Eduarda Caldo –
Hoje é celebrado o Dia Nacional da Bossa Nova, gênero musical brasileiro que surgiu na década de 1950, no Rio de Janeiro. A música “Garota de Ipanema”, de Tom Jobim, foi um sucesso que atravessou a barreira territorial e colocou a cultura brasileira à mostra para o mundo todo.
O estilo musical teve influências do samba e do jazz estadunidense e foi consolidado em 1958 com o lançamento do álbum Canção do Amor Demais, de Elizeth Cardoso. Nesse disco, o violão de João Gilberto apresenta, pela primeira vez, a batida característica do gênero.
A Bossa Nova promoveu a mudança ao ressaltar a simplicidade nas produções. Até então as músicas tinham muita influência da ópera, com arranjos instrumentais exagerados e grandes interpretações vocais. Isso se estendia também aos artistas, que usavam roupas pomposas e teatrais. João Gilberto, um dos precursores do gênero, considerava esse estilo contraditório com o modo de vida brasileiro e quis buscar um modo mais adequado à realidade do país.
Em 1962, o gênero carioca consolidou sua fama global ao ser apresentado em um concerto no Carnegie Hall, em Nova York. Já em 1964, o álbum Getz/Gilberto, parceria entre João Gilberto e Stan Getz, conquistou o Grammy e tornou a canção The Girl from Ipanema popular no mundo todo.
Mais do que um estilo musical, a Bossa Nova se tornou um estilo de vida. O ar despreocupado e despojado dos jovens cariocas, a discussão de temas banais, as roupas leves, estavam ligados ao gênero. A música tornou esse modo brasileiro e as canções, um jeito de viver brasileiro conhecido mundialmente.
Garota de Ipanema é um símbolo do Brasil no mundo e se tornou a música brasileira mais gravada, segundo ranking divulgado pelo Ecad, entidade brasileira responsável pela arrecadação e distribuição de direitos autorais. Adaptações da canção são utilizadas em várias outras obras musicais até hoje. O caso mais recente aconteceu em dezembro do ano passado, quando a cantora SZA usou a melodia dela na música BMF.
