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Nélio Kumimori: ’Dourados é um ótimo lugar para se viver e construir um futuro’

O cirurgião plástico Nelio Shigueru Kumimori vai completar 72 anos no próximo dia 1º de julho, dos quais, quarenta vividos em Dourados, onde chegou no início de 1984. Oriundo de uma família de irmãos médicos, esposa nutricionista e filhos, também, profissionais da área médica, Nélio Kumimori afirma que sua história em Dourados foi marcada por uma visão de futuro, a de que o trabalho e a oportunidade estavam aqui.

“Dinheiro é uma consequência; o que realmente vale são as boas marcas que deixamos, como os milhares de pacientes que passaram e passam por mim, vindos de todas as regiões do Mato Grosso do Sul”, salienta.

Essa história – desde a chegada da família oriunda do Japão, em 2 de junho de 1.933; o incentivo dos pais para o estudo, a vinda a Dourados para rever colegas de faculdade; as primeiras impressões e a decisão de se estabelecer nesta cidade, está contada no livro “Minha história em Dourados”, publicado pela Folha de Dourados 2mil Marketing Digital, à venda na Livraria Cantos das Letras, situada à Avenida Weimar Gonçalves Torres, 2440, centro – Dourados MS.

Leia, a seguir, alguns trechos do livro:

(…)

Meus avós paternos, Sr. Toyomatsu Kurimori e Sr.ª Haru Kurimori, chegaram ao Brasil, acompanhados de seus cinco filhos, no dia 2 de junho de 1933, provenientes do Japão, no navio Montevideo Maru. Desembarcaram no Porto de Santos, uma das principais portas de entrada para os imigrantes japoneses no país. Papai, Nobuo Kurimori, veio da cidade de Wakimoto Shi (cidade) de Akitaken (estado), com doze anos de idade, e mamãe, Shige Okazaki, veio de Osaka, com 8 anos de idade, com seus pais Tetsuji Okazaki e Shimo Okazaki e 4 irmãos.

(…)

Meus pais se conheceram na região da Alta Mogiana. Quando completaram a maioridade, casaram-se sob a tradição omiai, ou seja, por indicação das famílias, assim aconteceu também com seu irmão Chuichi Kurimori e Shizuko Kurimori.

Felizmente, herdamos uma cultura sólida e forte, o que nos proporcionou uma trajetória de vida edificante, sempre atenta aos valores da nossa cultura e sempre respeitando os princípios ocidentais. Minha mãe, Sr.ª Ana Shige Okazaki Kurimori, era uma mulher dedicada aos filhos, e em todo o tempo apoiou o papai, realizando atividades diárias, tanto domésticas quanto profissionais. Papai, carinhosamente apelidado de “José” Nobuo Kurimori, trabalhava nas lavouras de arroz e praticava atletismo, sendo esportista, pintor de quadros e amante do karaokê.

Com o tempo, meu pai e meu tio, Chuichi Kurimori, que morava na Fazenda Cana Brava, conseguiram cultivar, com pás, enxadas e enxadões, como contava papai, uma área de brejo (apelidado de varjão) para o plantio de arroz. Seu Chiquinho Marçal, dono da fazenda, reconheceu a dedicação com a terra e doou a colheita do arroz para o meu pai, o que ajudou muito a história da economia da minha família. Assim, meu pai, junto com meu tio Chuichi, adquiriram uma máquina para beneficiar arroz, comprada do Sr. Kazuto Yatsuda, na cidade de Igarapava.

Dentro de casa, minha mãe nos dizia que precisávamos estudar, porque o nosso futuro e o de nossas famílias se daria por meio do estudo, tanto é que todos nós, os quatro irmãos – Newton, Nelson, Nélio e Neusa –, formamo-nos médicos pela Faculdade de Medicina do Triângulo Mineiro (FMTM), conhecida hoje como Universidade Federal do Triângulo Mineiro (UFTM).

Infelizmente, meu irmão mais velho, Nelson Kurimori, faleceu em 2015, após exercer a medicina com muita dedicação em Goianésia, no estado de Goiás. Foi um cirurgião clínico geral ímpar. Quando estive para seu velório, naquela cidade, senti que a cidade chorou sua morte junto com minha família. Nelson conquistou muito respeito das pessoas em razão de sua trajetória como médico.

Newton Tiyoshi Kurimori radicou-se em Bragança Paulista, era um exímio cirurgião geral, que exerceu com maestria suas atividades profissionais, deixando um legado que acrescentou na sociedade bragantina. Já minha irmã mais nova, Neusa, tornou-se uma grande médica oftalmologista; uma senhora emancipada de intelecto e que é, sem dúvida, uma expoente dentro da medicina em São Carlos, onde reside desde 1981.

 No passado, ela entrou no Instituto Penido Burnier, hospital muito tradicional de Campinas, especializado em doenças dos olhos, onde tinha pouquíssimas mulheres residentes, mas ela surpreendeu e se firmou lá; hoje, minha irmã tem forte prestígio na cidade e segue colhendo os frutos de uma linda trajetória profissional.

A chegada em Mato Grosso do Sul

Em 1983, acompanhado pelo Dr. Bozola, viemos conhecer Campo Grande, e eu queria aproveitar a viagem para também rever alguns amigos de formatura:  Dr. Ronaldo, Dra. Fátima e Dr. Geraldo, todos residiam em Dourados.

No retorno para São José do Rio Preto, já em Nova Alvorada do Sul, pedi dinheiro emprestado ao Dr. Bozola e disse que iria ao encontro dos meus amigos; entrei em uma “jardineira” e consegui chegar a Dourados, onde eu não conhecia absolutamente nada, mas pensei comigo que o melhor lugar para procurar meus amigos médicos, Dr. Ronaldo, Dra. Fátima e Dr. Geraldo, seria em um hospital.

Um taxista me levou até o hospital Santa Rita, ali conheci a Sra. Salete Forgiarini, ouvidora do hospital até os dias atuais; ela me conduziu ao encontro do Dr. Ronaldo, que ficou surpreso e bastante animado ao me ver. Mostrou-me a cidade e enfatizou que em Dourados havia dezessete agências bancárias; também observou que “onde tem banco tem dinheiro”. Demos uma volta no Portal e na região do colégio Imaculada; percebi que não havia muita coisa ainda, mas o Dr. Ronaldo disse que era uma janela de oportunidades.

Voltei para São José do Rio Preto e convidei o Dr. Chaem para vir conhecer Dourados. Na época eu estava solteiro, no auge dos meus trinta e um anos. Dr. Chaem concordou, e nós viemos para cá, no Ford Maverick V8, andamos muito e conseguimos chegar aqui. Dr. Chaem não ficou muito tempo na cidade; eu, contudo, percebia que Dourados seria um polo de serviços médicos onde haveria muita oportunidade de trabalho, até porque a capital do estado era distante. Naquela época eu tinha certeza de que o curso de medicina ainda chegaria a Dourados.

No início de 1984, instalei-me em Dourados. Em 1986, eu já estava trabalhando em todos os hospitais da cidade, principalmente no hospital Evangélico, onde conheci Márcia Toshiko Natsumeda, a nutricionista, nascida em 23 de julho de 1962, que, em 4 de julho de 1987, tornou-se minha esposa. Nós tivemos quatro filhos: a Helena Yuri Kurimori, o Kleber Tetsuo Kurimori, a Erika Tiemi Kurimori e, para nossa doce surpresa, depois de um intervalo generoso de tempo (treze anos), tivemos a sorte de conceber nossa filha, Luciana Yukie Kurimori.

Helena se formou médica Oftalmologista, especialista em retina pela Santa Casa São Paulo; Kleber é especialista em Cirurgia Plástica, doutor em cirurgias Crânio- maxilo- facial; é casado com a Dr.ª Lais Braga, especialista em Ginecologia obstetrícia e Uroginecologia. Ambos são formados, graduados pela USP/SP. Minha filha Erika é Ortodontista, formada pelo Centrinho Bauru (Unesp); a caçula, Luciana, é atualmente acadêmica de Fonoaudiologia na Santa Casa de Misericórdia de São Paulo.

Nélio Kumimori: ’Dourados é um ótimo lugar para se viver e construir um futuro’

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Adquira seu exemplar na Livraria Cantos das Letras, rua Weimar Gonçalves Torres, 2440, centro – Dourados MS

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