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Grupo que enfrentou série de voos cancelados chega a MS depois de seis dias

Os 14 estudantes de uma escola particular de Campo Grande que estavam tentando retornar a Mato Grosso do Sul desde a última terça-feira (17) já chegaram à capital.

Depois de enfrentar problemas a equipe se dividiu para tentar embarcar em voos diferentes. O primeiro grupo chegou a Mato Grosso do Sul no domingo (22). A outra parte desembarcou nesta segunda-feira (23).

Os alunos estavam acompanhados de duas professoras e um mentor e enfrentaram dificuldades em voltar de Vitória, no Espírito Santo, após consecutivos cancelamentos de voos. A equipe viajou até Vila Velha para participar do Torneio Brasileiro de Robótica, no dia 12 deste mês.

“Foram seis dias de muitas tentativas, dormimos no aeroporto, foi muita luta. Tivemos uma noite agonizante ontem, porque achamos que conseguiríamos embarcar, mas nosso voo foi cancelado de novo”, contou o estudante Rafael Pradebom Souza, de 16 anos.

Segundo familiares, adolescentes chegaram a dormir no chão do aeroporto após cancelamento de voo. — Foto: Arquivo pessoal
Segundo familiares, adolescentes chegaram a dormir no chão do aeroporto após cancelamento de voo. — Foto: Arquivo pessoal

A demora no retorno dos estudantes gerou preocupação nos pais, principalmente, porque os filhos são menores de idade e estavam com as autorizações de viagem expiradas. O retorno trouxe alívio às famílias.

“É uma alegria sem tamanho, porque a saudade era muito grande. Começamos a ficar desesperados demais por esse retorno”, desabafa a mãe de um dos estudantes, Silvia Regina de Campos.

g1 entrou em contato com a Azul, responsável pelos voos. Em nota companhia aérea disse que os voos foram cancelados por questões técnicas. (Leia íntegra mais abaixo).

Voos cancelados

Ao g1 a professora Dayana Siqueira Alves contou que, após cancelar o voo que sairia de Vitória no dia 17, a empresa remarcou a viagem para o dia 19 e alocou o grupo em um hotel nos dois dias de espera.

Na nova data agendada para o retorno, a turma chegou a embarcar no avião mas precisou descer após ser informada que a Agência Nacional de Aviação Civil (ANAC) havia cancelado o voo devido à uma limitação de horas de trabalho da tripulação. (Veja vídeo abaixo)

“Nós fomos para o aeroporto e 20 minutos depois que nós estávamos dentro da aeronave pediram para que nós desembarcássemos. Aí, naquele desespero de levar essas crianças embora, resolvemos dividir o grupo. Dia 20 saiu um grupo de Vitória para Brasília e um outro grupo sairia de Vitória para Guarulhos. Eu fiquei responsável pelos alunos de Guarulhos. Chegando no aeroporto [de Vitória], esse voo também foi cancelado”, relata a professora.

Nas redes sociais as famílias publicaram que já estão procurando seus direitos em relação ao caso.

Veja a íntegra da nota enviada pela Azul:

“A Azul informa que, por questões técnicas, os voos originais do grupo foram cancelados. Todos os Clientes do grupo foram reacomodados, inclusive em voos de congêneres (outras companhias). O grupo impactado, bem como todos os Clientes, recebeu assistência em todo o momento, conforme determina a resolução 400 da Anac, inclusive com hospedagem em hotéis da região e alimentação. A Azul lamenta eventuais transtornos causados e reforça que ações como essa são necessárias para garantir a segurança de suas operações, valor primordial para a Companhia”.

Direito do consumidor

A Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) prevê que os passageiros têm direito a estorno do dinheiro ou receber hospedagem, alimentação e acesso à internet em caso de cancelamento ou atraso de voos.

Segundo o advogado especialista em Direito do Passageiro Aéreo, Tiago Duque, em caso de cancelamento, a prioridade do passageiro deve ser a de procurar o guichê da companhia aérea para que a empresa forneça a assistência necessária.

“[A empresa deve fornecer] alimentação e hospedagem para que você possa dormir e, não ficar igual a esses estudantes, por vários dias. Além do mais, a companhia tem que fornecer o voo mais rápido disponível para que você possa voltar para o seu destino”, explica o especialista.

Tiago orienta que o passageiro entre no site da companhia e verifique quais os voos disponíveis mais próximos. A informação deve, então, ser repassada à companhia no guichê para que a pessoa seja realocada para o voo disponível.

Outro ponto importante para buscar os direitos é a exigência da declaração de contingência, em que a empresa declara a responsabilidade sobre o cancelamento ou atraso do voo.

“A companhia aérea tem que declarar e, essa declaração serve tanto para entrar com uma ação judicial contra a empresa quanto para situações em que o passageiro tenha algum compromisso, já que o documento serve como um atestado comprovando que a pessoa pretendia chegar no horário mas não conseguiu porque o voo teve problema”, afirma o advogado.

É importante se atentar aos prazos para buscar os direitos, finaliza Tiago Duque. “Para voos nacionais o passageiro tem até cinco anos para poder buscar os seus direitos. Para voos internacionais o prazo é de até dois anos”.

(Com informações g1)

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