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Operação Uragano e o Wikileaks caipira

Editorial – 28/05/2011

As recentes divulgações de áudios das operações da Polícia Federal em Dourados envolvendo políticos locais e do Estado foi o assunto dessa semana na cidade. Porém, um questionamento ficou no ar: quem está por trás dos vazamentos dessas informações? Com qual propósito?
            Os acusados nas matérias não foram presos nem indiciados pela Polícia Federal, no entanto, apareceram como vilões da história nos áudios. A folha não quer pré-julgar quem quer que seja, mas, é preciso voltar no tempo e pensar porque o capítulo do livro do alcagüete da Operação Uragano, Eleandro Passaia, que tratava justamente da parte dos áudios que estão vazando foi, segundo ele, censurado?
            Se foi censurado naquela época, por que está ressurgindo agora, quando se aproximam as eleições do ano que vem? Por que só aparecem fatos pontuais, maculando a honra de apenas três dos onze membros da bancada federal do estado, já que os nomes de todos aparecem nas gravações por serem atores políticos? Ora, o objeto da investigação era político e, portanto, é absolutamente normal a identificação dos deputados e senadores nos “grampos”.
            A folha não está mais na idade dos “porquês”, mas gostaria de saber, quem responderá judicialmente pelo vazamento dos áudios, já que estão em Segredo de Justiça. Seria um wikileaks caipira?
            O jornal é a favor da divulgação na íntegra das gravações, doa a quem doer. Ficar escolhendo quem vai ser prejudicado é no mínimo antiético, é brincar com a inteligência dos (e)leitores.
            Pior que isso, é perceber movimentos de mercenários a serviço de políticos que lá na frente não lhe trarão benefício. Quem usa este tipo de expediente vil (em ambas as partes) não é confiável, ainda mais onde o produto é informação em um mercado paralelo, desregulado e surrupiada às barras da Justiça.  
            A sociedade, com certeza, deseja a transcrição de todos os áudios na íntegra em um livro (não uma brochura de poucas páginas e ainda censurada, mas em um livro de verdade).
            Ninguém mais sabe quem é o gato e quem é o rato nessa história. Mas há uma certeza: informações daqui e dali dão um quadro de como serão as próximas eleições – uma baixaria. E pior: a constatação de que depois de tantos escândalos e prisões que levaram à ruína famílias inteiras e promissoras carreiras políticas, ainda persiste em Dourados a política rasteira, cafajeste e porque não, corrupta.
           

Fonte: Folha de Dourados

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