A celebração da chegada de um ano novo acontece no mundo todo, de diferentes formas. Há mais de 4 mil anos a data já era comemorada pelos mesopotâmios, mas acontecia em outro dia. Para eles, a passagem era marcada pelo início da primavera, época em que os dias frios do inverno davam lugar a plantações de alimentos abundantes. Foi em 1582, com a introdução do calendário gregoriano, que o dia 1º de janeiro se tornou o marco de início do ano nos países orientais.
Apesar de ser celebrada quase no mundo todo, a virada de ano carrega consigo diferentes tradições em cada país. A queima de fogos se tornou popular em muitos lugares, mas pular sete ondas e usar branco, por exemplo, são costumes brasileiros. A mistura de muitas culturas, característica do Brasil, se reflete também nesta data quando recorremos à origem das tradições.
Usar branco
As religiões de matriz africana marcam fortemente os rituais de passagem de ano dos brasileiros. O hábito de usar branco no réveillon se popularizou na década de 1970 no país, quando membros do candomblé passaram a fazer suas oferendas na praia de Copacabana. Eles usavam vestimentas brancas e as pessoas que passavam pela praia e assistiam o ritual passaram a achar isso muito bonito.
Atualmente, vestir-se de branco é uma tradição para atrair paz e harmonia durante o ano novo que se inicia. Inclusive, usar roupas de outras cores tem ganhado força por causa dos atributos que elas atraem de acordo com os significados delas.
Pular sete ondas
No litoral de todo o país à meia noite do dia 1º de janeiro as pessoas pulam sete ondas. O ritual também foi incorporado das religiões de matriz africana, mesmo que atualmente tenha perdido esse caráter. O número sete representa as Sete Linhas da Umbanda, entendidos como os sete sentidos da vida ou as sete qualidades de Deus nos sete orixás. A cada pulo dado, as pessoas fazem um pedido, e ao fim, saem do mar sem dar as costas a ele. Para alguns, a tradição atrai a força de Iemanjá, Rainha do Mar, para superar os desafios que virão durante o próximo ano.
Comer lentilha
A lentilha é um grão presente na ceia de ano novo de muitos brasileiros, porque acredita-se que atrai fartura e prosperidade financeira. O costume foi herdado dos imigrantes italianos, mas sua origem é incerta. Alguns dizem que a tradição vem do formato da lentilha, que lembra o de uma moeda, por ser redonda e achatada. Já outros acreditam que a tradição se espalhou porque, no livro de Gênesis, Esaú, o primeiro filho de Isaac, abriu mão da primogenitura para o irmão Jacó em troca de um prato de ensopado de ervilhas e se tornou chefe rico e poderoso.
Beber champagne
Já se perguntou por que o espumante, conhecido popularmente como champagne no Brasil, é a bebida mais característica do ano novo? O hábito começou na França, no século XIX. Por ser uma bebida mais cara que o vinho, era símbolo de luxo e status em celebrações importantes.
O nome réveillon é outra herança francesa e vem do verbo réveiller, que significa “acordar” ou “reanimar”. Era uma palavra usada originalmente para se referir a refeições leves feitas à noite para que as pessoas não dormissem. Depois, o termo réveillon passou a ser utilizado para fazer referência às festas realizadas pela nobreza francesa, que duravam a noite toda. A moda se espalhou e tempos depois outros países adotaram o nome, que foi trazido ao Brasil pelos portugueses. Atualmente, o termo é usado em vários países para significar a noite de virada do ano.