Juliel Batista –
Em votação na noite desta segunda-feira (1), a Câmara Municipal de Dourados aprovou o Projeto de Decreto Legislativo nº 185/2024, de autoria do vereador Marcelo Mourão (PL), e concedeu o Título de Cidadão Douradense ao ex-presidente Jair Messias Bolsonaro (PL) “em reconhecimento aos bons e relevantes serviços prestados ao Município”.
O debate teve início após a fala do vereador Elias Ishy (PT), que questionou a legitimidade de concessão desse título. O petista interpelou Mourão sobre quais foram os fatos relevantes e os serviços que o ex-presidente trouxe para Dourados já que, para ele, nenhum feito visível e benéfico aos douradenses foi realizado no mandato presidencial passado.
“O ex-presidente criou uma Universidade Federal? Não. Criou um Instituto Federal? Não. Criou uma política da saúde, como o Hospital Universitário? Não. Criou uma UPA, um SAMU? Também, não. Tudo políticas dos governos passados”, disse o vereador petista na tribuna da Casa.
“O ex-presidente criou uma Universidade Federal? Não. Criou um Instituto Federal? Não. Criou uma política da saúde, como o Hospital Universitário? Não. Criou uma UPA, um SAMU? Também, não. Tudo políticas dos governos passados”
Elias salientou que sua posição não era algo pessoal, em relação à proposição do vereador Marcelo Mourão, mas que não conseguia justificar aos eleitores de Dourados, quais foram os feitos que o ex-presidente Bolsonaro trouxe para a cidade.
Depois, o vereador Juscelino Cabral (PSDB) entrou no debate e colocou a “sua imensa admiração” pelo ex-presidente, por considerá-lo um divisor de águas na política brasileira, “um defensor de valores essenciais para a sociedade”. O tucano disse, contudo, que o projeto apresentado poderia ter detalhado melhor a importância de Bolsonaro para Dourados e para o País.
“É de conhecimento de todos que sempre defendi o ex-presidente Bolsonaro. Podemos dividir a história brasileira em duas partes, o antes e o depois dele. Com ele, passamos a conhecer a política no Brasil”, afirmou Juscelino.
“É de conhecimento de todos que sempre defendi, o ex-presidente Bolsonaro. Podemos dividir a história brasileira em duas partes, o antes e o depois dele. Com ele, passamos a conhecer a política no Brasil”
Em defesa de sua iniciativa, Marcelo Mourão lembrou que o projeto do Fonplata [com investimentos previstos na ordem de 40 milhões de dólares] foi aprovado, em 2022, na gestão de Jair Bolsonaro, o que, só isso, justificaria a homenagem ao ex-presidente.
Depois do debate, com falas de outros vereadores, inclusive pedindo a retirada do projeto para melhorar a redação, a matéria foi aprovada por 12 a 01. Seis vereadores estavam ausentes.
Veja os votos:
A favor: Marcelo Mourão; Sérgio Nogueira; Daniel Júnior; Cemar Arnal; Creusimar Barbosa; Diogo Castilho; Laudir Munaretto; Jânio Miguel; Olavo Sul, Maurício Lemes; Marcão da Sepriva e Liandra da Saúde;
Contra: Elias Ishy.