Mariana Rocha, especial para a Folha de Dourados –
Na manhã desta quarta-feira (18), membros do movimento indígena de Antonio João confirmaram a morte de Neri Ramos, jovem do povo Guarani Kaiowá, vitima de arma de fogo.
Segundo lideranças indígenas, o jovem foi executado por membros das forças policiais de Mato Grosso do Sul. A situação ainda será apurada e pelo menos outras 5 vítimas dos conflitos seguem internadas em um hospital da região, uma delas com o fêmur fraturado por disparo de arma de fogo.
Cercados pela Polícia Militar em uma área da Terra Indígena (TI) Nhanderu Marangatu, sobreposta pela Fazenda Barra, naquele município, os conflitos tomam rumos cada vez mais perigosos, fazendo vítimas fatais.
A Terra Indígena Nhanderu Marangatu tem 9.570 hectares e já teve a demarcação homologada em março de 2005. Meses depois, no entanto, uma decisão liminar do então ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Nelson Jobim, suspendeu a demarcação. O ministro atendeu a um mandado de segurança proposto pelo fazendeiro Pio Silva e outros 15.
Em agosto de 2015 um ataque feito por uma caravana de cerca de 40 fazendeiros culminou no assassinato, com um tiro na cabeça, da liderança indígena Semião Vilhalva. O Guarani Kaiowá, Semião Vilhalva, 24 anos, foi alvejado com tiro na cabeça, enquanto bebia água em um córrego, na área de retomada, Semião deixou mulher e filho.