Dourados – 29/01/2010
Insinuação feita pelo governador André Puccinelli é quanto ao mal que a administração do prefeito faz a Dourados
Certamente o prefeito Ari Valdecir Artuzi deve estar dando belas gargalhadas pela volta à tona do apelido pelo qual ficou conhecido quando aportou às terras de seu Marcelino. É que, até que se descobrisse que sua origem era São Valentim, no Rio Grande do Sul, esta tão exótica figura dava a pinta de ser apenas mais um “catarina”, forma pela qual são chamados os oriundos de Santa Catarina.
Agora mesmo, “lendo” o título deste texto deve ter chamado Eleandro Passaia para tripudiar em cima do blogueiro, com alguma frase do tipo: “até ele já tá admitindo que o Catarina ponha medo no PMDB”. Não, excelência, a insinuação feita pelo governador André Puccinelli é quanto ao mal que a sua administração faz a Dourados, comparando-se aos efeitos do furacão Katrina, que há cinco anos abalou a costa sul dos Estados Unidos.
Não que Puccinelli tenha comparado Valdecir ao Katrina. Não vamos colocar palavras na boca do governador. Além do mais o prefeito não merece tamanha honraria, tanto que o governador usou do desdém – “não vai ser um Katrina douradense qualquer que vai atrapalhar nosso trabalho” – para, num rabicho de frase, fazer um afago, em tom de desagravo, ao seu fiel companheiro Odilon Azambuja e a toda equipe da Sanesul, pelo tanto de cacete que dele têm levado por causa das obras do PAC.
Mas como para quem sabe ler um pingo é letra, com isso o governador aproveitou para colocar os pingos nos is nesta já conturbada questão da volta de Valdecir ao PMDB, partido do qual saiu justamente por não querer se submeter à liderança do mesmo Puccinelli. E, mais uma vez, não vou colocar palavras na boca do governador, mas uma fonte, que, além de segura, é das mais meigas e mais bonitas da varanda da governadoria, garantiu ontem que Valdecir é quem está de assanhamento para voltar ao partido.
Nada a ver, portanto, com a vontade do chefe. Isto, para corroborar aquilo que já havia dito Geraldo Resende, quanto à sua incômoda situação no caso de ter de voltar a conviver partidariamente com quem tanto lhe espezinha, o mesmo acontecendo com outras lideranças, como Antonio Nogueira e Laudir Munaretto, que pensam mais ou menos da mesma forma.
Assim sendo, o Katrina dos guavirais assusta (até porque quando cisma não há cristo que aguente), não pela liderança que já começa a se esvair, como mostram as mais recentes pesquisas, mas pelo rastro de destruição que deixa por onde passa. E o PMDB que, impotente, assiste à destruição da cidade, não vai querer em suas trincheiras o inimigo que pretende combater ferozmente daqui para 2012.
Fonte: Valfrido Silva (*)