O Hospital Universitário da Universidade Federal da Grande Dourados (HU-UFGD), administrado pela Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (Ebserh), foi uma das oito instituições de saúde do Brasil selecionadas para participar do Projeto ESPIE (Especialização de Políticas de Saúde Informadas por Evidências no SUS) após disputar com 870 instituições concorrentes. A iniciativa integra o Programa de Apoio ao Desenvolvimento Institucional do Sistema Único de Saúde (PROADI-SUS), desenvolvido pelo Ministério da Saúde em parceria com o Hospital Sírio-Libanês.
A iniciativa, que inclui o Conselho Nacional de Secretários de Saúde (CONASS) e o Conselho Nacional de Secretarias Municipais de Saúde (CONASEMS), tem como objetivo incorporar o uso de evidências científicas no processo decisório das organizações. O projeto ESPIE será implementado ao longo do triênio 2024-2026, com ações voltadas para o fortalecimento das capacidades institucionais e organizacionais no uso de evidências científicas no cotidiano das instituições de saúde.
A pesquisadora da Fiocruz/MS e representante do projeto, Sandra Leone, destacou a relevância dessa iniciativa para o SUS e para o HU-UFGD. “O Hospital Universitário de Dourados foi escolhido dentre 870 organizações para desenvolver esse projeto que é a implementação do uso de evidências no cotidiano. Esse projeto terá um processo educativo com dez aperfeiçoandos, que são pessoas com liderança e confiança dentro do hospital, que serão atores-chave para implementar uma cultura organizacional, melhorando capacidades individuais e organizacionais para a tomada de decisão”, explicou.
A chefe do Setor de Gestão da Pesquisa e da Inovação Tecnológica em Saúde do HU-UFGD, Dayse Sanches Guimarães Paião, reforça a importância estratégica dessa participação. Segundo ela, o projeto é uma grande oportunidade para fortalecer a conexão entre a pesquisa e a prática no Sistema Único de Saúde. “A institucionalização de Políticas Informadas por Evidências (PIE) melhora a qualidade, eficiência e equidade dos serviços de saúde oferecidos à população. Baseadas em dados científicos, essas políticas garantem intervenções mais eficazes, reduzem desperdícios e promovem um atendimento mais seguro e direcionado às necessidades reais”, afirmou.
Além disso, Dayse destaca que a parceria com o Hospital Sírio-Libanês oferece acesso a metodologias avançadas, ferramentas de análise e boas práticas, promovendo inovação e excelência na pesquisa. “Ao integrar PIE na instituição, as pesquisas tornam-se mais estratégicas, ajudando a otimizar recursos e melhorar o atendimento à população. Essa parceria reforça o papel da pesquisa como elemento transformador no fortalecimento do SUS e na promoção de soluções sustentáveis”, concluiu.
O Projeto ESPIE é liderado pelo Hospital Sírio-Libanês, com acompanhamento do Departamento de Ciência e Tecnologia (DECIT) do Ministério da Saúde. Sandra Leone explica que a colaboração entre instituições de excelência é essencial para influenciar outras organizações. “A iniciativa é do Sírio-Libanês com o Ministério da Saúde. O DECIT monitora e acompanha o projeto, que é implementado pelo Sírio-Libanês, um hospital de excelência. No PROADI-SUS, esses hospitais de excelência colaboram para influenciar outras organizações.”
Segundo Sandra, a cultura do uso de evidências no processo decisório traz benefícios claros para o Sistema Único de Saúde. “Essa iniciativa surgiu porque sabemos que a cultura do uso de evidências para tomar decisões precisa melhorar as capacidades institucionais e organizacionais. Essa cultura do uso de evidências colabora e tem benefícios para um SUS mais eficiente, mais resolutivo e que melhora a vida da população.”
No HU-UFGD, o projeto já está em andamento, com dez participantes selecionados, incluindo profissionais do hospital e da Secretaria Municipal de Saúde, fortalecendo a rede de serviços no SUS.
“Nos dois primeiros módulos a gente vai fazer uma análise institucional das fragilidades e fortalezas. A partir disso, trabalharemos nas prioridades e montaremos um plano de melhorias, com avaliação e monitoramento contínuos até o final do projeto.”
Ao longo dos próximos dois anos, serão realizados nove módulos de aperfeiçoamento, totalizando 180 horas de atividades presenciais, além de acompanhamento remoto com especialistas.