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Atentado contra escritor Brígido Ibanhes completa três anos

Dourados – 12/05/2009

Nesta quinta-feira, 14, completa três anos que o escritor Brígido Ibanhes, presidente da ADL (Academia Douradense de Letras) foi vítima de um atentado que destruiu parte da sua casa e deixou ferida sua esposa Elisângela dos Santos de Souza Ibanhes. O atentado aconteceu às 20h45 algumas horas depois da publicação de um artigo num jornal local intitulado “O grande circo político dos agricultores”. Brígido relembra o fato e diz que passado todo este tempo a polícia ainda não solucionou o caso. “Até agora não sabemos quem foi a pessoa que jogou um coquetel molotov em minha casa”, disse o escritor que também coordena o METRA (Movimenta de Moralização e Ética no Trato da Coisa Pública) fundado em 1991. O escritor disse que o coquetel foi jogado na sala de sua casa enquanto assistia televisão com sua esposa. Na época fazia muito frio e “graças ao cobertor que nos protegeu sofremos apenas queimaduras mais graves nos pés e mãos”, disse Brígido acrescentando que “a sala ficou completamente destruída e a casa toda chamuscada”. Ele e sua mulher foram socorridos por fiéis que assistiam a um culto de uma igreja evangélica que funcionava ao lado de sua casa. O Corpo de Bombeiros debelou as chamas e as vítimas foram para o pronto-socorro do Hospital Evangélico. O escritor afirma que sua esposa ficou durante meses fazendo tratamento para minimizar a gravidade das queimaduras. Brígido também ficou três sem poder andar por causa das queimaduras em seus pés. “A mão da minha esposa ficou desfigurada e o trauma psicológico ainda permanece bastante forte”, disse Brígido que é autor de uma dos mais polêmicos livros da literatura sul-mato-grossense: “Sílvino Jacques – O último dos bandoleiros”. No mesmo dia do atentado no primeiro distrito de Polícia Civil de Dourados foi instaurado o inquérito 256/2006 sob a responsabilidade do delegado José Roberto Batistela. “Eu e minha esposa fomos ouvidos em depoimento somente em 28 de junho, um mês e meio depois do atentado”, disse o escritor. “Encontra-se em poder da Polícia, estilhaços da bomba e o estopim, uma meia grossa usada em tênis”, explicou ele. Ibanhes, disse que no Ministério Público, o promotor João Linhares Júnior, titular da 4ª Promotoria de Justiça cuida do processo. Em depoimento dado ao promotor em 23 de março de 2007 foram arrolados nomes de vários suspeitos e entre eles estavam políticos com mandato, advogados e até empresários. No artigo escrito por Ibanhes havia críticas ao que ele chamava de “truculência dos ruralistas nas suas manifestações que ocorriam naquela época”. O escritor disse no artigo que “como fiscal do Banco do Brasil por quase cinco anos sempre defendi o pequeno e o médio agricultor e ruralista, pois sempre pagam direitinho as contas e executam as obras propostas; mas, entre os grandes, boa parte só quer viver à custa do dinheiro do Governo Federal, escorados em políticos que articulam os esquemas de empurrar as dívidas com a barriga. Em alguns anos é compreensível a questão climática, mas, quando a safra é boa, nada justifica a inadimplência”. Como a crítica do escritor, no artigo, foi muito contundente, ele acredita que “é quase certa que a motivação do atentado tenha partido como um ato de terrorismo e de vingança por eu esclarecer à população que aquelas manifestações eram político-partidárias, e não sociais como se propunha”, explicou Ibanhes, lembrando que “a grande maioria dos agricultores foi manipulada pelas lideranças, que insuflados com as rebeliões do PCC (Primeiro Comando da Capital), aproveitaram o momento para extravasar seu ódio e intolerância com a liberdade de expressão”. O escritor disse que “ainda acredita na justiça” e fez um apelo para “aquelas pessoas que saibam de alguma informação que possa ajudar nas investigações que e entrem em contato com a polícia para que o caso seja elucidado e coloquemos um fim neste drama que vitimou a minha família.

Fonte: Nicanor Coelho/Midiamax

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