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Marina versus Heloísa Helena: o racha na Rede

A Rede Sustentabilidade, partido de Marina Silva, está rachada. De um lado está o grupo da ministra do Meio Ambiente de Lula e principal nome da legenda, Marina Silva. De outro, a ex-senadora Heloísa Helena, ex-PT e ex-PSOL.

No congresso do partido realizado no final da semana passada, em Brasília, o grupo de Heloísa Helena venceu a disputa para comandar a legenda: 76% a 24%. Paulo Lamac, secretário de Relações Institucionais de Belo Horizonte, foi eleito porta-voz do partido.

O grupo de Marina sustenta que houve fraudes e irregularidades no processo eleitoral e recorreu à Justiça para tentar anular o resultado. Antes, já havia tentado suspender a realização do encontro, mas o pedido foi negado.

Apesar de ser o nome de maior expressão na legenda, Marina e seus aliados cogitam deixar o partido. Um trio de Marinas existente na Rede – a ministra e suas duas xarás, a deputada estadual paulista Marina Helou e a vereadora paulistana Marina Bragante -, já estariam sendo sondadas pelo PSB.

O deputado federal Túlio Gadelha (PE), do grupo contrário a Heloísa Helena, é outro que pode deixar o partido e retornar ao PDT, de onde havia saído. Em 2022, a Rede elegeu dois deputados federais, Gadelha e Marina Silva, que depois foi convidada a assumir o ministério. O lugar da hoje ministra na Câmara foi ocupado pela suplente Luciene Cavalcante (SP), do PSOL, que faz parte da mesma federação que a Rede.

Militantes do partido dizem que a Rede discute no momento se deve seguir um caminho mais à esquerda ou mais neutro ideologicamente. As divergências internas vêm ocorrendo desde a eleição de Lula, em 2022.

Os dois grupos que se opõem no partido – o “Rede Vive”, de Marina, e o “Rede pela Base”, de Lamac e Heloísa Helena – apoiam o governo. O “Rede pela Base” diz, no entanto, que apesar do apoio, não deixa de fazer críticas à gestão Lula.

“Quando tivermos críticas, vamos fazer”, diz Pedro Ivo, fundador da Rede e porta-voz do partido no Distrito Federal, membro da Executiva nacional e ex-assessor de Marina no Ministério do Meio Ambiente (no primeiro governo Lula) e também no Senado. Atualmente, ele está no lado oposto à ministra no partido.

Pedro diz que o grande dilema da Rede é decidir “se é um partido de esquerda ecológico ou um partido que não é de esquerda nem de direita, se caminha para ser um partido ecossocialista ou um partido desprovido de ideologia”.

Segundo ele, o “Rede Vive” defende um partido “sustentabilista progressista”, que seria mais neutro ideologicamente. “É preciso definir como a Rede se posiciona no mundo, perante um projeto de país e de mundo, nessa conjuntura de crise civilizatória, cujo ápice é a crise ambiental planetária e a crise climática. Se a Rede se coloca como um partido de esquerda, democrático e ecologista, ou um partido que nem é de esquerda nem é de direita, com um conteúdo muito difuso”, afirma o dirigente.

O PlatôBR também procurou Marina Silva e outras duas dirigentes ligadas à ministra, mas não obteve um posicionamento do grupo sobre a crise.

(Istoé)

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