandato na Câmara de Dourados. Elias é um democrata.

No Radar: Isa impõe, xiita protesta, ética na Câmara, voto impresso, arrumando as malas
Essa montagem gerou “recados” a Folha de Dourados; xiitas não gostaram de ver Elias ao lado de Isa

Vai ter trabalho

Pelo visto, a comissão de ética da Câmara de Dourados vai ter muito trabalho para conter os ímpetos extremistas das correntes ideológicas que estarão ali representadas a partir do ano que vem. Os ataques oriundos de quem se acha detentor absoluto do bem, da ética e da verdade já começaram nas redes sociais, destinados a futuros (as) colegas de assento no legislativo douradense.

BASTIDORES DO PODER

Causas difíceis

O general Artur Costa e Silva, o ditador do AI-5, recebeu o vice-líder da Arena no Senado, Eurico Resende (ES), e não economizou elogios: “⁠Gosto muito da forma como o senhor defende o meu governo…” A resposta de Resende foi desconcertante: “⁠Presidente, sou advogado criminalista há trinta anos!” Ao perceber o constrangimento do ditador com a resposta, o senador completou: “É que estou acostumado a defender causas difíceis…” (Jornalista Cláudio Humberto, na Coluna “Diário do Poder, edição de 29/09/24)

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