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Ermínio Guedes: ‘Mundo atrapalhado na crise’

Erminio Guedes – Consultor –

Donald Trump é o estereotipo da extrema direita, inescrupulosa e violenta. Bilionário egocêntrico, bravateiro e prepotente, cercado por iguais, quer se manter mentindo e ameaçando. No seu primeiro mandato, Trump mentiu 16.241 vezes nos três primeiros três anos de mandato, ou 1,48 mentira/dia, segundo o jornal Washington Post.

Apresentador de TV por dez anos, se comunica de forma contundente e até pouco respeitosa, através de marketing pessoal de arrogância, truculência e mentira, algo que encanta perto de 50% dos americanos. Seu estilo lhe rendeu duas eleições a presidente dos EUA e vários processos na Justiça, muitos deles trabalhistas, os mais recentes variando da prostituição até a política. Sua índole criminosa é visível no perdão aos invasores do Capitólio sob sua orientação, em 2020.

Cresceu na herança do pai, construindo arranha céus, mas com muitas polêmicas. Trump não gosta de impostos e adora economizar centavos. “Vou até o inferno para pagar o menos”, frase que ilustra a postura autoritária e psicopática do magnata, cujo limite se resume nos interesses pessoais.

Filho de imigrantes escoceses, hoje persegue os semelhantes, inclusive negando cidadania às crianças que, como ele, nasceram nos EUA. Toro Sentado, por certo foi mais racional do que Trump. Pelo que se sabe, lutou por seu território, mas não pediu limpeza étnica, como Trump propõe à Faixa de Gaza, tampouco acabar com a natureza como o nefasto quer. Do alto do Trump Tower, 1983, na Quinta Avenida, templo do comércio de luxo de New York, o olhar maligno se encanta na fumaça que sobe ao céu, significando mais dólar da guerra e da extração da natureza.

Para Trump, o seu capital crescendo, não importa os que empobrecem. Aliás, esse pensamento não é muito diferente da média dos americanos. Para eles, EUA não tem a ver com a pobreza dos países que exploram. Negam que a imigração seja o resultado do colonialismo americano. Para esse tipo, quanto menos aos outros, melhor e quanto mais acumulação individual, ótimo.

O fato é que as neuroses de Trump desarrumaram o mundo, em poucos dias. Trump quer ser onipotente e absoluto. A sua imposição imperialista ultrapassou os limites éticos da diplomacia e da legalidade multilateral. As primeiras reações são boas. A justiça e alguns governadores, derrubarão decisões loucas, colocando freio no presidente, como na Califórnia e em New York,. Muitos defendem os imigrantes e são contra a saída do Acordo de Paris, da Organização Mundial da Saúde e dos Direitos Humanos, na ONU.

A intenção de Trump é atrair investidores e desidratar os concorrentes, que ninguém cresça e todos obedeçam. Tudo indica que Trump vai dar com “os burros n’água”. Na guerra tarifária, o feitiço pode virar contra o feiticeiro. País tarifado reage no mesmo tom. A China, gigante mundial, já deu recado consistente: tarifar produtos americanos e abrir o seu mercado aos BRIKS e à União Europeia. Quem ganha e quem prede? Inicialmente todos perdem, não há ganhador.

A China é o nó do projeto ditatorial de Trump, com Elon Musk e Cia. O DeepSeek, nova ferramenta de IA chinesa, muito parecida com o ChatGPT, já causou rombo no casco do navio de Trump/Elon Musk. O DeepSeek superou ChatGPT em popularidade e virou de cabeça para baixo o mercado de IA. O País artificial, movido por big techs, a serviço de idiotizar a população e facilitar o controle imperial do mundo, pode estar derretendo na regulamentação da IA e na retirada das crianças das redes sociais.

A maioria dos países-parte da ONU, não aceitam as imposições do neoimperador. Napoleão foi derrotado pelos próprios erros, de subestimar adversários e acreditar na dominação ilimitada, em qualquer lugar. Algo da ilusão e da fantasia, do grego “ou+topos” traduzido como “lugar que não existe”. Trump se espelha em Platão e perde o objetivo do Estado ideal com justiça e bem-estar social.

Trump está descendo a ladeira, na opinião pública, porque ninguém é bobo, mesmo aqueles que votaram nela.  Mas tem vira latas de extrema direita que babam no bolor autoritário, bradando pelo “estado mínimo” e pela concentração do capital, em meia dúzia de magnatas, companheiros de Trump.

No Brasil, a ideia abominável da Casa Branca, do perdão antecipado aos crimes cometidos contra o estado de direito democrático. Absurdo seria deixar os lobos soltos porque, roubam, matam e se alimentam da carniça. Na alcateia, não há liberdade, um casal manda, reproduz e o resto obedece. O lobo para se manter, discrimina raça, gênero, sexo e condição social. Para subir, se veste com pele de cordeiro e pisa no pescoço dos excluídos, como Trump faz com os imigrantes e quer o mesmo com os palestinos.

Em suma, Trump é o fracasso do capitalismo, que tenta a “alquimia da riqueza” na mudança de mentes pelo sucesso financeiro e abundância existencial. Esse fascínio utópico, motiva pessoas à tendência da IA e a se acharem “iguais”. Evidente a enganação, desde a era “Homo sapiens”, mas é repetida, quando o homem está com a cabeça em marte e os pés na pré-história.

Até onde isso vai? Bem o tempo dirá, mas a prenunciação é de temporais, ciclones, miséria e mortes da floresta.

Pensem nisso!

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