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Personagens e suas trajetórias de vida: Dula, o filho do seo Waldemar e da dona Geralda

Ilson Boca Venâncio –

O meu personagem de hoje é meu amigo Edvaldo, ou Dula, para os amigos, irmão de Fátima e Genivaldo, filhos do Sr. Valdemar Zacarias de Macedo e Dona Geralda, herdeiro natural dos seus pais que como feirantes trabalharam até o tempo em que a idade lhes permitiu nessa nossa feira livre.

Dula me conta que foi criado na feira, pois começou a ir à banca com seus pais, desde os cinco anos de idade, e já se passaram cinquenta anos!

Diz que assim como ele, grande parte dos feirantes cresceu dentro da feira, explicando que essa é uma cultura familiar, que vem de gerações. Vendendo frutas do quintal e coco geladinho, Dula seque a tradição dos seus pais, vendendo na feira.

“Nós nascemos e fomos criados nessa feira, para mim que tenho sangue de cultura nordestina, a feira é o melhor lugar para trabalhar. Vir a feira e encontrar os amigos de infância sempre dá prazer, nós trabalhamos com a alegria e satisfação de quem está servindo ao próximo”, diz ele.

Personagens e suas trajetórias de vida: Dula, o filho do seo Waldemar e da dona Geralda

A feira é lugar de fácil comunicação, informação e amizade, e essas são coisas que combinam com o jeito dele. Afirma que tem esperança de ver o projeto da feira concluído para que eles possam dar um melhor atendimento a freguesia.

Quando eu escrevi a minha primeira matéria sobre a feira, publicada no jornal Folha de Dourados, e posteriormente editado no livro “Dourados e sua Cultura – Memória das artes comentada”, publicado em 2014, fui procurar o Sr. Valdemar de quem já fui vizinho e freguês na feira para conversarmos. Comprava com ele a banana de fritar, limão, maracujá, e outros produtos de quintal, e foi ouvindo suas histórias sobre a feira e seus amigos feirantes que me despertou a vontade de conhecer a fundo a história de vida de cada um, e me incentivou a chegar até aqui com essa pesquisa.

Seu Valdemar se lembrava saudoso dos seus amigos feirantes, porque muitos deles já eram apenas lembrança, enquanto que outras famílias permaneciam na feira há várias gerações.

Voltando ao Dula: ele tem o gosto pela música, e quando vai a feira leva consigo o som e os CDs que gosta de ouvir, não faltando o Raul Seixas, Alceu Valença, Elba Ramalho, Zé Ramalho, Luiz Gonzaga, Almir Sater e as bandas de rock favoritas!

Ele me diz que isso lhe dar a certeza de estar levando para a feira, a alegria da boa música trazendo a alegria a esse espaço de convívio.

O sonho dele e o meu também é que essa revitalização acelere e que tenhamos uma feira alegre e movimentada como era a da Rua Cuiabá para que os artistas voltem a frequentar a feira com sua arte que tanto nos alegra –  a música, a poesia, os palhaços, artesãos, repentistas, capoeiristas e circenses, tudo para a alegria da nossa feira livre.

Acredito que essa é a vontade de todo nós. Que seja logo. Obrigado meu amigo Dula, pela prosa sempre cheia de alegria.

Personagens e suas trajetórias de vida: Dula, o filho do seo Waldemar e da dona Geralda

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