José Henrique Marques –
A pesquisa do Novo Ibrape divulgada na sexta-feira (20) sobre as eleições para a Prefeitura de Dourados, dando ampla vantagem ao candidato do PSDB, Marçal Filho, jogou um balde de água fria nas demais campanhas, notadamente de Alan Guedes (PP), Tiago Botelho (PT) e Bela Barros (PDT). Por esse levantamento, somente um fato novo ou um “milagre”, como essa Folha de Dourados interpretou, será capaz de impedir a vitória do radialista da 94 FM.
Contudo, o histórico de pesquisas eleitorais no Brasil sempre deixa uma boa margem de dúvidas no eleitorado, embora, é verdade, os institutos mais acertam do que erram. E quando erram, geralmente é por manipulação indevida patrocinada por grupos políticos e/ou econômicos, ou seja, crimes impunes nas barbas da lei.
quando erram, geralmente é por manipulação indevida patrocinada por grupos políticos e/ou econômicos, ou seja, crimes impunes nas barbas da lei.
O impacto da surpreendente pesquisa do Novo Ibrape (não por aferir a liderança ao candidato Marçal Filho, mas pelos 32,4% à frente de Alan) foi amortizado pelo titubeio da Ranking em não divulgar a consulta prevista no site do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), em 14 de setembro.
Naquele sábado, havia a expectativa pelos números da Ranking, já que os candidatos ficariam frente a frente no debate da Associação Comercial e Empresarial de Dourados (ACED), onde apenas Marçal Filho não compareceu.
Como a Folha de Dourados acompanha o vai e vem das pesquisas, o jornal foi inquirido várias vezes por causa da tal Ranking, no auditório da ACED, em aplicativos de mensagens e no tête-à-tête. Na segunda-feira (16), incomodada, a direção procurou o responsável pela empresa, Tony Uedo. Ele informou que precisaria fazer “alguns ajustes”, mas que na quarta-feira (18) divulgaria. A Folha, de novo, acreditou, noticiou e se deu mal.
Tony Uedo disse que precisaria fazer “alguns ajustes”, mas que na quarta-feira (18) divulgaria. A Folha, de novo, acreditou, noticiou e se deu mal.
Tratava-se de meia-verdade, porque no dia informado, a Ranking se limitou a divulgar apenas a pesquisa de vereador que, a rigor, tem pouco valor científico, dada a complexidade de aferir números num leque vasto de candidatos – 306 em Dourados – e poucas entrevistas de campo.
Além de não mostrar ao eleitorado douradense a pesquisa de prefeito, o gráfico apresentado e divulgado pela Ranking sobre os vereadores tem erros crassos, com a repetição de dois candidatos com números diferentes. Inacreditável. Veja abaixo:
Por isso que as pesquisas brasileiras estão sempre sob suspeitas. A própria Ranking, nas eleições municipais passadas, aferiu em vários levantamentos a vitória do candidato Barbosinha (hoje vice-governador) com ampla vantagem sobre Alan Guedes, o eleito em 2020. É verdade que na última e decisiva pesquisa “acertou”. Teria sido um milagre?
…com ampla vantagem sobre Alan Guedes, o eleito em 2020. É verdade que na última e decisiva pesquisa “acertou”. Teria sido um milagre?
Se por um lado, a pesquisa do Novo Ibrape desanimou, inicialmente, os adversários do candidato do Governo do Estado, por outro, o comportamento da Ranking reforça a crença de que “milagres” existem.
o comportamento da Ranking reforça a crença de que “milagres” existem.
Na aparente “guerra das pesquisas”, três novos capítulos à vista nesta semana, no front. Nesta terça-feira (24), a Informa Comunicação e Pesquisa Ltda / Grupo Informa deve divulgar seu primeiro levantamento; na quinta-feira (26), a da Ranking (?) e na sexta-feira (27), do Instituto de Pesquisa Pinheiros Ltda.