Por cinco anos, a empresária Samira Andrade lutou por justiça. O motivo: um erro médico que deixou uma compressa cirúrgica dentro de seu corpo durante uma cirurgia para retirada de nódulos mamários, em razão de um câncer de mama. A descoberta aconteceu de forma inesperada, durante o banho, quando Samira percebeu a gaze saindo da região operada.
Agora, em fevereiro deste ano, o Tribunal de Justiça do Estado de Minas Gerais (TJMG) condenou o médico responsável pelo procedimento a pagar uma indenização de R$ 50 mil por danos morais. O plano de saúde também foi responsabilizado, já que o erro aconteceu dentro das dependências da instituição.
Erro Médico, Dores e Infecção
Diagnosticada com câncer de mama em 2018, Samira iniciou o tratamento no ano seguinte. Oito meses após a cirurgia, ela ainda sentia dores persistentes na região operada. Além disso, a ferida não cicatrizava e infecções recorrentes dificultavam sua recuperação.
A surpresa veio durante o banho, quando Samira percebeu algo anormal saindo da incisão cirúrgica. Tratava-se de uma compressa cirúrgica esquecida no local da cirurgia. Ao procurar o médico, ele removeu o material de maneira improvisada, usando apenas uma pinça, sem anestesia ou qualquer protocolo adequado.
De acordo com o processo, “a paciente não foi avisada, nem sedada, nem anestesiada. Sem qualquer procedimento seguro, o mastologista arrancou com uma pinça a compressa esquecida na axila”.
Denúncia e Processo Judicial
Indignada com a negligência, Samira denunciou o caso à Polícia Civil em 2020 e entrou com uma ação judicial contra o médico e o plano de saúde.
Na decisão judicial, o juiz considerou que o mastologista agiu com extrema negligência ao deixar a compressa dentro da paciente e ao removê-la sem seguir os protocolos médicos adequados. Como resultado, o profissional foi condenado ao pagamento de R$ 50 mil por danos morais.
O plano de saúde também foi responsabilizado pelo ocorrido, pois o erro aconteceu dentro de suas dependências, sem que houvesse a devida fiscalização e garantia dos procedimentos corretos.
(Com informações Portal do Ancorador)