Valfrido Silva – 25/03/2009
Assim como o PMDB, o grande partido que fez história no Brasil e que agora faz um esforço sobrenatural para justificar sua adesão ao governo Lula, o PDT do Mato Grosso do Sul usa a vitória na eleição extemporânea em Corguinho para, segundo o Midiamax, de Campo Grande, “engrossar a voz”, ou seja, valorizar o passe e, assim, sangrar o quanto puder o governador André Puccinelli enquanto não chega a hora de se atirar de novo nos braços do PT ou de quem quer que venha a comandar o Estado.
Isso acontece num instante em que se acentuam os rumores sobre o fim da era Schimidt (João Leite), grande parceiro do advogado douradense Harrison de Figueiredo, morto em 2005, na luta para manter vivo no Estado o trabalhismo concebido por Getúlio Vargas e Leonel Brizola.
A reviravolta no PDT, comandada pelo deputado Ary Rigo, começou depois que Ari Artuzi se filiou ao partido e se elegeu prefeito de Dourados com apoio de significativos setores do PT, em aliança com o PR de Londres Machado.
Talvez por prever esse tipo de situação é que Harrison de Figueiredo tenha passado seus últimos anos depositando de flores no monumento que por sua sugestão o prefeito Braz Melo mandou erguer em homenagem ao presidente Getúlio Vargas, no cruzamento da avenida que leva o nome deste ícone do trabalhismo brasileiro com a Joaquim Teixeira Alves. Ao repetir aquele ritual, sempre nas manhãs de dia 24 agosto, Harrison sugeria aos seus convidados um momento de reflexão sobre o legado de Vargas, principalmente para as conquistas trabalhistas e a reforma agrária, não sem antes reler a famosa carta testamento, cuja íntegra encontra-se na rampa de acesso à estátua.
Mas, afinal, que tanta força tem as águas desse Corguinho, a ponto de fazer sucumbir quem sempre esteve à beira do Taquari?
Pobre PDT. É o crepúsculo do grande ideal trabalhista que começou a ser enterrado com Brizola, depois com Harrison e que pode agora receber a pá de cal no Mato Grosso do Sul com a saída de cena do grande guru João Leite Schimidt.
Fonte: Blog
