fbpx

Desde 1968 - Ano 56

23.7 C
Dourados

Desde 1968 - Ano 56

InícioDourados‘Retribuo, com trabalho, o carinho com que Dourados me acolheu’, diz Geraldo...

‘Retribuo, com trabalho, o carinho com que Dourados me acolheu’, diz Geraldo Resende

No final da década de 60, Dourados era uma cidade em franco crescimento populacional (tinha cerca de 85 mil habitantes), recebendo imigrantes de todas as partes do país, com a fama de suas terras férteis e a possibilidade de um recomeço para muitas famílias.

Naqueles dias, recém-chegado com seus pais e irmãos, um garoto palmilhava as ruas poeirentas do futuro polo regional, vendendo frutas, salgados e picolés, ou mesmo engraxando sapatos.

O menino ajudava no sustento familiar e sonhava com uma vida melhor, por meio da educação e, com ela, a possibilidade de um dia vir a ser médico. Muitas pessoas viam, no garoto, uma promessa, e lhe apoiaram nos estudos.

Anos depois, já rapaz, realizou seu sonho, formando-se em Medicina na Universidade Federal do Ceará. De volta a Dourados, ingressou na vida pública: tornou-se vereador, deputado estadual, deputado federal (atualmente no sexto mandato em Brasília), duas vezes secretário estadual de Saúde. Nesse período, destinou muitas emendas para a cidade que o recebera, há mais de cinquenta anos.

Essa é a trajetória do deputado federal Geraldo Resende, contada por ele mesmo, no livro “Minha história em Dourados”, lançado no final de abril pela Folha de Dourados 2mil Marketing Digital e que terá, em breve, sua segunda edição.

Leia, a seguir, trechos do livro, com os relatos do deputado Geraldo Resende, com lembranças de um passado que traçou os rumos da cidade que Dourados se tornou.

“Quando saia para vender picolés, frutas ou engraxar sapatos, dizia: vou médico. Alguns não acreditavam, até faziam piadas”

A chegada

Cheguei aqui no final da década de 1.960, aos onze anos. Nasci em 20 de abril de 155 em Córrego Danta, Minas Gerais. Meu pai era um pequeno lavrador e nos trouxe de Minas Gerais num caminhão pau de arara. Fomos morar num bairro periférico de Dourados, onde hoje é o Jardim Santo André; desde criança comecei a trabalhar para ajudar no sustento da família.

Minha mãe era lavadeira de roupas; meu pai, um pequeno agricultor, que, depois, se tornou jardineiro. Ele sempre dizia: “Eu não vou deixar herança nenhuma para vocês, o que eu posso deixar é cada um vocês ter um canudo, um diploma.”

Ainda muito jovem, eu percorria as ruas de Dourados vendendo frutas, picolé e salgados. Essa vivência me fez conhecer e amar como um nativo, a cidade que adotou toda a minha família. Hoje Dourados me conhece pelos olhos, mas, nas décadas de 1960 e 1970, era o meu olhar quem registrava o crescimento da cidade.

“Faço da política um instrumento de melhoria das condições de vida da nossa gente”

O sonho de ser médico

Ainda garoto, quando saia para vender picolé, engraxar sapato ou vender frutas e salgados nas portas dos consultórios, dizia a todos que ia ser médico. Alguns não acreditavam, até faziam piadas: “Como que o filho de uma família pobre, que mora no bairro mais distante do centro da cidade, vai ser médico, se não tem onde cair morto?” – diziam.  E eu falava: “Eu vou ser”!

Eu estudava no “Colégio Presidente Vargas” e muitos professores acreditavam no meu potencial, doavam-me livros, materiais escolares e até uniformes. Tive também o incentivo de muitas pessoas que se aproximavam de mim porque achavam que eu era um garoto prodígio.

Anos depois, já rapaz, trabalhei no jornal “O Progresso”, onde aprendi o ofício de gráfico. Em seguida, fui para Campo Grande trabalhar em gráficas de lá; fiz um cursinho pré-vestibular; estive um período em Brasília, e acabei sendo aprovado no vestibular de Medicina da Universidade Federal do Ceará.

“Ao viver a realidade do Nordeste brasileiro, entendi que era preciso ter, ao lado da Medicina, uma atividade política”

Militância estudantil

Vivi a época da reconquista da democracia no país. Participei do movimento estudantil enquanto membro do Centro Acadêmico “Doze de Maio”, do curso de Medicina, da Universidade Federal do Ceará. Ajudei a reconstruir o Diretório Central do Estudante (DCE) e, naquele processo, adquiri consciência política.

Ao viver a realidade do Nordeste brasileiro, entendi que era preciso ter, ao lado da Medicina, uma atividade política. Por isso, desde que retornei a Dourado, em 1982, já formado, ingressei na política e tento fazer dela um instrumento de melhoria das condições de vida da nossa gente.

Vida pública

A realidade que eu presenciava lá no Nordeste e minha origem fizeram com que eu tivesse precocemente consciência política. Eu entendia que, por meio da política, poderia melhorar a vida das pessoas. E é isso que faço, ao longo dos meus mandatos, como vereador, deputado estadual, deputado federal e como secretário de saúde, que fui por duas vezes.

“Sempre fui um apaixonado por Dourados. Foi a cidade que me proporcionou todas as conquistas e a ser tudo o que sou, hoje”

Paixão por Dourados

Sempre fui um apaixonado por Dourados. Foi a cidade que me proporcionou todas as conquistas e a ser tudo o que sou, hoje. Por isso, como médico, homem público e pai de família, procuro devolver a Dourados o carinho com que fui acolhido. É por isso que em cada canto dessa cidade tem uma ação minha: em obras de saúde, de saneamento, pavimentação, construção e revitalização de escolas; assim como na área de segurança pública, assistência social.

Ao longo de meus mandatos anteriores, viabilizei, por exemplo, a construção de um moderníssimo hospital para atender mulheres e crianças; a pavimentação asfáltica de mais de 80 bairros; a Vila Olímpica Indígena; a reconstrução da Escola Presidente Vargas; a implantação da Clínica da Mulher, UPA e SAMU.

Fico feliz em poder falar da luta vitoriosa pela implantação da Universidade Federal da Grande Dourados (UFGD), e de conquistas mais recentes, como a Casa da Mulher Brasileira, revitalização do aeroporto, construção de uma moderna Unidade Básica de Saúde na Aldeia Bororó, para ficar em alguns exemplos. Todo este trabalho faz Dourados projetar-se para um futuro ainda mais glorioso para ser, em poucos anos, a metrópole que sempre sonhamos.

‘Retribuo, com trabalho, o carinho com que Dourados me acolheu’, diz Geraldo Resende

Mais histórias do livro

Adquira seu exemplar na Livraria Cantos das Letras, rua Weimar Gonçalves Torres, 2440, centro – Dourados MS

ENQUETE

MAIS LIDAS