Juca Vinhedo –
Tucanos sem cabeça
As tratativas do PSDB sul-mato-grossense que resultaram na decisão de aliança com o PL para as eleições desse ano, aconteceram, segundo relatos dos dirigentes regionais, com as lideranças nacionais do PL: Valdemar da Costa Neto (presidente nacional da sigla) e o ex-presidente Jair Bolsonaro. Dos dirigentes nacionais do PSDB não se ouviu um comentário, sequer.
Tiro, bala e bomba
O deputado federal Marcos Pollon eleito pela tese armamentista, assumiu o comando regional do PL-MS em junho do ano passado, substituindo seu colega Rodolfo Nogueira. Porém, foi retirado essa semana da função pela direção nacional do seu partido. A medida aconteceu depois que Pollon não aceitou a aliança com o PSDB de Mato Grosso do Sul. Reagindo depois que a decisão foi anunciada, o parlamentar chegou a se lançar como pré-candidato a prefeito de Campo Grande e dizer que “cortaria as bolas”, mas não apoia, de jeito nenhum, qualquer candidato do PSDB.
Liberal enfraquecido
Além da rebeldia em relação ao apoio ao PSDB, outra razão da retirada de Pollon do comando do PL-MS foi o fato de não ter trabalhado para estruturar o partido em Mato Grosso do Sul, função que havia sido lhe delegada pelo presidente nacional Valdemar da Costa Neto. Pollon chegou a participar das conversas que resultaram na aprovação da aliança em MS, demonstrando contrariedade. Quando questionado sobre o número de pré-candidatos a prefeito que construiu, a resposta foi: “nenhum”.
Liberal enfraquecida
Outra liderança que caiu alguns pontos no conceito do ex-presidente Jair Bolsonaro e seu entorno, é a senadora Tereza Cristina (PP), e talvez seja por isso que ela não foi ouvida nas conversações mantidas entre Jair Bolsonaro, Valdemar da Costa Neto, Reinaldo Azambuja e Eduardo Riedel. A ponta desse “iceberg” foi a votação da senadora na CCJ (Comissão de Constituição e Justiça) ao projeto de lei que quer regulamentar cassinos, bingos e jogos de azar no Brasil. Ela se posicionou a favor, mesmo com o bolsonarismo pedindo o contrário.
Liberdade, leveza e autonomia
Enquanto as notícias veiculadas em Campo Grande garantem que a aliança PL-PSDB é válida para todos os municípios do Estado, conversas de bastidores garantem que Dourados não entrou no “pacote”. Assim, a pré-candidata a prefeita Gianni Nogueira, esposa do deputado federal Rodolfo Nogueira, continua livre, leve e solta para prosseguir em sua pré-campanha. Gianni, garantem, conversou antes com Bolsonaro e teve dele as bênçãos para ser candidata, razão porque acredita que o ex-presidente vai manter o que foi apalavrado.
Espaço aberto
A Folha de Dourados questionou, via WhatsApp, o presidente municipal do PL, deputado federal Rodolfo Nogueira, bem como à presidente do PL Mulher em Dourados, pré-candidata a prefeita, Gianni Nogueira, sobre as negociações com o PSDB, após o anúncio feito pelo ex-governador Reinaldo Azambuja e governador Eduardo Riedel. Gianni respondeu, com a seguinte afirmação: “Mantenho minha pré-candidatura a prefeita de Dourados pelo PL com aval da Executiva Nacional”.
Por outro lado…
Nos bastidores da política douradense há o burburinho de que Gianni Nogueira é pré-candidata até a noite de sábado (6), quando será anunciada por Reinaldo Azambuja como vice de Marçal Filho, o pré-candidato tucano na sucessão de Alan Guedes, do PP, em evento do PSDB que será realizado no Clube Indaiá.
Ele, não
Os mesmos interlocutores que acreditam na manutenção da candidatura de Gianni Nogueira a prefeita, admitem a possibilidade de um recuo, caso a direção nacional do PL faça um “pedido” nesse sentido. Partidários da pré-candidata em Dourados afirmam ser possível, sim, que ela possa ser candidata a vice de Marçal Filho (PSDB). Mas refutam qualquer chance de aliança com o atual prefeito e pré-candidato Alan Guedes (PP), justamente o que tem apoio da senadora bolsonarista Tereza Cristina.
Na expectativa
Reunião importante está sendo preparada neste final de semana em Campo Grande, entre os dirigentes do PRD (Partido da Renovação Democrática) regional e pré-candidatos pela sigla em Mato Grosso do Sul. Em Dourados, o partido tem como pré-candidato a prefeito o ex-vereador Júnior Teixeira. Aliás, ele assumiu essa condição a pedido do presidente estadual, ex-senador Delcídio do Amaral.
A química explica
Observadores políticos garantem que a propalada aliança entre PSDB e PL em Mato Grosso do Sul é praticamente impossível em Naviraí. Segundo essas fontes, lideranças bolsonaristas são críticas ferozes da atual prefeita Rhaiza Mattos (PSDB) e querem lançar candidatura própria no Município. Naquela cidade, PL e PSDB seriam como “água e óleo”.
Solidariedade na esquerda
O PSOL (Partido Socialismo e Liberdade) de Dourados deliberou essa semana apoio à pré-candidatura de Tiago Botelho (PT) à prefeitura de Dourados. A decisão, justificam os psolistas, se dá em função da “necessidade de fortalecer a unidade tática da esquerda para enfrentar os desafios impostos pela ascensão da extrema direita e oferecer à população um projeto político que verdadeiramente melhore a vida do povo trabalhado”. Com isso, Botelho já conta com uma aliança unindo PT, PV, PCdoB, Rede e, agora, o PSOL.
“Pacote” anima Japorã
Em Japorã, de nada adiantaram as manobras da oposição ao prefeito Paulo Franjotti (PSDB). Vereadores obstruíram a votação de um decreto legislativo que possibilitaria a aplicação de recursos orçamentários suplementares para serem investidas em diversas obras a serem executadas com recursos repassados pelo governo do Estado, com contrapartida do Município. Essa semana, a administração iniciou a execução de dez obras, que juntas, representam um investimento de mais de R$ 10 milhões.
Seguindo em frente
Oficialmente, até o momento apenas o partido NOVO marcou sua convenção para a escolha ao pleito deste ano em Dourados. O evento está marcado para o próximo dia 27, às 14 horas, na Câmara de Vereadores. O pré-candidato a prefeito é o farmacêutico-bioquímico Racib Harb. Serão definidos: coligações ao pleito majoritário; deliberação sobre quais candidaturas/cargos serão lançados; escolhas dos candidatos para as eleições municipais; escolha dos números com que concorrerão os candidatos ao pleito proporcional (vereadores); e delegação de poderes ao respectivo órgão municipal para a substituição de candidatos ou escolha de candidatos nas vagas remanescentes.