Juca Vinhedo –
“A partir da auditoria, quando tivermos conhecimento da real situação financeira da Fundação, vamos bater às portas do governo do Estado em busca de recursos para equacionar o problema e tornar a Funsaud viável”. (Prefeito Marçal Filho, em reunião com o secretariado, na última sexta-feira, 3).
Mais cargos na Câmara
Em sessão extraordinária realizada no primeiro dia do ano, a Câmara de Vereadores de Dourados aprovou a criação de 14 novos cargos de Assessoria de Gabinete Parlamentar. A providência foi necessária para atender a nova composição do legislativo douradense, que passou dos 19 para 21 vereadores a partir da atual legislatura. De acordo com a lei, cada gabinete poderá ter até sete assessores, observado o limite máximo de despesas de R$ 28,5 mil.
Resíduos nada sólidos
Tema de campanha de quase todos os candidatos à vereança na última eleição, a taxa de lixo foi tratada como a grande vilã e rechaçada por muitos dos postulantes. No entanto, trata-se de uma cobrança determinada pela legislação federal e, se extinta, deverá obrigatoriamente ser coberta por uma nova fonte de recursos a ser indicada pela administração municipal. A conferir como o legislativo douradense vai se posicionar daqui para frente.
Dor de cabeça
Em Itaquiraí, município do Conesul do Estado, o tema traz preocupação ao prefeito reeleito Thalles Henrique Tomazelli (PSDB). É que o Ministério Público Estadual deu 10 dias úteis para o Município apresentar informações sobre a cobrança da taxa de lixo, incluindo a coleta, transporte e destinação de resíduos sólidos. O questionamento é se a cobrança é feita por meio da conta de água, conforme permitido pela legislação daquele município.
Assomasul sem disputa
Por falar no prefeito Thalles Tomazelli, ele vai concorrer com chapa única à presidência da Associação dos Municípios de Mato Grosso do Sul (Assomasul), cuja eleição será no próximo dia 31 de janeiro. A formatação da chapa de consenso demandou cerca de dois meses de negociações, desbancando as pretensões iniciais do também prefeito reeleito de Rio Brilhante, Lucas Foroni, que cogitou lançar sua candidatura à presidência, mas não conseguiu formar uma chapa.
Começou bem
O prefeito Marçal Filho anunciou, na sexta-feira (3) a realização de uma auditoria na Funsaud (Fundação de Serviços de Saúde), para saber a real situação da instituição e, em ato contínuo, procurar soluções para sanar os problemas. Informações extraoficiais relatam que a Funsaud tem uma dívida cuja soma é impagável: cerca de R$ 100 milhões. Esta coluna já havia comentado, antes da posse de Marçal Filho, que a auditoria seria uma das condições para que o prefeito possa buscar formas de promover uma arrumação da saúde pública em Dourados.
Quem vai pagar?
Não há dúvida de que a conta de anos e anos de gestão da Funsaud, cujo orçamento se mostrou deficitário ao longo de uma década de existência, vai ser paga pelo contribuinte douradense. A Fundação foi criada em 2014, na gestão do ex-prefeito Murilo Zauith e é responsável pela administração do Hospital da Vida, da UPA e da Central de Abastecimento Farmacêutica. Marçal Filho diz que vai procurar ajuda financeira do governo do Estado para equacionar a questão financeira da instituição.
MDB na administração
O secretário municipal de Agricultura Familiar Bruno Cezar Alvaro Pontim é a cota do MDB, na ocupação de espaços dentro da administração do prefeito Marçal Filho (PSDB). No entanto, a escolha se deu principalmente pelo seu perfil técnico: engenheiro agrônomo, servidor público federal desde agosto de 2006 atuando como técnico na UFGD, é o atual presidente da Associação dos Engenheiros Agrônomos da Grande Dourados (AEAGRAN).
Pequeno só no apelido
O vice-governador José Carlos Barbosa, o Barbosinha, vira um gigante quando se trata de estabelecer diálogo político e institucional com os municípios. Bem no estilo “Maomé vai à montanha”, as reuniões que ele realizou essa semana com autoridades de Campo Grande foram uma tacada de mestre. Ao invés de esperar que os vereadores e a prefeita Adriane Lopes fossem até a governadoria, o vice-governador foi à Prefeitura e Câmara da capital e estabeleceu conversações com vistas a ações futuras em benefício da população campo-grandense.
Abrigo nosso de cada dia
O novo titular da Agência Municipal de Habitação e Interesse Social (Agehab) da Prefeitura de Dourados, Eder Felipe Lima, juntamente com técnicos da Pasta, recebeu na segunda-feira (06) um grupo de lideranças dos movimentos sociais ligados à luta por moradia, para tratar sobre demandas do segmento. O objetivo, segundo ele, foi para, “por meio do diálogo, buscar fortalecer vínculos, ouvir as demandas das comunidades e, a partir daí, traçar metas concretas para avançar nas políticas habitacionais do município”. O déficit habitacional em Dourados é estimado em aproximadamente quatro mil moradias.
Murro em ponta de faca
Sem argumentos para defender a tentativa de golpe do dia 8 de janeiro de 2023, lideranças bolsonaristas (inclusive de Mato Grosso do Sul) preferem apontar para problemas que extrapolam a fronteira do Brasil. É caso da senadora Tereza Cristina (PP) e dos deputados federais Dr. Luiz Ovando (PP) e Rodolfo Nogueira (PL). Os dois preferem acusar o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) de “incompetente” e “omisso” por não ter evitado a baderna. Já a senadora Tereza Cristina afirmou que “a defesa da democracia feita pelo governo Lula 3 só vale até a fronteira com a Venezuela”.
Ainda estamos aqui
Na contramão dos colegas bolsonaristas, a deputada federal Camila Jara (PT), disse que o “ato em defesa da democracia”, realizado em Brasília, teve o objetivo de “relembrar para nunca mais reviver”. Segundo ela, no fatídico 8 de janeiro de 2023, “a democracia brasileira foi brutalmente atacada, mas resistiu. Seguimos firmes na defesa do Estado Democrático de Direito”.
Uma vaga é minha
Aproveitando suas falas sobre os atos golpistas do dia 8 de janeiro de 2023 (que segundo ele, é “culpa do governo Lula”), o deputado federal Dr. Ovando (PL), sinalizou que pretende disputar uma das vagas ao Senado, em 2026. “Esse episódio nos lembra da importância de um Senado independente e comprometido com a defesa do Estado de Direito. Em 2026, 2/3 do Senado serão renovados, e essa será uma oportunidade para escolhermos representantes que não se submetam a desmandos do partido togado e ao ativismo judicial”, disparou, já antecipando os argumentos de sua provável campanha no ano que vem.
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BASTIDORES DO PODER
Morto a pulso
Terminada a sessão de homenagem à memória de um político que acabara de falecer, os senadores se reuniram para um bate-papo.
O assunto era lúgubre: o que cada um gostaria que fosse escrito na própria lápide.
Tancredo Neves fez questão de mencionar a sua vontade – que, aliás, não seria respeitada, anos mais tarde:
– Aqui jaz, muito a contragosto, Tancredo de Almeida Neves.
(Do livro: “Poder sem pudor”, do jornalista Cláudio Humberto)