Na semana passada, durante sessão na Assembleia Legislativa de Mato Grosso do Sul, a deputada Gleice Jane (PT) destacou sua preocupação com as condições de trabalho dos policiais penais no estado, especialmente a sobrecarga de horas extras enfrentada pela categoria. Segundo ela, embora a carga horária oficial seja de 40 horas semanais, muitos servidores têm cumprido jornadas de até 60 horas para atender às demandas.
“Hoje há uma dificuldade de efetivo. Eles me relataram que, embora a carga horária seja de 40 horas, estão fazendo em média 60 horas com hora extra. Como forma de reivindicação, decidiram deixar de fazer essas horas extras e se manifestar no Dia do Policial Penal. Quero parabenizar a categoria pela luta, mas também manifestar minha preocupação. Se deixarem de fazer hora extra, isso pode interferir diretamente no trabalho, afetando cerca de 50% da demanda”, pontuou.
A parlamentar reforçou a necessidade de o governo atender as reivindicações da categoria, incluindo a realização de concursos públicos. “É importante que o governo escute essa categoria e faça concurso público. A Assembleia Legislativa precisa acompanhar essa negociação. Talvez designar uma comissão para tratar da demanda junto à categoria e ao governo do estado”, sugeriu.
Nesta terça-feira (10), Gleice Jane voltou a abordar o tema, após receber relatos de servidores convocados de forma obrigatória para trabalhar em plantões extras. “Fui informada que servidores estão sendo convocados para fazer hora extra. Essa medida contradiz o movimento legítimo da categoria, que havia decidido suspender os plantões extras como forma de pressão. O governo precisa rever essa situação. Essa convocação, feita pelo diretor-presidente da Agepen, me preocupa e, na minha visão, está fora da legalidade”, afirmou.
Para a deputada, a situação reflete a falta de respostas do governo estadual às demandas dos policiais penais e deve seguir gerando debates na Assembleia Legislativa, com parlamentares cobrando medidas efetivas do governo para solucionar o impasse e melhorar as condições de trabalho nos presídios do estado.