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Três campos ideológicos disputam a Prefeitura de Dourados: ‘No partidor’

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Erminio Guedes (*) –

Diversos pré-candidatos no partidor, da direita, centro e da esquerda, em Dourados. A maioria como balões de ensaios, que murcham no vento. Dificilmente haverá mais de três candidatos a prefeito nesta eleição, mas poderá haver quatro, a depender dos arranjos.

Mas cuidado, porque “a política é como nuvem no céu. Você olha ela está de um jeito. Olha de novo e ela já mudou”. A frase de Magalhães Pinto é precisa e cirúrgica e se aplica no atual cenário político douradense. Faltando menos de 4 meses para a eleição, em 6 de outubro, o quadro está embaçado. O certo é que o eleitor vai votar no projeto que melhor se aproxima dele, nas soluções aos seus problemas.

No horizonte, os primeiros indicadores eleitorais. O Ranking Brasil Inteligência publicou pesquisa de opinião, realizada de 25 a 29 de maio e apontou tendências, em Dourados. O Prefeito foi mal avaliado na pesquisa. O governador, depois dos investimentos do Estado em Dourados, está colhendo os louros. Lula está com avaliação positiva, melhor que na sua eleição. Estes elementos são estruturantes da disputa em outubro próximo.

A máxima apontada na pesquisa é do eleitor pedindo de mudanças, depois de cansar da repetitiva “mesmice conservadora”. Na verdade, Dourados se tornou um município insustentável e o eleitor não aguenta mais à inapetência administrativa, no segundo município do Estado. A economia cresce, mas fracassa no socioambiental, na cultura e na política. Diariamente destrói o meio ambiente, a cultura e aumenta o fosso que separa ricos e pobres. Sim. Dourados não cumpre as leis ambientais e tem perto de 33% da população na pobreza e em torno de 50% nalgum grau de insegurança alimentar, segundo o IBGE.

Analogia à tragédia do Sul, na questão ambiental, aqui tratada de forma irrelevante. Lá, como aqui, tudo valia na economia e nada prestava no socioambiental. O prefeito, queria derrubar o muro de contenção do Guaíba para fazer avenida bonita, mas se atolou na política anti-ambiental e perderá a reeleição. O Govenador, que mutilou o Código Ambiental do Estado, está nas responsabilidades, com a população gaúcha. Com certeza Porto Alegre, depois da Campanha da Legalidade e do Orçamento Participativo, terá o povo na rua pela qualidade ambiental.

Aqui, na capa do Ranking Brasil Inteligência, os problemas de saúde da população, no pior escore da avaliação. Por certo, falta aos gestores entender que qualidade da saúde pública depende da saúde ambiental. Todo o dia o meio ambiente piora e se aproxima da natureza não mais suportar e se tornar hostil à vida. Consequência, da falta de prioridade à política de prevenção em saúde da família, a demanda cresce e a fila continua na saúde. Poucas equipes e rede desaparelhada, inclusive em matérias básicos e a população sente os efeitos na família. Precisa gastar melhor e não desperdiçar em re-serviços, o dinheiro que tem.

Os problemas vão além. Na cidade, o centro asfaltado e bairros esburacados, com falta de moradia, emprego e renda, insegurança pública e sanitária, questão indígena, carestia familiar e falta de vagas nas escolas, entre outras. No rural, irregularidades ambientais e envenenamento geral. O eleitor, sobretudo pobre, que mora em áreas de risco, percebe a insalubridade ambiental como nascente dos problemas em saúde e na alimentação. Falta bom planejamento urbano e proteção aos córregos da Cidade, despidos das áreas de proteção permanente (APP) e reservado ao lixo tóxico. Assim, o Prefeito em dificuldades à reeleição e poderá ser um bom cabo eleitoral aos adversários.

No bunker do centro conservador o risco de rachar. A maioria ao lado do candidato do Governador (Marçal ou Barbosinha), outros do lado de Alan Guedes e alguns com o PT. O centro parecer ter chances remotas de apoiar o Prefeito, mas são possíveis numa aliança tipo “centrinho”. O mais provável é que, de olho no futuro, o apoio venha em massa ao candidato do Governador. Até porque o Prefeito tenta o PL, o que representaria agregar alguns votos, não tantos, talvez 15%, mas perder o centro, por falta de espaço.

O PL bolsonarista caindo e com tendência de piorar, porque oportunistas de olho nalguma vantagem, podem pular fora com a mesma facilidade que entraram e deixar os radicais pendurados no pincel. Não repetirá os votos do Cap. Contar, de 2022, porque o eleitor não vê mais o extremismo como solução. O golpismo e o caráter autoritário, preconceituoso, discriminatório e machista, racista, misógino e necrófilo à natureza, é uma vacina à aventurar em mentiras.

Corre por fora, Tiago Botelho do PT. Terá chances, se aproveitar a força do Governo Lula, do Zeca, Vander e do ex-prefeito Tetila. Para ter sucesso, precisará dialogar e ser propositivo com eleitores independentes e progressistas, com destaque à maioria do voto feminino.  Se fizer correta leitura e usar inteligência programática por um novo tempo em Dourados, combinando com o eleitor soluções convincentes e possíveis aos problemas de gestão na Prefeitura, pode chegar forte na reta de chegada e ganhar a eleição.

A eleição será favorável a quem, concretamente, apresentar um projeto inovador, democrático e participativo, capaz de “arrumar” Dourados. Em outras palavras, as últimas experiências não deram certo e eleitor quer mudar. O “nhem-nhem” desses tempos não estancou a crise, social, cultural, ambiental e econômica, no Município. O eleitor sente saudades do humanismo ecológico, reformista e socialmente justo do Ex-Prefeito Tetila, que marcou 8 anos na história, no rumo do desenvolvimento sustentável.

Contudo, se a eleição fosse hoje, o candidato do Governador levaria ampla vantagem, no empurrão que ele e seu staf político-administrativo, pode dar nas urnas. Só não pode errar como fez em 2020. Considerar que o PSDB sempre teve dificuldade em Dourados, a exemplo das últimas eleições.

Na Câmara Municipal, a pesquisa indica a reeleição da maioria dos vereadores. Torço pela representatividade dos que serão eleitos em 2024 e pelo protagonismo independente. Sim. A atual gestão da Câmara Municipal, representa 25% dos eleitores e, com raras exceções, errou muito na missão legislativa e fiscalizatória. Aliás, como em outras escalas legislativas, Dourados pode debitar alguns problemas que tem, na conta do legislativo municipal.

Enfim, os problemas no tabuleiro da política, no jogo das acomodações. Ninguém quer figurar, afinal os partidos são instituições do estado democrático de direito e têm como missão governar. Logo, disputar eleições é da democracia e do direito ao eleitor se organizar e escolher livremente o candidato que melhor o representa.

Por certo, o aprendizado do século – debate democrático e participativo, no que fazer, com quem, para quem e quando fazer, delegando o controle aos eleitores. Saber que transparência e responsabilidade são fundamentos a novos templos e que Face News, rapidamente deixam o mentiroso em apuros.  Depois, não adianta “choromingar”.

Indicadores apontam que, já-já a sociedade organizada estará na justiça cobrando sujeitos eleitos, por compromissos não cumpridos.

Pensem nisso! 

(*) Consultor.

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