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As pinguelas que Alan Guedes precisa pular daqui até a ponte para a reeleição

O prefeito Alan Guedes começa a correr contra o tempo para tentar sua reeleição

Valfrido Silva, do Contraponto MS –

Preferindo ignorar a possibilidade de dons premonitórios do prefeito Alan Guedes, nesses tempos de dilúvio Brasil afora, um morador da 5ª. Linha liga para “denunciar” uma ponte construída pela prefeitura sobre o Córrego Laranja Lima: “Mais alta que a ponte Rio-Niterói”, exagera o dito-cujo. Senão um getulista empedernido, já que diz com orgulho ser nativo da Colônia Agrícola Nacional de Dourados, um saudosista do brizolismo, pelo rompante da denúncia seguida de outras observações para desqualificar a obra, como “o aterro mais caro que a ponte”, pela necessidade do carreto de terra longe dali. E, para complementar, o mais grave, a informação de que engenheiro-responsável só apareceu por lá depois da obra concluída.

Questões de engenharia e custos à parte, além de preventivo, seria apenas o cúmulo do contraditório uma ponte tão alta para um córrego com uma vazão d’água tão mixuruca. Isto, em se tratando da terra de seu Marcelino, onde lá pelos idos da década de 1950 um nobre edil protestou da tribuna do Jaguaribe contra o requerimento de um colega propondo a construção de uma ponte sob (sic) um rio, alegando que isso contrariava a lei da gravidade. Querendo ajudar, um colega de bancada aventou a possibilidade de se revogar a tal lei da gravidade, ao que um vereador petebista de quatro costados alertou que esta era uma lei do finado Getúlio e que isto não seria justo com o fundador da Colônia Agrícola de Dourados.  

Sem conseguir esquecer as imagens da tragédia de São Sebastião, onde um parente afim ficou dois dias na lista dos desaparecidos e, com as coisas pretejando por aqui também, fui dar uma bisbilhotada nas duas “pinguelas” recém-construídas em Dourados – a da prefeitura, na baixada da Hayel Bon Faker entre o BNH III o Jardim Europa, por tudo o que gerou de polêmica e, no mesmo Laranja Doce, correnteza um pouco à baixo, a do governo do Estado, na antológica rua dos Caiuás. Ambas firmes, apesar da advertência de um conterrâneo do Jaguapiru de que esta última ficou muito baixa e o córrego até já teria transbordado com as últimas chuvas. Interessante notar – e só o progresso para explicar – que nos tempos em que ali dava minhas primeiras braçadas (o famoso nado cachorrinho) no entremeio dos mergulhos das mulheres da “Coréia” (ou ZBN), que utilizavam o local como balneário, o Laranja Doce tinha um volume de água muito maior e nunca houve registro de inundação. E olha que chovia! Como no dia de um eclipse em que tivemos que levar lanternas para fisgar uns lambaris em plena luz do dia (não é história de pescador!). Além da “escuridão” do sol, o das sempre assustadoras e carregadas nuvens negras.

Nuvens negras como as CB’s que insistem em pairar sobre o mal-assombrado barracão da Coronel Ponciano, onde despacha Alan Guedes. Logo ele, que com a especialização em política do Jaguaribe aprendeu a construir pontes como a que o levou à prefeitura, mas para lá levando, com raras exceções, apenas especialistas em pinguelas.

O grande problema de Alan Guedes, a partir de agora, além das eternas demandas da Saúde e da buraqueira que quadruplica na periferia ao fim de cada chuvica de verão é o terrível adversário que aparece sempre em meados do terceiro ano de mandato. Não, não estou falando do ex-padrinho político Zé Teixeira, de Barbosinha, de Murilo Zauith, de Geraldo Resende, de Marçal Filho, de Tiago Botelho, muito menos de Rodolfo e Lia, Nogueiras. Estou falando do relógio.

Alan Guedes precisa urgentemente reforçar o time de engenheiros que entendam não apenas de betume e de concreto, para as famigeradas operações tapa-buracos, pontes e serviços afins, mas de gestores sérios para pensar e cuidar de empreendimentos como a joia da coroa (o Fonplata, que vai fazer jorrar dinheiro na cidade), antes que o xerife Ricardo Rotunno acorde de seu sono profundo e volte a ter pesadelos. Engenheiros que conheçam os becos da Vila Rosa, o brejão abaixo da Rodoviária, as voçorocas do Cachoeirinha, não apenas as belas avenidas de acesso aos condomínios fechados. Mais, de engenheiros da política. Na pior das hipóteses, de alguém com competência pelo menos para tirá-lo da clausura, liberando sua agenda, para que possa, aí, sim, construir a ponte definitiva que o leve à sua excelência, o tal do povão.  

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