Juca Vinhedo –
FRASE 1:
“Essa novela já se arrasta por cinco anos. O transtorno e o custo que a população está tendo para se deslocar para Ponta Porã ou Campo Grande é imenso. Além da perda de tempo com deslocamentos e espera. Isso sem contar os prejuízos para Dourados, no que consiste em investimentos, divisas e expansão. Se não bastasse, por falta de condições técnicas, vários pousos e decolagens de voos a partir de Ponta Porã têm sido cancelados ou deslocados para Campo Grande ou até para o Paraná”.
(Professor Hassan Hajj, no grupo de WhatsApp “Canal de Notícias ON”, sobre o aeroporto de Dourados).
FRASE 2:
“A perspectiva é que no final deste mês, vamos terminar o que couber à prefeitura”. A partir de então, caberá a mim fazer um pleito junto à Anac, junto a nossos deputados federais, nossos senadores e seguir nessa interlocução, primeiro para que a Anac libere os voos comerciais e aí vamos precisar contar também com o Governo do Estado, já que uma exigência ali é a Central de Incêndio, a qual teremos com a construção do novo terminal,. Mas não vamos poder esperar a conclusão desta obra, vamos precisar de apoio com o Corpo de Bombeiros e outros meios para ter esse atendimento. Então essa é uma obsessão para mim, e só vou sossegar quando acontecer”.
(Prefeito Marçal Filho, em entrevista coletiva, sobre o aeroporto de Dourados).
20 anos da UFGD
A Universidade Federal da Grande Dourados (UFGD) foi criada pelo presidente Lula em 29 de julho de 2005, através da Lei 11.153, portanto há quase 20 anos, durante o “alinhamento” petista envolvendo ainda Zeca do PT e Laerte Tetila, governador de MS e prefeito de Dourados à época, com importante participação do então deputado federal João Grandão. É justo relembrar que a UFGD foi antevista pelo professor Wilson Biasotto, 20 anos antes, através de um artigo publicado no jornal O Progresso.
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Nos bastidores, uma grande celebração está sendo articulada por Zeca e o deputado federal Vander Loubet, com a provável vinda do ministro da Educação Camilo Santana, e, talvez, até de Lula.
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Durante a celebração, um livro será lançado: do deputado federal Geraldo Resende, escrito pelo brilhante jornalista corumbaense, mas radicado há muito tempo em Campo Grande, Edson Moraes. Também deputado na época, Geraldo é autor de um requerimento solicitando a UFGD, e a obra, com certeza, registrará a versão dele (controversa) na criação da entidade.
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Enquanto isso, a reitoria da UFGD não foi capaz de produzir um dos capítulos do livro sobre empresas e entidades de Dourados que será lançado em 29 de maio pela Associação Comercial e Empresarial de Dourados (ACED) e Tera Comunicação, quando a ACED completará 80 anos de fundação. A participação da universidade foi confirmada no final do ano passado, mas não a tempo de escrever 8 mil caracteres sobre sua história. É por essa e por outras, que Geraldo Resende se sobressai no meio político enaltecendo seus feitos. É competente e cumpre acordos comerciais.
Circo de horrores
A Câmara dos Deputados apresentou, essa semana, episódios inimagináveis numa sociedade civilizada. Alguém precisa colocar em seus devidos lugares, deputados que acreditam que, sob o manto da imunidade parlamentar, podem mentir, caluniar, difamar e injuriar, utilizando a tribuna da Câmara. Trogloditas políticos levados por uma visão distorcida da liberdade de expressão, acreditam que podem fazer parte de um dos poderes da República para atender contra outro poder.
Cinismo versus patriotismo
Andar embrulhado numa bandeira não confere a ninguém o carimbo de patriota. No entanto, o deputado Gilvan da Federal (PL-ES) parece acreditar que seja mais “patriota” do que os demais brasileiros, ao utilizar seu cargo (pago pelos contribuintes) para, enrolado na bandeira brasileira, dizer, em palavras, que deseja a morte do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, desprezando o fato de que Lula foi eleito, legitimamente, pela maioria dos brasileiros.
Alô, Conselho de Ética
Desejar, usando a estrutura do legislativo, a morte de quem quer que seja não é o papel para qual foi eleito um deputado federal. Isso fere a ética, o bom senso, enfim, qualquer resquício de civilidade. Não é possível que a fala de Gilvan da Federal não receba o processo de cassação, que é a única punição que a democracia pode cobrar desse tipo de comportamento.
Douradense em destaque
O deputado estadual Renato Câmara (MDB) continua liderando, em âmbito estadual, importantes discussões sobre o setor rural, agronegócio e economia. A Frente Parlamentar do Leite, presidida pelo parlamentar douradense realizou, na tarde de quarta-feira (9), reunião na 85.ª Expogrande, congregando produtores, especialistas e representantes das instituições parceiras da cadeia produtiva do leite.
Rodovia da discórdia
Enquanto alguns políticos defendem que a CCR MSVia possa assumir a concessão da Rodovia BR-163, caso vença certame a ser realizado pela ANTT (Agência Nacional de Transportes Terrestres) no dia 20 de maio, outros argumentam que a empresa já comprovou não ter condições de continuar como concessionária. É o caso do deputado estadual Júnior Mocchi (MDB), que, da tribuna da Assembleia Legislativa denunciou o que considera como irregularidades na concessão e pediu a suspensão do leilão. Enquanto isso, o usuário paga um pedágio nada barato e não recebe as obras de melhorias necessárias, como duplicações, implantação de terceira faixa, rotatórias, vias marginais, acessos, etc. Detalhe: o leilão foi autorizado pelo TCU (Tribunal de Contas da União).
Água mole em pedra dura
A deputada estadual Lia Nogueira (PSDB) disse, na tribuna da Assembleia Legislativa, essa semana, que desde o primeiro ano de seu mandato vem solicitando a implantação da “Delegacia 24 Horas”, para atendimento às mulheres de Dourados. “A violência contra a mulher não tem hora para acontecer, mas as estatísticas comprovam que esses casos comprovam principalmente à noite e durante a madrugada”.
Trabalho à vista
A fala da deputada Lia Nogueira na tribuna da Assembleia se deu em apoio à iniciativa da Secretaria Estadual de Segurança Pública, que instituiu um Grupo de Trabalho com o objetivo de dar mais eficiência e celeridade à apuração dos crimes praticados em contexto de violência doméstica e familiar contra a mulher na cidade de Dourados.
Enfrentamento necessário
A iniciativa da Secretaria Estadual de Segurança Pública atende à necessidade de enfrentar o elevado volume de inquéritos e boletins de ocorrência que aguardam análise na Delegacia de Atendimento à Mulher (DAM) de Dourados. De acordo com o Departamento de Polícia do Interior, a sobrecarga é reflexo do aumento na demanda por atendimentos na região, agravada por limitações estruturais locais e de pessoal.
Agora vai
O grupo de trabalho instituído pela Secretaria de Segurança Pública para atuar em Dourados será responsável por revisar boletins de ocorrência que ainda não resultaram na instauração de procedimentos, avaliar inquéritos em curso e identificar casos que precisam de reavaliação, complementação de diligências ou arquivamento por decadência ou prescrição. O prazo inicial para conclusão dos trabalhos é de 60 dias, podendo ser prorrogado.
Educação x urbanização
O prefeito Marçal Filho (PSDB) anunciou essa semana que Dourados deverá receber a construção do edifício mais alto de Mato Grosso do Sul, com 44 andares e 140 metros de altura. O investimento estimado será de R$ 150 milhões e o prédio será erguido em um terreno desmembrado da Escola Imaculada Conceição, localizado entre as ruas Ponta Porã, Olinda Pires e Albino Torraca. Segundo consta, a área onde a escola está situada foi doada pelo Município na década de 1950 para investimentos em educação primária.
Vereadores no protagonismo
A Câmara Municipal de Dourados sedia, nesta sexta-feira (11) a partir das 9h ação de orientação voltada à agricultura familiar. O evento, promovido pelo Ministério do Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar (MDA), irá apresentar o Programa Desenrola Rural, criado para facilitar a regularização de dívidas e o acesso ao crédito para produtores em situação de inadimplência. A ação conta com o apoio do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (INCRA), Banco do Brasil e dos vereadores Franklin Schmalz e Elias Ishy.
Outra novela
Dourados parece ter predileção por longos enredos quando o assunto são obras públicas. Assim foi, anos atrás, com a reforma da Praça Antonio João; assim foi e está sendo com o aeroporto; e agora um novo episódio é acrescentado ao conjunto das novelas: as obras de uma nova sede da Câmara de Vereadores. Desta vez, o ex-vereador Idenor Machado lembra que conduziu, quando presidente, articulações para a construção na área abandonada da antiga praça Baltazar Marques da Silva, esquina das ruas Joaquim Teixeira Alves com Coronel Ponciano. Na ocasião, a ideia era que o Município assumisse a construção. “Não deu certo na época, mas, quem sabe, ainda sai”, diz Idenor Machado.
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BASTIDORES DO PODER
Vitória sem alegria
Nos bastidores da política douradense, há uma história que insiste em atravessar décadas: a eleição de 1988 entre Braz Melo e José Elias Moreira, decidida por apenas 41 votos. O pivô da polêmica? A urna 185, do Parque das Nações.
Zé Elias, então deputado federal Constituinte, aceitou a contragosto ser candidato, fazendo campanha relâmpago. Braz, um novato, correu por fora – e cresceu. Na apuração, tudo ia apontando vitória de Zé, até que a tal urna surgiu, segundo seus aliados, sem lacre e com 99 votos a mais do que o número de eleitores. O juiz ignorou os protestos, prendeu um delegado que se insurgiu, e ao final, a contagem virou: Braz venceu.
Zé recorreu, levou o caso ao TRE e tentou até ajuda do então presidente José Sarney, mas ouviu que “não podia mexer com Dourados”. Para ele, “perdeu no tapetão”. Já Braz garante que foi “chiadeira de quem não queria perder no reduto adversário”.
No fim, Braz levou, mas confessa: “Ganhei, mas não tive alegria”. Dourados ganhava um novo prefeito e uma polêmica que até hoje divide opiniões — e aquece rodas de conversa nos bastidores da cidade.