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Deputada Gleice Jane decide não disputar a presidência do PT em Mato Grosso do Sul

José Henrique Marques –

Há pouco, circulou em grupos de mensagens uma Carta ao PT onde a deputada estadual Gleice Jane declina da indicação de sua corrente, a Articulação de Esquerda (AE), de disputar a presidência do diretório do partido de Mato Grosso do Sul.

A indicação do nome da deputada ocorreu durante encontro realizado em Dourados, em 29 de março, com a presença de Valter Pomar, principal dirigente da AE e candidato à presidência nacional do PT.

Na verdade, Gleice Jane jamais aventou a possibilidade de concorrer com o deputado federal Vander Loubet, e foi surpreendia com a decisão do encontro em Dourados. Desde então, ela não declarou em público que havia aceitado e, internamente, dizia que iria refletir.

Com esse posicionamento da deputada, a AE deve se reunir na próxima semana para decidir se lança outro nome ou trabalha para construir o consenso em torno de Vander Loubet, em Mato Grosso do Sul.

Leia a nota na íntegra:

“Às companheiras e aos companheiros da Articulação de Esquerda, aos militantes do
PT e apoiadores das nossas lutas.

Estamos vivenciando o processo de eleição das direções do nosso partido. Por meio do
voto direto, iremos decidir os rumos da nossa ousada organização partidária, desde o
diretório municipal até a direção nacional.

Quero agradecer imensamente o apoio caloroso recebido das companheiras e
companheiros da minha tendência, assim como de lideranças políticas de movimentos
sociais filiadas ao PT de nosso estado e de outros estados do nosso país, em relação à
tarefa de construir uma candidatura para disputar a direção estadual do Partido.

Sinto-me lisonjeada, acolhida e fortalecida por essas manifestações em torno do meu nome
para liderar uma disputa que visa a fortalecer nosso partido e nossa tendência, cuja história é marcada pela força e coragem de pessoas como Dorcelina Folador. Uma tarefa que exigirá de todas as filiadas e filiados participação efetiva, conhecimento, coragem e
sensibilidade para construirmos um partido forte e voltado para suas bases.

Neste momento, lidero um mandato que tem assumido compromissos importantes
defendidos pela minha tendência. Nossa árdua luta em defesa das mulheres, no combate
ao feminicídio e a todas as formas de violência que assolam o país, a defesa dos povos
originários e quilombolas por terras tradicionais e o reconhecimento da diferença, a luta dos movimentos sociais contra o racismo, contra o patriarcado, contra os desmandos de um modelo econômico insano, que polui rios, devasta o solo e explora a força de trabalho, e nega a necessidade de uma urgente reforma agrária. A luta das servidoras e servidores
públicos para promover saúde, segurança e educação públicas de qualidade, a luta de
ribeirinhos e pescadores por direitos aos bens naturais, a luta por moradia digna e terra
para produção de alimentos saudáveis, a luta por trabalho digno e valorização dos direitos
arduamente conquistados, tudo isso, estando ao lado das militantes e militantes que
querem preservar a democracia e as condições ambientais para as gerações futuras, além
de tantas outras lutas.

Todas essas batalhas estão no coração do nosso partido, e defendo que o PT esteja cada
vez mais próximo de todos esses movimentos, pulsando com o clamor por justiça social e
inclusão.

Diante dessa tarefa árdua e necessária, e depois de profunda reflexão e escuta atenta,
decidi, junto ao meu coletivo, declinar da posição de liderança desse processo eleitoral
partidário para garantir e fortalecer a qualidade e a continuação do trabalho que vem sendo
realizado pelo nosso mandato, que é construído por pessoas que sonham com um mundo
melhor, livre de opressão e por justiça social.

Minha trajetória de vida tem sido marcada pela luta social e pela contribuição para a
organização de instrumentos coletivos, perpassando pelo movimento estudantil, sindical, da educação, das mulheres e militância no Partido. Com base nesses princípios, reafirmo meu compromisso em fortalecer a disputa por um partido que retome suas origens, seus
princípios e seus sonhos, retomando o diálogo com a classe trabalhadora e com os
movimentos sociais.

Nesse sentido, compreendo que o Partido dos Trabalhadores (PT) de Mato Grosso do Sul
também deva ouvir suas bases e refletir sobre sua relação com o governo do estado,
sustentado ideologicamente por princípios e valores que colocam em risco nossa
democracia e desvalorizam a luta dos trabalhadores e trabalhadoras.

Conclamamos a participação das companheiras e companheiros para que participem
efetivamente deste momento histórico, que definirá os rumos de nosso Partido e,
certamente, os rumos da sociedade brasileira.

Neste contexto, reafirmo a posição da Articulação de Esquerda em lutar ao lado de nossa
candidatura à direção nacional do nosso partido, expressa na figura combativa do
companheiro Valter Pomar, e coloco-me à disposição para contribuir no processo de disputa
estadual, corroborando a indicação do nome a ser apontado pela tendência.

Entendo que a disputa interna fortalece a unidade do partido, considerando que o PT
historicamente é composto pela diversidade e pluralidade de ideias, e é essa democracia
interna que tem permitido que os governos petistas tenham acertado na condução da
política nacional.

O PED é, portanto, um momento de fundamental importância para a construção do futuro
de nosso partido e da política brasileira, em especial diante do necessário enfrentamento ao momento conturbado que coloca a humanidade no centro de uma crise mundial, que afeta, sobretudo, as pessoas mais empobrecidas.

Neste cenário, defendo que tenhamos uma candidatura ao Governo do Estado de Mato
Grosso do Sul e reitero apoio à candidatura do companheiro Vander Loubet ao Senado,
colocando todo meu empenho e força na reeleição do nosso grande líder, o incansável
presidente Lula, pois sabemos o que significa a composição de parlamentos e governos
comprometidos apenas com os interesses de grupos minoritários.

Por fim, destaco a importância de colocarmos todas as nossas forças e nossa sensibilidade
a serviço das tomadas de decisões, pois nosso sonho e luta por justiça social são o que nos
alimenta e dá perspectiva de um futuro que acolha todos e todas. Sigamos em luta contra
toda forma de ataque à vida! Viva a ousadia! Viva o PT!

Abraços fraternos,
Companheira Gleice Jane”

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