Juliel Batista –
As eleições municipais de 2024 estão chegando. Neste domingo, 06 de outubro, os douradenses terão o poder de decidir os rumos do município pelos próximos 4 anos. A pergunta que fica é: haverá, de fato, mudança na Câmara Municipal com a diversidade da sociedade tendo assento na Casa de Leis, como preconiza o Poder Legislativo?
Dourados, por exemplo, jamais elegeu uma mulher preta em seus 89 anos de emancipação político-administrativa. Quem vem batendo nessa tecla há anos, é a professora Suely Rocha, candidata a vereadora do PT. Ela é uma típica cidadã negra, oriunda da periferia, discriminada e que trabalhou com determinação para se tornar uma professora da Rede Municipal de Ensino.
Enfrentou inúmeros percalços em sua trajetória de mulher militante, feminista e defensora dos direitos dos pobres. Quem a conhece sabe que ela nunca esmoreceu em sua jornada, sempre permaneceu de pé, mostrado resiliência para cunhar seu mote de campanha: “Suely Rocha, uma mulher de coragem”.
Professora da rede municipal há mais de 20 anos, Suely Rocha, mostrou que a educação de fato é um divisor de águas. Enquanto educadora, ela aponta caminhos para seus alunos, o de sonhar e acreditar que os desejos e as vontades podem sim ser alcançados, e que todos eles podem ter uma vida de conquistas, independentemente da realidade que vivem.
Durante a sua vida, Suely enquanto professora, sindicalista e militante, as suas pautas sempre foram muito claras, uma educação de qualidade, empoderamento feminino, direitos dos pretos e justiça social. Muitos candidatos acabam se lançando como defensores dessas causas, mas o que a cidade vem presenciando, está bem distante dessa realidade.
“A vida nunca se mostrou fácil para mim. Ser mulher, preta e pobre é muito complicado na nossa sociedade, mas eu não parei de lutar. Os meus sonhos permaneceram de pé, e mesmo com toda a dificuldade, eu precisava ter coragem, por mim, pelo meu filho, pela minha família, e por tudo aquilo que eu sempre acreditei.”
Suely Rocha bate na tecla de que a maior dificuldade é que pobre (preto, indígena e mestiço) “vota em rico e branco, como se fossem iguais. Ledo engano, são diferentes no capital, pensam e agem para si, antes dos outros”.
“Votar na Suely Rocha, não é apenas um sinal de mudança na nossa cidade, já que teríamos a primeira mulher preta em Dourados, mas é também uma mudança de rota na política douradense, em que a justiça social é uma bandeira a ser empunhada, sempre”, afirma a candidata.
Professora, mãe, preta, filha, Suely Rocha vivenciou muita coisa nessa vida, mas o desejo de transformar a sociedade sempre esteve presente.
Ela é enfática: “Ser vereadora não é projeto pessoal, mas é a soma de muitas mãos que sempre estiveram comigo durante a minha trajetória. Quero estar na Câmara, para lutar para as vozes que não estão sendo ouvidas pelas autoridades da cidade. Sei que não é fácil, mas a vida nunca foi para mim, porém ainda sim cheguei até aqui, e quero ajudar a transformar a vida, das nossas crianças, jovens, professores, pretos, mulheres, pobres, indígenas.”
