José Henrique Marques –
Embora eu funcione organizando minimamente minha vida profissional e pessoal, sou um homem de improviso, principalmente na hora “h” de materializar uma ação. É verdade que nesses momentos decisivos, a tese e a antítese já estarão maturadas em minha mente. O posicionamento que será exposto na fala ou na escrita dependerá de como processarei as informações temporais naquele instante. Às vezes sou brilhante, e em outras nem tanto, que levam a perdas, algumas até devastadoras. Mas, sou assim – incorrigível nesta altura da vida.
No final de fevereiro passado supri uma curiosidade e conheci a cidade de casas redondas e pirâmides: Cidade Zigurats, localizada no alto da Serra da Bodoquena, no município de Corguinho, em Mato Grosso do Sul. Foi um passeio improvisado com a psicopedagoga e escritora Denise Caramori. Dois curiosos de áreas profissionais distintas, mas que convergem, pelo menos, nos princípios da semiologia.

Os sinais, a rigor, são a matéria prima daquele lugar, seja da história da civilização humana, do campo geomagnético terrestre, do espaço, de onde volta e meia surgem, supostamente, extraterrestres, os “parceiros”, como são tratados.
Mas, o cerne da questão é o cérebro humano e seus mistérios. Cidade Zigurats é uma comunidade curiosa, com paisagem deslumbrante, no alto de um morro, ladeado por vales. A população é flutuante, em torno de mil pessoas; são gentis e hospitaleiras. Transpira conhecimento e professa teses pouco ortodoxas, mas críveis.
Zigurats remete a forma de templo de arquitetura inspirada em pirâmides dos antigos sumérios, que viveram há milhares de anos na Mesopotâmia, região que hoje corresponde aos territórios do Iraque, Irã e Jordânia, no Oriente Médio.

Foi uma visita breve, não mais do que 3 horas, incluindo aí, o tempo do almoço num restaurante/refeitório, com preço justo, cujo tempero lembrou as saborosas “comidas de fazenda”, de antigamente.
A chegada para mim foi impressionante. Coincidência ou não surgiram, alternadamente, dois motociclistas, como se fossem seguranças do local checando os forasteiros. Do nada desapareceram sem nos abordar. Chamou-me a atenção a fisionomia diferente e sorridente deles, pareceram idênticos e logo veio a trolagem: seriam Ets da família Bilu?
A primeira parada foi no observatório astronômico. O pesquisador gaúcho Marcus Vinícius Rigo, responsável pelo local, nos recebeu. Com outros cinco visitantes, de Campo Grande, fomos apresentados, via vídeo e esclarecimentos, à Dakila Pesquisas, o “ecossistema”, do qual orbitam várias empresas sob a liderança de Urandir Fernandes de Oliveira, o visionário de tudo do que vimos e veremos.

Saímos de lá pensativos e, no almoço, conhecemos e sentamos na mesma mesa de Ana de Zigurats – uma acolhedora e educada aposentada do serviço público federal de Brasília. Tem uma casa redonda na cidade e alterna morada com a Capital Federal.
Não sei a Denise, com quem ainda conversei pouco sobre a recente viagem, mas fiquei com a impressão de que Ana de Zigurats é uma mulher inteligente, culta e muito espiritualizada. Nos convidou a retornar à Cidade, em períodos de palestras com gente de todo o Brasil e de vários países. Eu, pelo menos, pretendo um dia voltar.
O que mais me chamou a atenção no breve, mas proveitoso, diálogo com Ana de Zigurats, foi com relação ao tempo e a vida. Ela trabalha com a perspectiva [e acredita] de que o ser humano nasceu geneticamente para viver no mínimo 123 anos (tudo dependeria da alimentação), podendo chegar aos 900 anos.

Quanto ao “123”, julgo absolutamente normal. Afinal, cientistas cravam categoricamente que já nasceram as gerações de humanos que viverão mais de 100 anos, e não apenas aquelas exceções estatísticas de hoje. Sobre os 900 anos, sei não, quem sabe sem a matéria (a carne), apenas com a alma ou espírito e, talvez, nesse caso, atingiremos à eternidade. Divagações. Não estou absolutamente qualificado a fazer esse debate. É missão dos cientistas, visionários, profetas e outros quetais.
Sinceramente, espero que Ana de Zigurats esteja correta. Gostaria de estender a existência de nossas gerações e, assim, dialeticamente encurtar distâncias. Particularmente, estaria no meio do caminho e, quem sabe, teria tempo e oportunidade de curtir muita coisa boa da vida que hoje me parece impossível.
O registro fotográfico dessa matéria é de Denise Caramori, salvo uma de minha autoria e outra da Dakila Pesquisas. A montagem da capa é de Eduarda Souza, daqui da Folha de Dourados.
Quanto a Cidade Zigurats e Dakila Pesquisas, transcrevo esclarecedora entrevista do jornalista Rogério Alexandre Zanetti, da Revista Impacto MS, com Urandir Fernandes de Oliveira.
Leia a seguir:
Para o ano de 2025, o Ecossistema Dakila aguarda por grandes novidades. E dentre as quais, podemos destacar o início dos testes tripulados do “carro voador”, avanços das pesquisas em Ratanabá, na Amazônia; e o início das operações de um dos telescópios mais modernos do mundo, dentro do Centro Tecnológico, na Cidade Zigurats.
Dakila – com sede mundial em Corguinho, pouco menos de 100 km da capital Campo Grande – é o “guarda-chuva” de diversas empresas, entre as quais se destacam o BDM Digital, 067 Vinhos, kion Cosméticos e Dakila Pesquisas.
E justamente Dakila Pesquisas que tem chamado a atenção do mundo científico com atividades como o adiantado mapeamento do mítico Caminho de Peabiru, o avanço das obras do Monumento Escalonado de Dakila (a grande pirâmide em Cidade Zigurats, na zona rural de Corguinho), e pelas pesquisas e descobrimentos em Ratanabá, na Amazônia brasileira, entre tantos.
Sobre este e outros assuntos pertinentes, a entrevista é com Urandir Fernandes de Oliveira, CEO de Dakila, 61 anos, nascido em Marabá Paulista, SP, arqueólogo e pesquisador conhecido mundialmente.
O que é, e o que faz Dakila?
Urandir Fernandes de Oliveira: Primeiro, convém dizer que Dakila é uma palavra de origem Irdin, o primeiro idioma do mundo, que significa sábio de si mesmo e buscadores do mundo. Isso para nós é mais que um nome, é um conceito. Portanto, Dakila é o nome do ecossistema que contém várias empresas, cada uma com sua vocação, função e funcionamento. Já Dakila Pesquisas é uma dessas empresas, que desenvolve trabalhos científicos no mundo todo em diversas áreas, como genética, biomedicinas, astrofísica, etc.
E de onde vem os recursos?
As empresas de nosso ecossistema são autossustentáveis, desenvolvendo e comercializando os produtos oferecidos. Já Dakila tem recursos do ecossistema, mas por se tratar de uma associação com milhares de membros de todo o mundo também tem financiamento próprio.
E quantos associados tem Dakila Pesquisas e quaisquer pessoas pode se associar?
Temos cerca de 750 mil associados brasileiros e de países como Paraguai, Argentina, Uruguai, Estados Unidos, Portugal, Espanha e outros. E qualquer um que entenda nossa filosofia de trabalho tem lugar aqui. E é por isso que a cada dia chegam mais pessoas, que entendem que Dakila é um lugar especial, único e repleto de pessoas talentosas que buscam o avanço da humanidade. Ao se tornar um associado, o indivíduo integra uma comunidade que se encontra no compromisso de contribuir de maneira significativa para o desenvolvimento de várias áreas, em especial à ciência. Aqui, trabalhamos em benefício e pelo avanço da humanidade, temos sede por conhecimento, vontade de mudar o mundo, somos pessoas que buscam o novo, e queremos desafios e vivenciar experiências que vão reformular a forma de pensar sobre a vida. Eu costumo dizer que uma vez em Dakila, nunca mais você será o mesmo, em termos de pensamentos positivos, ações, atitudes, pesquisas, faro para investigações, enfim são muitas as mudanças, sempre para melhor, visando o crescimento. Se você é uma pessoa assim, seu lugar é em Dakila, sem preconceito ou tendência política, religiosa ou algo assim.
Pelo que se nota, Dakila Pesquisas atua em atividades polêmicas. Isso é proposital?
O que ocorre é que atuamos onde a ciência formal e acadêmica não atua. Pensamos e trabalhamos “fora da caixinha” do sistema. E nesses anos todos, notamos que a ciência formal é, na verdade, conservadora…
Conservadora, o senhor disse isso mesmo?
Sim, conservadora no sentido de ter grandes dificuldades com novas ideias e descobertas. De certa forma, entendemos isso, porque é mais fácil continuar assim como tudo está do que reescrever a história. Além disso, tem a vaidade de cientistas e pesquisadores em admitir que novos elementos e conhecimentos foram adquiridos e incorporados ao que antes parecia uma verdade absoluta.
Dakila está construindo uma gigantesca pirâmide na zona rural de Corguinho. Vale a pena um empreendimento desse tamanho e natureza?
Cidade Zigurats, no alto da Serra da Bodoquena, no município de Corguinho. Ao centro, a construção da grande pirâmide.
Sim, vale muito. Ali já temos a Cidade Zigurats, onde já vivem mais de 200 famílias e muito mais gente chegando. As pessoas buscam lá a vida no campo, a paz e a tranquilidade. Mas, não apenas isso, sabem que se tratam de um lugar único no mundo. Estamos sob influência da Anomalia do Atlântico Sul, fenômeno que é caracterizado por uma intensidade mais fraca do campo geomagnético terrestre em comparação com outras regiões do planeta, e isso significa que nos encontramos em posição estratégica e privilegiadas para desenvolver estudos em geomagnetismo e outros tantos. Como sabíamos há muitos anos que esses fenômenos pairariam sobre a região, já planejamos antecipadamente tanto a Cidade Zigurats quanto o Monumento Escalonado que, aliás, está em fase acelerada de construção. Nesse momento, já cobrimos com laje o primeiro dos doze pavimentos de uma estrutura que terá 63 metros tanto de largura como de comprimento, e ainda nove metros de profundidade. Teremos a disposição da humanidade e do pensamento avançados centros de pesquisas e estudos, mas também um shopping center com cinema, e outros espaços para diversas atividades que atrairão, não apenas estudiosos de todo o planeta que irão gerar conhecimento, mas também turistas que vão alavancar a economia da região e também de Campo Grande e de Mato Grosso do Sul.
O senhor provocou e provoca grandes polêmicas, como por exemplo, na divulgação dos estudos sobre Ratanabá. O que podemos afirmar com essa questão?
Olha, as pesquisas e estudos sobre Ratanabá nem deveriam causar tanto estardalhaço. Se analisarmos com atenção e cuidado, vamos lembrar que se trata de um dos mistérios e procura dos mais antigos da América Latina, talvez do mundo, desde a chegada dos espanhóis e portugueses por aqui. Ratanabá já foi chamada de Eldorado, de Cidade Z, de Cidade Dourada ou de ouro e tantos outros nomes. Já foi motivo de grandes filmes como Aguirre, a Cólera dos Deuses, do cineasta alemão Werner Herzog; de livros e músicas. Quando, nos primeiros anos do século XX, o coronel inglês Percy Fawcet desapareceu na Amazônia, na Região da Serra do Roncador, em busca do que ele chamava de Cidade Z, deu origem ao personagem Indiana Jones no cinema. Portanto, a única novidade é a pesquisa diferenciada que faz Dakila, usando tecnologia de ponta. Depois de 40 anos de pesquisa, estamos usando alta tecnologia do L.I.D.A.R. por inteligência Artificial, que nada mais é do que um super scanner, que mapeia toda a região sem a necessidade de escavar ou desmatar. Assim, tivemos significativos avanços, como as quadras traçadas da grande cidade, túneis e cavernas e algo que vamos divulgar publicamente ainda este semestre: a descoberta de ossadas de crânios gigantes. Ou seja, 2025 vai ser de mais assombro ainda para a comunidade científica, nos aguardem.
Sabemos que o senhor é também um homem de grandes negócios. Como consegue compatibilizar tudo isso?
Ah, sim, o Ecossistema Dakila tem várias empresas, de diversas áreas. Claro que não as administro sozinho, e em cada uma delas temos um corpo técnico-profissional competente e de extrema confiança. Graças a isso consigo compatibilizar tudo, e a todos eles, deixo meu agradecimento especial e reconhecimento.
Busque conhecimento é uma espécie de slogan do senhor e de sua associação de pesquisa. Isso é uma espécie de mantra, ou obsessão?
O conhecimento é a grande ferramenta de libertação da humanidade. Com conhecimento nos libertamos da tirania, do medo e da ignorância. No bom sentido, buscar o conhecimento é sim uma obsessão de Dakila. Sócrates já ensinou que o verdadeiro conhecimento começa com admitir a ignorância. Isso é apenas o primeiro passo, basta admitir, como ele dizia, que “só sei que nada sei”. O discípulo de Sócrates, Platão, por sua vez nos ensina que o conhecimento vem das ideias e ideais. E é por essas coisas que somos movidos, ideias e ideais, para poder – sem parecer pretensioso -, contribuir para mudar o mundo, ainda mais se aplicarmos o conhecimento de outro grande filósofo grego, Aristóteles, estudante de Platão, que acreditava que o conhecimento vem da experiência sensorial e da observação. E juntamos essas três lições desses grandes visionários: admitir que sempre precisamos aprender mais, tendo ideias e ideais, mas principalmente entendendo que a mente humana pode compreender o mundo compilando e analisando dados. Também temos a humildade de entender que não estamos sozinhos, que tem muita gente boa em campo trabalhando, e demonstrando isso abrindo nosso trabalho e estudos para parcerias, inclusive com universidade em todo o Brasil e outros países. Isso explica nossa associação científica, porque com ela saímos da teoria à ação. Por isso que Dakila avança grandemente em suas pesquisas, incomodando a ciência formal acadêmica, porque ao juntar esses três conceitos com nossa independência – inclusive econômica – estamos realmente sacudindo o mundo.