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Cultura Fronteiriça: confirmado o 4º Festival do Toro Candil em Porto Murtinho

Produtora Mara Silvestre mantém evento que restitui uma das tradições folclórico-religiosas mais festivas que unem brasileiros e paraguaios

Celebrado em novembro, o mês nacional da Cultura e da Ciência adquire um significado especial e universalizado com a diversidade de manifestações fronteiriças nos laços entre o Brasil e o Paraguai. E uma das demonstrações mais eloquentes desta realidade está simbolizada pelos personagens, narrativas, alegorias, crenças, cores e revelações dos festejos do Toro Candil.

Com as “Mascaritas”, a “Pelota Tatá” e as “Promeseras”, a cineasta e produtora cultural Mara Silvestre idealizou e produziu os documentários e o Festival de Rua do “Toro Candil”, que terá em dezembro deste ano a sua quarta edição. Ela conseguiu alinhar no vídeo e na planície de vias públicas uma criativa série de registros, com espetáculos teatralizados de resgate da memória cultural de uma hospitaleira região fronteiriça.

Cultura Fronteiriça: confirmado o 4º Festival do Toro Candil em Porto Murtinho
O totem da Secretaria de Cultura na Feira Livre, divulgando o Festival do Toro Candil Divulgação

Com os resultados desta paciente e minuciosa pesquisa, Mara oferece a Mato Grosso do Sul, com alcance nacional e além-fronteiras, um trabalho de fôlego. O conjunto da obra está roteirizado em sons, imagens, cores e místicas devocionais, nas atitudes de evocação folclórica, religiosa e festiva que revelam e identificam costumes e essências de brasileiros e paraguaios. As informações e documentos de época retratam um folguedo secular que saiu de terras espanholas e avançou pela América, até ser redimensionado na fronteira entre Brasil e Paraguai.

Realizar o Festival de Rua do Toro Candil em Porto Murtinho, lugar de raízes da família e ancoradouro de almas binacionais às margens do Rio Paraguai, é um dos projetos mais importantes da vida e da carreira de Mara Silvestre. “Sou de Corumbá e de Porto Murtinho, cidades fronteiriças, nas quais o Rio Paraguai não é marco de separação, mas de união”, afirma. “A festa é uma soma de realidades civilizatórias assinaladas por culturas de excepcionais belezas e diversidades”, enfatiza.

Cultura Fronteiriça: confirmado o 4º Festival do Toro Candil em Porto Murtinho
Promeseras reverenciam a Virgem após romaria da santa pelo Rio Paraguai Divulgação

É com este olhar que Mara escreve, e até restitui, a cultura mágica e instigante de um povo latino-americana que vai às ruas – ora em procissão, ora em diversão -, para difundir sentimentos, sonhos, verdades e fantasias. Impossível, então, domar as emoções de quem vive e assiste nas ruas ou no vídeo aos espetáculos do “Toro Candil”, das “Promeseras”, “Pelota Taá” e “Mascaritas”.

Uma porção saborosa desta experiência única foi disponibilizada pela secretaria Municipal de Cultura para visualização nos totens da Feira Central de Campo Grande. A exibição é mais uma demonstração do largo reconhecimento que a ideia está alcançando. E estas imagens poderão ser apreciadas, vividas e sentidas inteiro, presencialmente, durante o 4º Festival de Rua do Toro Candil, de Porto Murtinho, nos dias 07 e 08 de dezembro.

Idealizado e produzido por Mara Silvestre e sua Água Comunicação TV, o evento reúne um conjunto de valores agregados. Além de fortalecer a cultura latina e regional, estreitando mais os laços entre Brasil e Paraguai, o festival é um motivo irresistível para fomentar a economia, especialmente no âmbito do turismo e da economia criativa.

Cultura Fronteiriça: confirmado o 4º Festival do Toro Candil em Porto Murtinho
Mara Silvestre, cineasta, produtora e diretora do Festival do Toro Candil de Porto Murtinho  Divulgação

Elaborado para manifestações compartilhadas entre protagonistas e a população, o festival é totalmente materializado pela inventiva participação das comunidades locais. São os próprios moradores da região, sobretudo de Porto Murtinho e Ilha Margarita, os artistas encarregados da confecção das peças alegóricas utilizadas desde as procissões – com o apoteótico desfecho da chegada da Virgem de Caacupê, pelo Rio Paraguai – às brincadeiras de rua.

Num quase carnaval de cores, danças e divertidas competições, os atores e atrizes locais vestem-se a caráter, de acordo com os figurinos dos “Mascaritas” (que usam máscaras), das “Promeseras” (devotas da Virgem) e da “Pelota Tatá”, que consiste numa bola de fogo perseguida aos chutes pelos fiéis em busca de consagração.

Confira o vídeo:

https://drive.google.com/file/d/1p3qMHBmy5YwfqA2EeijLL5uhfE81FzI_/view

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