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Luh Cadeirante: ‘Somos nós quem realmente sabemos de nossas angústias e prioridades’

José Henrique Marques –

Lucielen Mariany Leivas Leite Prudente ou, simplesmente, Luh Cadeirante, tem 38 anos, é casada e pretende ser a porta-voz das pessoas com deficiência na Câmara Municipal de Dourados a partir de 1º de janeiro de 2025. Nas eleições municipais deste ano é candidata a vereadora pelo Podemos.

“Os deficientes são gratos às instituições, às lideranças políticas e ao apoio de parcela de parte da sociedade que se preocupa conosco, mas somos nós quem sabemos de nossas necessidades, angústias e prioridades, porque sentimos na pele e no corpo as dificuldades”, disse ela à Folha de Dourados.

“Gostamos ou não da política, o fato é que ela é o instrumento de transformação da sociedade”, lembra Luh, que “faz o que pode” como líder comunitária e ativista pelos direitos dos deficientes, mas “tem certeza” que poderá fazer muito mais se estiver “empoderada” na Câmara, denunciando as injustiças e apresentando propostas para melhorar a vida das pessoas.

Uma das propostas da candidata, é criar um escritório popular, a fim de oferecer apoio jurídico para a população, ajudando “a entender e exercer seus direitos através de parcerias com faculdades de direito e unidades móveis de atendimento.

Para a saúde da mulher e família, Luh, caso eleita, vai oferecer consultas médicas e psicológicas remotamente, garantindo acesso a serviços de saúde e suporte para quem enfrenta dificuldades de deslocamento.

Ela também pretende oferecer atendimento médico e exames em comunidades com a ajuda de estudantes da área de saúde, e unidades móveis, facultando o acesso aos cuidados necessários.

Luh ainda quer oferecer apoio especializado para mães de crianças com condições como TEA, TDAH e dislexia, incluindo terapia, treinamento e centros de apoio para melhorar a qualidade de vida das mães e suas famílias.  

Em Dourados e, rigor, em todos os municípios brasileiros as pessoas com deficiência enfrentam uma série de dificuldades e preconceitos. “Somente elegendo representantes nos parlamentos que iremos avançar e melhorar essa realidade”, afirma Luh Cadeirante.

As pessoas com deficiência enfrentam diversas dificuldades, como acessibilidade, no que tange à falta de rampas, banheiros pequenos e não adaptados, dificuldade para transitar entre móveis, falta de vagas de estacionamento preferenciais, entre outras. Também na inclusão no trabalho, pela baixa qualificação profissional, falta de informação sobre inclusão, falta de adequação do ambiente de trabalho, entre outras. 

Há também problemas na inclusão escolar, com falta de materiais, recursos e equipamentos adaptados, número elevado de alunos nas classes comuns, falta de formação adequada de professores, entre outras. 

Ainda que os problemas estruturais chocam, é o preconceito e a discriminação que revelam a crueldade da sociedade, através de atitudes negativas das pessoas em relação à deficiência, que contribuem para a construção de obstáculos para a participação social. 

Problemas de autoestima e autoconfiança podem surgir devido aos desafios, mas é possível desenvolver inteligência emocional para lidar com as próprias emoções, mas não é possível com “políticas não adequadas, falta de tecnologia assistiva relevante, entre outras”, diz a candidata a vereadora.

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