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Deputados estaduais repudiam ação da Polícia Militar em Dourados

Os indígenas que bloqueiam trecho da MS-156, em Dourados, como forma de protesto pela falta de água nas aldeias Jaguapiru, Bororó e Panambizinho, denunciaram aos deputados estaduais uma ação violenta da tropa de choque da Polícia Militar. Lia Nogueira (PSDB), durante a sessão ordinária desta quarta-feira (27), revelou sua indignação com a falta de habilidade do Estado para lidar com o exercício legítimo da livre manifestação.

“É revoltante a repressão policial como forma de conter os manifestantes. Recebi imagens da truculência da tropa de choque contra os índios. Uma ação inaceitável, que fomenta a violência e tenciona ainda mais a situação. Os povos originários estão lutando por água tratada em pleno ano de 2024. É lamentável o que essa população vem sofrendo”, disse a deputada.

Pedro Kemp (PT) discursou ontem sobre a situação nas aldeias indígenas Bororó, Jaguapiru e Panambizinho e cobrou uma força-tarefa das autoridades federais e estaduais para sanar a crise hídrica (leia aqui). Hoje, ele pediu que o Governo do Estado reveja a forma de atuação dos policiais.

“Já é inadmissível ver que, em pleno século XXI, há pessoas sem água para beber, cozinhar, lavar roupas e fazer a higiene pessoal. É ainda mais indignante que a polícia trate com truculência quem está reivindicando por água. O governo precisa rever a forma de atuação dos policiais contra essas comunidades, que têm em torno de 20 mil pessoas”, acrescentou Kemp.

Na tribuna, Kemp disse que a polícia não pode entrar em área indígena. “Se alguém morrer, a culpa é do Estado e da polícia. Os policiais não podem entrar atirando na aldeia. Por ordem de quem eles entraram? O protesto é pacífico e em luta por um direito básico.”

Zeca do PT também fez um desabafo. “O mais preocupante é ver a truculência, o exagero que a polícia vem adotando contra pessoas indefesas. Em nome da bancada do PT, cobro explicações sobre este ato e se partiu do governador a ordem. Ainda faço requerimento à Funai para saber se autorizou a entrada do pelotão de choque na aldeia”, afirmou.

Para Zé Teixeira (PSDB), a situação se agravou pela omissão da União e lamentou a atuação da tropa de choque. “O índio é tutelado pelo Governo Federal e quem é responsável é ele, inclusive pela segurança. O problema vem se arrastando, pois a União não libera o recurso para a implantação da rede de água”, ressaltou.

Coronel David (PL) disse que os policiais foram deslocados para efetuar o desbloqueio na rodovia. Mara Caseiro (PSDB) informou que há um trâmite legal e, em 40 dias, devem iniciar as perfurações de poços nas aldeias. “O problema é de décadas e, infelizmente, não será resolvido em dois dias.”

Ao fim do debate, o presidente da ALEMS, deputado Gerson Claro (PP), comunicou aos parlamentares que a Mesa Diretora irá tomar conhecimento dos fatos e cobrar medidas dos órgãos responsáveis.

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