A Embrapa estará no International Fish Congress & Fish Expo Brasil (IFC Amazônia), entre 23 e 25 de abril em Belém-PA. Pesquisadores de quatro Unidades da empresa vão mostrar resultados em diferentes áreas. Haverá também o lançamento de uma plataforma digital voltada para agentes da extensão rural e que busca o fortalecimento da piscicultura familiar.
As pesquisadoras Fernanda O’Sullivan e Flávia Tavares, da Embrapa Pesca e Aquicultura (Palmas-TO), vão abordar a produção de peixes nativos em tanques-rede, relacionando-a ao uso de populações monossexo de fêmeas. Fernanda trabalha com edição genômica e explica que “a população monossexo implica em vantagens econômicas em aquicultura porque, na maioria das espécies, existe uma diferença técnica (conhecida por dimorfismo sexual) entre machos e fêmeas. Assim, o cultivo do gênero superior traz rendimentos acelerados. Uma das maneiras de se obter populações monossexo em peixes é pela reversão sexual dos alevinos”.
No caso do tambaqui, que vem sendo estudado na Embrapa, as fêmeas apresentam peso superior, e portanto mais produtividade, que os machos. O trabalho de Flávia que será mostrado no evento comprova os ganhos em produtividade no sistema de tanques-rede. Em parceria com a Associação Bom Peixe, que fica na capital tocantinense, as pesquisas têm apresentado avanços zootécnicos (referentes à criação e à produção), mas faltam avaliações de ordem econômica. Aos poucos, a produção de tambaqui em tanques-rede vem mostrando viabilidade.
Esse tema de produção de peixes nativos em tanques-rede será debatido no segundo dia do Simpósio Internacional de Aquicultura (um dos que compõem o IFC Amazônia), em 25 de abril às 9h10. Logo antes, às 8h30, Lucas Torati, também pesquisador da Embrapa Pesca e Aquicultura, vai falar sobre os avanços na reprodução do pirarucu, com destaque para as possibilidades de ganhar escala de produção e, assim, reduzir os preços dos alevinos da espécie. No mesmo dia, às 10h30, Alexandre Caetano, pesquisador da Embrapa Recursos Genéticos e Biotecnologia (Brasília-DF), abordará a Plataforma aquaPLUS®, que apresenta soluções em melhoramento genético para diferentes espécies da aquicultura, incluindo os peixes pirarucu, tambaqui, tilápia e truta arco-íris.
No mesmo simpósio, mas no primeiro dia (24 de abril), os pesquisadores Anderson Alves e Janaína Kimpara, da Embrapa Agricultura Digital (Campinas-SP), falarão, às 9h20, sobre a importância de indicadores de sustentabilidade e de rastreabilidade na aquicultura. E, às 13h30, a pesquisadora Fabíola Fogaça, da Embrapa Agroindústria de Alimentos (Rio de Janeiro-RJ), vai abordar a sanidade na produção de tambaqui e a prevalência de Salmonella no cultivo de peixes redondos.
Mais participações – Outra palestra da Embrapa será com o pesquisador Manoel Pedroza, da Embrapa Pesca e Aquicultura. Ele vai participar de debate sobre perspectivas de mercado, com foco em desafios, estratégias e criação de uma marca para o pescado amazônico. Além de Manoel, estarão discutindo o tema: Lucas Shen, da empresa Amazon Norte; Armando José Correa, da empresa Bio Pescados; Eduardo Ono, da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA); e Thaís Moron Machado, do Instituto de Pesca de São Paulo.
O debate será dentro da Fish Expo, a Feira de Tecnologias e Negócios, às 10h do dia 23 de abril. No mesmo dia, às 20h, acontecerá o lançamento do Hub Peixes. Quem contextualiza é a pesquisadora Hellen Kato, da Embrapa Pesca e Aquicultura: “a plataforma é voltada para extensionistas rurais, para facilitar a transferência de tecnologia, mas a linguagem é utilizada para atingir públicos mais amplos, como produtores ou pessoas que não sejam da área em busca de conhecimento sobre o assunto. A atualização será feita com novas publicações, com os webstories sempre que houver necessidade”.
A Hub Peixes sistematiza e disponibiliza, gratuitamente, tecnologias e conhecimentos referentes à cadeia produtiva de valor da aquicultura, focando no fortalecimento da piscicultura familiar. A proposta é ser uma plataforma digital de gestão da informação tecnológica gerada por organizações públicas e privadas e pelo terceiro setor. Os conteúdos passam por todas as etapas da produção, incluindo recria, engorda, manejo e processamento. Conheça a plataforma clicando aqui. Sobre o IFC Amazônia, acesse neste link mais informações e, neste outro link, a programação.