Juliel Batista –
Empresário e dirigente estadual do Partido Novo, Guto Scarpanti, 43 anos, está finalizando o seu primeiro mandato completo à frente da Direção Estadual.
Em entrevista exclusiva à Folha de Dourados, Guto ressaltou a relevância que o partido está tendo em âmbito nacional com forte crescimento em prefeituras por todo o país.
Guto enxerga com bons olhos os 10 anos do partido mas pondera que por ser novo no cenário político, vem sendo prejudicado pela dicotomia PT e Bolsonaro.
Ao comentar sobre a polêmica do Fundo Partidário, apelidado como “Fundão”, o dirigente, salientou que ele sempre foi contrário e, mesmo com a mudança de postura dos demais integrantes do partido, o NOVO permanece contra o contínuo aumento de verba para o fundo eleitoral.
“Continuamos contra a utilização do dinheiro do pagador de impostos para partidos políticos, tanto que a bancada do Novo sempre vota contra os aumentos do fundo eleitoral”
Sobre as eleições partidárias que serão realizadas no final deste mês, Guto Scarpanti disse que “todos os filiados tiveram a possibilidade de se inscrever para concorrer em chapas para a eleição do diretório estadual, mas a votação é apenas para os convencionais que ocorrerá no final deste mês. Os convencionais analisam as chapas inscritas e indicam ou não as chapas para a análise do Diretório Nacional, que faz a sua escolha”.
Confira a seguir a entrevista na íntegra:
Folha de Dourados – O partido NOVO foi registrado oficialmente em 2015, empunhando as bandeiras do liberalismo econômico, das liberdades individuais, do empreendedorismo, de um Estado mais eficiente, enfim, de uma nova política. Qual é o seu balanço sobre esses 10 anos do partido.
Guto – O balanço dos últimos 10 anos é positivo para o Partido Novo. Em 2016 participamos das eleições municipais em apenas 5 cidades e elegemos 4 vereadores. Em 2018 foi nossa primeira eleição federal elegemos 8 deputados federais, 12 deputados estaduais e o governador de Minas Gerais, Romeu Zema. Em 2020 elegemos 29 vereadores e o prefeito de Joinville. Em 2022 conseguimos reeleger o governador de MG mas tivemos uma queda em nossa bancada federal e estadual, apenas 3 deputados federais e 6 deputados estaduais. Ainda tivemos a migração do deputado federal Ricardo Salles e do senador Eduardo Girão. Agora em 2024 elegemos 264 vereadores, 36 vice-prefeitos e 19 prefeitos, portando ao analisar a performance dos últimos 10 anos, vejo como positivo o nosso resultado.
“Agora em 2024 elegemos 264 vereadores, 36 vice-prefeitos e 19 prefeitos, portando ao analisar a performance dos ultimos 10 anos, vejo como positivo o nosso resultado”
Folha de Dourados – A rigor, desde a fundação, o NOVO não deslanchou em todo o País. O que está acontecendo? A visão liberal do partido não foi abraçada pela população?
Guto – O Novo é um partido muito recente na politica nacional, realmente temos uma presença mais forte na região sudeste, mas com o tempo vamos conseguir ter mais presença nos demais estados. Acredito que a visão liberal econômica é abraçada pela população, que consegue enxergar que o Estado mais atrapalha sua vida do que ajuda, porém, infelizmente a gente passou por algumas eleições onde o dicotomismo falou mais alto e quem não estava apoiando 100% o PT ou o Bolsonaro acabou ficando de fora das opções dos eleitores.
” (…) o dicotomismo falou mais alto e quem não estava apoiando 100% o PT ou o Bolsonaro acabou ficando de fora das opções dos eleitores”
Folha de Dourados – O NOVO, inclusive, não pretendia utilizar o fundo eleitoral, mas não é isso que está acontecendo. Como o senhor avalia essa contradição?
Guto – Para mim que estou desde 2016 no Novo e sempre fui contra a utilização do dinheiro dos pagadores de impostos para fazer campanha política e bancar a manutenção de partidos, foi difícil aceitar e inclusive votei contra na convenção nacional. Mas acabei entendendo que quando criamos o Novo em 2015, a realidade era outra. Na época o financiamento público era apenas para a manutenção dos partidos através do fundo partidário e a doação de empresas era permitido. Depois dos escândalos da Lava Jato, a doação de empresas foi proibida e em 2017 o fundo eleitoral começou a ser praticado. Infelizmente o brasileiro não tem o costume de doar dinheiro para políticos, então hoje o financiamento é praticamente todo público. Continuamos contra a utilização do dinheiro do pagador de impostos para partidos políticos, tanto que a bancada do Novo sempre vota contra os aumentos do fundo eleitoral. Mas a não utilização tem que ser para todos, não podemos ir para a guerra com um estilingue enquanto nossos adversários estão com um bazuca.
“Infelizmente o brasileiro não tem o costume de doar dinheiro para políticos, então hoje o financiamento é praticamente todo público”
Folha de Dourados – Um dos nomes proeminentes da política nacional é o governador de Minas Gerais, Romeu Zema. Ele está no segundo mandato, no segundo maior colégio eleitoral do país, com projeções apontando a candidatura dele à Presidência da República, em 2026. Como avalia a gestão Zema? O nome dele tem capilaridade para romper a polarização entre PT e PL?
Guto – A gestão Zema é um exemplo de sucesso, quando o governador assumiu o governo, Minas Gerais estava com os salários e décimo terceiro dos servidores atrasados e os prefeitos não recebiam mais os repasses dos governo do estado, em pouco tempo Zema arrumou as finanças de MG e hoje isso já ficou em um passado distante. Zema conseguiu também atrair mais de R$ 380 bilhões em investimentos e criar mais de 740 mil vagas de emprego com carteira assinada através da redução da burocracia com a revogação de mais de 700 normas, o que resultou na menor taxa de desemprego da história. Creio que os resultados da gestão Zema o qualificam para a candidatura à Presidência da República em 2026. Difícil falar que isso é suficiente para romper a polarização que existe no Brasil, mas quem analisa resultados concretos no lugar de likes da internet, com certeza vê o Zema como uma excelente opção para governar o Brasil a partir de 2027.
“Creio que os resultados da gestão Zema o qualificam para a candidatura à Presidência da República em 2026”
Folha de Dourados – Em Mato Grosso do Sul, nas eleições de 2024, seu partido elegeu apenas dois vereadores, Amambai e Inocência. Não é muito pouco?
Guto – Para quem não tinha nenhum já é um bom resultado, participamos das eleições em 11 municípios com um orçamento de apenas R$ 285.000,00. Conseguimos fornecer assessoria jurídica e contábil mais material impresso para todos os candidatos. Mais importante que os eleitos foi o nosso crescimento no número de filiados e a presença nos 11 municípios, nas eleições anteriores a gente tinha participado apenas em duas cidades, Campo Grande e Dourados.
“Mais importante que os eleitos foi o nosso crescimento no número de filiados e a presença nos 11 municípios (…)”
Folha de Dourados – Na iminência de concluir seu segundo mandato à frente do Diretório do NOVO em MS, está satisfeito com as metas que atingiu?
Guto – Estou satisfeito com os meus resultados como dirigente partidário. Quando assumi essa função, a gente tinha 400 filiados e hoje temos mais de 1.200. Tínhamos participado no passado de eleições em apenas duas cidades, consegui aumentar essa presença para 11 municípios. Durante o meu mandato foi quando o Novo conseguiu eleger os seu dois primeiros parlamentares. Tenho visão de longo prazo e sei das dificuldades para ter um crescimento de qualidade sem deixar que o partido caia em armadilhas e se torne apenas mais um dos mais de 30 partidos existentes. Mais importante que dar certo, é fazer o certo sempre.
“Estou satisfeito com os meus resultados como dirigente partidário. Quando assumi essa função, a gente tinha 400 filiados e hoje temos mais de 1.200”
Folha de Dourados – Partido forte é partido com diretórios e executivas nos municípios de todo estado. Consultando o TRE não encontramos provisórias ou diretórios constituídos. A que se deve isso, ainda mais antes de um processo eleitoral estadual?
Guto – Diretórios Municipais ou Comissões Provisórias Municipais possuem um custo operacional e isso é um problema para nós que temos recursos escassos. Teremos Núcleos Municipais no lugar e isso trará uma redução expressiva nas despesas estaduais com praticamente as mesmas praticas e funções. Para participar da disputa de 2026 precisamos formalmente apenas do diretório estadual em operação.
“Diretórios Municípais ou Comissões Provisórias Municípais possuem um custo operacional e isso é um problema para nós que temos recursos escassos”
Folha de Dourados – Com relação ao processo eleitoral em andamento, qual a expectativa da participação dos filiados do ponto de vista do comparecimento para votação e como será esse processo? Já tem a data da eleição?
Guto – Todos os filiados tiveram a possibilidade de se inscrever para concorrer em chapas para a eleição do diretório estadual, mas a votação é apenas para os convencionais que ocorrerá no final deste mês. Os convencionais analisam as chapas inscritas e indicam ou não as chapas para a análise do Diretório Nacional, que faz a sua escolha.
“Todos os filiados tiveram a possibilidade de se inscrever para concorrer em chapas para a eleição do diretório estadual, mas a votação é apenas para os convencionais (…)”
Folha de Dourados – Quem são os convencionais?
Guto – São as pessoas aptas a votarem nas convenções. Para as eleições estaduais, são os atuais membros da atual diretoria, deputado federal, senador, além de presidente e vice dos diretórios municipais.
Folha de Dourados – Qual a expectativa de chapas inscritas e deferidas que irão participar do processo?
Guto – Tivemos a inscrição de duas chapas neste processo.
Folha de Dourados – A propósito, o senhor encabeçará uma chapa para buscar um terceiro mandato à frente do NOVO de Mato Grosso do Sul?
Guto – Na verdade estou no meio do meu primeiro mandato eletivo. No final de 2022 o então presidente estadual teve que se afastar e me pediu para assumir o cargo, então fiquei no cargo como “tampão” por 6 meses e aí fui eleito para a direção estadual em 2023 com término do mandato em 2025. Esse ano o diretório nacional decidiu antecipar e encerrar todos os mandatos vigentes para que todos os estados e municípios tivessem a mesma data de inicio e término, o que não estava acontecendo e isso gerava um certo transtorno para a direção nacional. Então estamos tendo essa eleição estadual de certa forma atípica para sanar uma necessidade do nacional e estou encabeçando uma das chapas que está na disputa.
(…) estamos tendo essa eleição estadual de certa forma atípica para sanar uma necessidade do nacional e estou encabeçando uma das chapas que está na disputa”
Folha de Dourados – Além do senhor, quem encabeça a outra chapa?
Guto – Ainda não posso revelar.
Folha de Dourados – Suas considerações finais.
Guto – Gostaria de convidar os leitores para conhecerem um pouquinho mais sobre o Partido Novo através do site: www.novo.org.br
Ainda neste ano abriremos nosso processo de formação para os que desejam participar das eleições de 2026. Venha você também fazer parte do time do Zema, Deltan Dallagnol, Marcel Van Hattem, Carla Cecato e tantos outros nomes empenhados em melhorar a politica e a vida dos brasileiros.