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Educação cristã integral: alternativa à militarização

Reinaldo de Mattos Corrêa (*) –

A educação, como um pilar fundamental da formação humana, deve transcender a mera transmissão de conhecimentos. Precisa nutrir a alma, cultivar valores e preparar os indivíduos para serem cidadãos conscientes e comprometidos com a construção de um mundo mais justo e solidário. Nesse contexto, a proposta de escolas cívico-militares, com a ênfase na disciplina rígida e na hierarquia, entra em conflito com os princípios cristãos de amor, compaixão e liberdade.

A visão cristã da educação se fundamenta na crença de que cada indivíduo é a criação única de Deus, dotado de um valor intrínseco e de um potencial infinito. A escola, nesse sentido, deve ser o espaço de acolhimento, onde os alunos possam desenvolver as habilidades, os talentos e a espiritualidade. A pedagogia cristã busca formar cidadãos completos, capazes de pensar criticamente, agir com ética e construir relações interpessoais saudáveis.

Ao contrário da rigidez e do autoritarismo característicos das escolas cívico-militares, a educação cristã valoriza a autonomia, a criatividade e a participação dos alunos nos processos de ensino e aprendizagem. A disciplina, nesse contexto, não é imposta de forma autoritária, mas construída a partir do diálogo, do respeito mútuo e da compreensão dos valores que norteiam a comunidade escolar.

A militarização das escolas, com a ênfase na obediência cega e na hierarquia, pode levar à desumanização e à violação dos direitos humanos. A cultura do medo e da punição, característica de ambientes militares, é incompatível com a visão cristã de amor ao próximo e de promoção da justiça. Além disso, a militarização pode dificultar o desenvolvimento do senso crítico e da consciência social, tão importantes para a formação de cidadãos engajados.

A educação cristã, por sua vez, busca formar cidadãos conscientes dos próprios direitos e deveres, capazes de participar ativamente da vida em sociedade. Ao ensinar os valores do Reino de Deus, como a justiça, a paz e a solidariedade, a escola cristã prepara seus alunos para serem agentes de transformação social.

Em vez de militarizar as escolas, devemos investir na educação que promova a formação integral dos alunos, desenvolvendo as capacidades cognitivas, emocionais, sociais e espirituais. Isso significa criar ambientes de aprendizagem acolhedores e inclusivos, onde os alunos se sintam valorizados e respeitados. Significa também oferecer a educação que seja relevante para a vida real, preparando os jovens para os desafios do mundo contemporâneo.

A proposta de escolas cívico-militares é um retrocesso à educação brasileira. Ao invés de militarizar nossas escolas, devemos buscar modelos educacionais que promovam a paz, a justiça e o bem comum. A educação cristã, com os valores de amor, compaixão e solidariedade, oferece uma alternativa promissora à construção de um futuro mais justo e humano para toda a humanidade.

É urgente que a sociedade civil se mobilize em defesa de uma educação de qualidade, que respeite os direitos humanos e que promova a formação de cidadãos críticos e conscientes.

(*) Produtor Rural em Mato Grosso do Sul.

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