Comunidade indígena sofreu ataques de “pistoleiros” armados nos dias 10, 11 e 13 de julho, os atentados ocorreram na área de retomada* Tekoha Avete, nas extremidades da Aldeia Bororó e composto por cerca de vinte famílias
A poucos quilômetros da UFGD vive a comunidade Guarani e Kaiowá do Tekoha Avete, localizado nas proximidades da Aldeia Bororó e composto por cerca de vinte famílias, pessoas idosas e crianças, inclusive bebês de colo. Os indígenas do Tekoha Avete relatam que a área é de ocupação tradicional e que há dois anos estão ali em busca da regularização das suas terras. Ocorre que propriedades rurais incidem sobre o território indígena e os proprietários não aceitam a presença dos Guarani e Kaiowá naquele espaço.
Os indígenas relatam que os ataques têm acontecido com frequência quase cotidiana, sempre à noite, a partir das 18h, e geralmente se estendem até a madrugada, sendo caracterizados por disparos de armas de fogo e uso de munição não letal (balas de borracha), além dos disparos, os “pistoleiros” passam com os veículos (tratores) por cima dos barracos dos indígenas, quando não os queimam. Em algum desses incêndios criminosos, ocorreu a queima de pertences e documentos pessoais dos indígenas.
A situação é de desemparo, sem acesso a saúde e sem alimento, sequer possuem utensílios para a produção alimentar, sobrevivem a partir de cesta básica levada por servidores da FUNAI a cada trinta dias, insuficiente para alimentar toda a comunidade.
Com a frente fria recém-chegada a Dourados estão ao relento, expostos às intempéries do tempo, a queda de temperatura poderá chegar a 6ºC na próxima segunda-feira segundo alerta laranja do INMET com riscos à saúde de toda a comunidade.
No dia 16 de julho foi protocolada representação junto ao Ministério Público Federal para apuração de violações de direitos humanos cometidas contra população indígena, pela Associação Brasileira dos Advogados do Povo Gabriel Pimenta e pelo Centro De Defesa Dos Direitos Humanos Pedro Lobo.
A comunidade Guarani e Kaiowá do Tekoha Avete através de vídeos pede doações de lona, roupas de frio e cobertores, para ajudar entre em contato por e-mail com a Associação Brasileira dos Advogados do Povo Gabriel Pimenta ([email protected]).
