O corpo da menina Anna Cecillya, de 9 anos, vítima de estupro e assassinato, foi enterrado na tarde desta terça-feira (28) em Branquinha, interior de Alagoas. A liberação ocorreu após a Justiça acatar o pedido da Defensoria Pública do Estado e determinar que o corpo da criança fosse necropsiado e liberado em até 24 horas.
No pedido, os defensores públicos Thiago Garcia e João Sinhorin argumentaram que, devido à impossibilidade de identificação por meio do RG ou ficha odontológica, foi realizado um exame de DNA para a correta identificação do corpo da criança, mas não havia previsão para o resultado desse exame, o que preocupava a família quanto à possibilidade de aguardar meses para a identificação e, assim, não conseguir realizar um sepultamento digno.
A mãe de Anna Cecillya chegou ao local do enterro amparada e carregando flores. “Só dizer que eu a amo muito e que o papai do céu cuide dela”, disse Juliana dos Santos.
O tio José Celino afirmou que Anna Cecillya era uma criança alegre. “Ela não fazia nada com ninguém. Ela não tinha uma palavra para xingar ninguém. Era uma menina inocente“, contou.
O guarda municipal Wemerson Nicácio faz parte do grupo da cidade de União dos Palmares que ajudou nas buscas pela menina em Branquinha.
“Viemos para Branquinha para encontrar ela. A gente queria encontrar com vida, mas infelizmente aconteceu essa tragédia, encontramos sem vida. Abalado, mas com sentimento de dever cumprido, porque a gente vai dar um enterro digno à menina e à família também”, disse.
Estupro confirmado
Anna Cecillya desapareceu após sair de casa para brincar no dia 21 de janeiro. O corpo dela foi encontrado no domingo (26) no Conjunto Raimundo Nonato, na zona rural de Branquinha.
Durante coletiva nesta terça-feira (28), a Secretaria de Estado da Segurança Pública (SSP), por meio das Polícias Civil e Militar, confirmou que a criança foi estuprada antes de ser assassinada.
Vizinho de 17 anos e namorado de tia
De acordo com as investigações, o homem preso é namorado de uma tia materna de Anna Cecillya e havia se mudado recentemente de Goiás para Alagoas. Ele a conheceu pela internet há 15 dias e passou a viver em uma casa próxima à da vítima.
“O menor conhecia a vítima há mais tempo e o maior foi morar com a tia da vítima. Todos viviam na mesma comunidade”, afirmou o delegado Thales Araújo.
Agressões físicas
O adolescente revelou detalhes que coincidem com o laudo pericial, segundo a polícia. A menina sofreu agressões brutais, incluindo golpes de madeira na base do crânio e no rosto.
“Os relatos do adolescente são 100% compatíveis com as lesões verificadas no exame técnico”, disse o delegado Thales Araújo.
Os delegados informaram ainda que os dois suspeitos devem responder por estupro, homicídio qualificado e ocultação de cadáver. O adulto será ainda acusado de corrupção de menores. A Polícia Civil segue com a investigação em andamento para esclarecer outros detalhes relativos ao crime.
(Com informações g1)