A atuação da Guarda Municipal e da Polícia Militar nas aldeias indígenas de Dourados, Mato Grosso do Sul, tem gerado debates sobre a segurança jurídica dessas operações e a relação entre as forças de segurança e as comunidades indígenas.
Desde o início de 2024, a Guarda Municipal intensificou rondas em escolas e postos de saúde dentro das aldeias, atendendo a solicitações do Ministério Público e de lideranças indígenas.
No entanto, a presença das forças de segurança nem sempre é bem recebida. Em 9 de abril de 2025, uma equipe da Guarda Municipal foi fotografada durante uma ronda na aldeia, e a imagem foi compartilhada nas redes sociais com mensagens incitando a resistência contra a presença policial. Esse episódio evidencia a tensão existente entre a necessidade de segurança e a percepção de invasão de autonomia por parte das comunidades indígenas.
Em dezembro de 2019, policiais militares e bombeiros foram atacados com pedras ao tentarem socorrer um indígena esfaqueado na aldeia Bororó, resultando em viaturas danificadas e ferimentos em um policial . Em novembro de 2024, um protesto por falta de água nas aldeias Jaguapiru e Bororó culminou em confronto com a Tropa de Choque da PM, deixando cinco policiais feridos e dezenas de indígenas lesionados.
Lideranças indígenas têm manifestado a necessidade de segurança preventiva e diálogo com as autoridades. Em março de 2023, representantes das aldeias Jaguapiru e Bororó se reuniram com a Polícia Militar para discutir estratégias de policiamento que respeitem a cultura e os direitos das comunidades.
Ouça o áudio:
“Rapaz, se eu pego eles aqui dentro, aí eu que vou prender a mão deles.
Aí quero ver quem vai vir tirar a mão deles.
Aqui é assim, nós temos que se unir.
União nessa hora, porque lá fora nós perde pra eles aqui dentro, não?
Tem outros que entram, aqui é o Brasil, meu irmão.”