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Caso Vitória: laudos revelam sangue da vítima na casa do suspeito e que ele agiu sozinho

Os laudos periciais confirmaram a presença de sangue da adolescente Vitória Regina de Sousa na casa de Maicol Antonio Sales dos Santos, principal suspeito de assassiná-la em Cajamar, na Grande São Paulo. De acordo com a polícia, também foram encontradas amostras de DNA da vítima no carro dele. 

A adolescente de 17 anos morreu após ser esfaqueada no dia 27 de fevereiro, e seu corpo foi encontrado em 5 de março. O rapaz está preso desde o dia 8 de março, e deverá ser indiciado por homicídio qualificado, sequestro e ocultação de cadáver.

As informações sobre os laudos foram dadas durante uma coletiva de imprensa realizada pela Secretaria de Segurança Pública. O perito criminal Ricardo Lopes Ortega, diretor do Centro de Perícias do Instituto de Criminalística, apontou que foram realizados exames na casa do suspeito, nos carros dele e no corpo de Vitória.

No corpo da adolescente, foram encontrados três ferimentos de facadas: um na região do tórax, do lado esquerdo, no pescoço e próximo a orelha esquerda. Segundo o laudo do IML, ela teve lesões fatais e morreu por hemorragia interna e externa.

Já na casa de Maicol, os métodos para análise foram o de exame à vista desarmada, no qual os profissionais buscam possíveis vestígios, além de exames com equipamentos, como o de quimioluminescência, para detecção de manchas de sangue latente, scanner 3D e drones. 

“A gente pode dizer que no imóvel periciado, aquele imóvel de posse de Maicol, foi encontrado uma mancha de sangue latente no batente da porta do banheiro, na altura da metade da porta. O exame de confronto genético realizado pelo Núcleo de Biologia e Bioquímica, permitiu constatar que havia sangue humano e o sangue era da vítima Vitória Regina de Souza”, explica. 

A polícia também apura se ela foi levada para o imóvel. “Com base no interrogatório dele, a presença de Vitória na casa estaria excluída. O que podemos afirmar com certeza é que ela se apoiou no batente do banheiro ou ele próprio, mas com elementos sanguíneos ou fluidos corporais diversos dela”, afirmou o delegado de Cajamar, Fábio Lopes Cenachi. 

Já em um dos carros, a perícia encontrou na traseira do banco dianteiro direito uma mistura de material genético do suspeito e da vítima, como suor. Nos demais veículos, não havia nada que corroborasse com a investigação. 

Cenachi aponta que a probabilidade é que a vítima não tenha sido morta no carro também, pois marcas de sangue teriam sido encontradas no automóvel. “Até o momento, com a prova técnica produzida, a probabilidade é que não tenha sido dentro do carro porque se você pegar uma base de aorta aqui dentro, nós vamos sujar essa sala inteira. Ele teria que jogar o carro fora, não adianta querer limpar”, explicou Fábio Lopes Cenachi, delegado de Cajamar.

Quanto à possibilidade de Vitória ter sido violentada sexualmente por três pessoas diferentes, o diretor do IML, Vladimir Alves Dos Reis,  não há como comprovar, já que não existe nenhuma comprovação técnico científica desse tipo de violência no corpo da vítima. 

“Nem por uma e nem por três pessoas durante o período em que ela ficou em cativeiro eventual. Nós concluímos que ela foi vítima de agressões físicas em vida por conta do tipo de lesão que nós encontramos, ela veio a falecer de ferimentos perfurocortantes (facada)”, declarou.

A polícia ainda tenta concluir qual foi o local em que Vitória foi morta. Ainda segundo a investigação, Maicol será mantido preso e o delegado deve pedir a prisão preventiva, para que ele fique detido até a condenação. 

A reconstituição do caso está marcada para ocorrer na próxima quinta-feira, 24, após o suspeito passar por exame psiquiátrico, no qual será avaliado o perfil comportamental dele. Depois disso, o inquérito será concluído pela polícia e relatado ao Ministério Público (MP) e à Justiça.

Em nota, a defesa de Maicol afirmou que não teve acesso aos laudos, e que as informações ainda não constam no processo. “Ressaltamos, por oportuno, que toda e qualquer prova é passível de oportuna verificação quanto a sua idoneidade”.

Confissão
Um vídeo divulgado pela polícia mostra Maicol confessando o crime e dando detalhes da execução. Na gravação, feita dentro de uma sala da delegacia, Maicol aparece de costas enquanto responde às perguntas de um escrivão e ao menos dois policiais. Ele afirma que agiu sozinho e admite ter enterrado o corpo da jovem.

Durante o depoimento, a polícia questiona se ele sofreu ameaças, e Maicol responde que sim, tanto “dos presos” quanto “do pessoal lá fora”. Ele também nega qualquer envolvimento dos outros investigados no caso, incluindo Gustavo Vinícius, ex-namorado da vítima, e Daniel Lucas Pereira. Além disso, afirma nunca ter tido passagens pela polícia e descarta qualquer ligação com facções criminosas.

De acordo com a confissão, Maicol atraiu Vitória para seu carro, um Corolla prata, oferecendo uma carona. Dentro do veículo, iniciou-se uma discussão sobre um suposto envolvimento que os dois teriam tido no passado. Em certo momento, segundo seu relato, a jovem o agrediu com tapas e arranhões. Ele então pegou um objeto cortante ao lado do banco do motorista e desferiu dois golpes de faca—um no pescoço e outro no peito.

O suspeito disse que a vítima morreu rapidamente e não chegou a gritar devido à gravidade dos ferimentos. No entanto, o laudo do Instituto Médico Legal (IML) aponta três perfurações no corpo de Vitória, um detalhe que difere da versão apresentada por Maicol.

Outro ponto controverso do depoimento envolve o estado do corpo da adolescente. Maicol negou ter arrancado ou raspado o cabelo da vítima e sugeriu que a perda do couro cabeludo ocorreu devido à decomposição e a um possível arrasto do corpo.

Na época, a defesa questionou legalmente o depoimento. Mas durante a coletiva, a investigação afirmou que o suspeito foi respeitado e não sofreu qualquer tipo de coação.

(Com informações Terra.com)

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