fbpx

Desde 1968 - Ano 56

20.5 C
Dourados

Desde 1968 - Ano 57

InícioMeio AmbienteSe o agro não for contido, tudo estará acabado até o final...

Se o agro não for contido, tudo estará acabado até o final do século, prevê Erminio Guedes

Em maio, o engenheiro agrônomo e consultor Erminio Guedes lançará, em Dourados, o livro “A natureza revoltada”, com a missão de “de acender a luz numa sala escura, onde todos procuram um gato preto, sabendo que ele existe, mas ninguém consegue encontrá-lo”. “A corda que o agronegócio brasileiro esticou está próxima de arrebentar”, diz o autor.

Ele pretende clarear a consciência “dos indivíduos que sabem, mas guardam segredos e de outros que não sabem, mas precisam saber para se salvarem. Um Desafio Educativo, a superação do problema deste século – Aquecimento Global, Efeito Estufa e iminência de colapso ambiental e climático, através do Paradigma Desenvolvimento Sustentável”.

De acordo com Erminio Guedes, “a revolução tecnológica no campo, consume a natureza como gafanhoto, comendo tudo que encontrar pela frente. Nas cidades, a queima de combustíveis fosseis e a poluição sanitária, as torna laboratórios de doenças. A resposta é a Revolta da Natureza, em recordes de temperaturas extremas, secas, incêndios, tempestades, tufões, enchentes, degelo nos polos, elevação no nível do mar e perdas de colheitas e de vidas”.

“No Brasil o problema é no campo, onde o agronegócio estica a corda e já está próxima de arrebentar. Depois de 5 (cinco) séculos ininterruptos de extração predatória da natureza, agora, na exaustão, estamos no período mais violento de consumismo da natureza, entrando no ponto de não retorno. Os brasileiros têm de se tocar porque a continuar esse ritmo alucinante de desmatamentos e queimadas, o País estará acabado até o final do século e a escritura à geração futura será as cinzas da natureza”, afirma.

“No Brasil o problema é no campo, onde o agronegócio estica a corda e já está próxima de arrebentar”

O autor afirma que “os desastres climáticos estão levando embora a natureza, as colheitas e a galinha dos ovos de ouro (China). O nosso principal parceiro comercial, tem plano ambicioso pela autossuficiência de cereais, até 2030: Plantar 90 milhões de hectares de grãos (soja e outros). Lembrar que em 2024, o Brasil vendeu 69 milhões de toneladas de soja para a China, equivalente a 23 milhões de hectares da lavoura brasileira. A área plantada no Brasil (2024/2025) deve atingir 47 milhões de hectares de soja, ou seja, metade com destina à China. Além disso, vem aí a biotecnologia fazendo carne artificial e diminuindo a demanda por bovinos, e reduzindo o metano na atmosfera”.

vem aí a biotecnologia fazendo carne artificial e diminuindo a demanda por bovinos, e reduzindo o metano na atmosfera

Nesse cenário de Aquecimento Global, desastres climáticos, “todos gritam e ninguém se entende, mas cresce o enriquecimento de poucos, nas custas da natureza (agricultura, pecuária e mineração) e os pobres empobrecem mais, transferindo renda aos ricos. Não tem mais jeito, o modelo precisa mudar, ou a obsessão do capital em abocanhar o alheio, sempre querendo mais do que precisa, como se fosse viver eternamente, ou como se o mundo acabasse amanhã, vai nos colocar mais perto do fim.

todos gritam e ninguém se entende, mas cresce o enriquecimento de poucos, nas custas da natureza e os pobres empobrecem mais, transferindo renda aos ricos

Erminio Guedes alerta que “um desafio educativo maior do que vemos e do que imaginamos, na travessia de modelos econômicos oligárquicos para uma nova dimensão de civilidade, sem a pretensão de salvação da Pátria, mas de atenuar a desarrumação na Morada Comum. Enfrentar a soberba político-econômico-tecnológica, de caráter meritocrático, tecnicista, financista e simplificador da natureza, por acúmulos individuais, que para os incautos significa poder e felicidade. A economia carbonizada ultrapassou o limite tolerável, consumindo o que não lhes pertence para concentrar renda e promover a desigualdade.

O Autor apresenta releitura da maior crise climática da história, falando da dor que existe e não deveria existir e do som que retumba e poucos ouvem. Uma reflexão crítica, mas ética, sensata, democrática e madura, como devem ser o comportamento humano na natureza. Analisa o passado-presente para explicar o futuro. Organiza um modelo mental de inteligência antecipatório do futuro, em elementos do pensamento ecológico e de convicções próprias, gravadas como tatuagem na mente, fruto da vivência socioambiental, cultural, econômica e política, no contesto educativo da ciência e tecnologia (C&T) e das referências existenciais.

Ele reúne críticas à realidade e propõe a análise e o debate polissêmico de caráter ecopedagógico, sobre significados da mais antiga e mal resolvida relação, homem – natureza. Propõe a concertação, olhando pelo retrovisor e pela lente do observatório ecológico, por onde vê e pensa os desafios de atenuar a Revolta da Natureza. Para isso, reúne saberes científicos e ancestrais, em uma síntese positiva, no direito ambiental, ética, igualdade de classe, raça, etnia, gênero, cor e condição social. O Autor apresenta um Desafio Educativo à transição da economia carbonizada ao Paradigma do Desenvolvimento Sustentável.

 “Ancorado numa experiência profissional de mais de 40 anos e em saberes populares, Ermínio manifesta aqui seu desejo incontido por mudanças. Seu conteúdo é refinado, atualíssimo e firmado em fontes da maior credibilidade, como ONU, Conferências Internacionais, Encíclica Papal, Embrapa, além de revistas científicas e em autores consagrados.  Daí a reflexão crítica, sensata, “sem perder a ternura”, sobre os protagonistas das crises ambientais e, com efeito, sociais, de tamanhas proporções”. (Laerte Tetila)

“Face a uma natureza admirável e divinamente planejada, o autor faz demonstrar o seu inconformismo com a brutal transformação. Para ele, a decadência ecológica aí está, às escâncaras, com tendências ao fim, não poupando críticas ao tecnicismo, ao lucro a qualquer custo, ao AgroPop e, por conseguinte, à dolorosa clivagem entre a sociedade e o mundo natural”. (Laerte Tetila)

- Publicidade -

ENQUETE

MAIS LIDAS