Juliel Batista –
Na manhã desta segunda-feira (07), o ex-governador e atual deputado estadual Zeca do PT pontuou a sua opinião sobre a saída do partido da base governista na gestão de Eduardo Riedel (PSDB). Para ele, apesar das críticas sobre a postura do governador quanto a “anistia para os golpistas”, é importante às pautas da agricultura familiar, quilombolas e indígenas, que o PT permaneça no governo.
A decisão sobre ser base do governo tucano ganhou maior visibilidade após Riedel defender a anistia para os condenados do dia 08 de janeiro de 2023.
Em postagem nas redes sociais, o governador disse: “Considero necessário aprovar uma anistia, que em muitos casos também tem caráter humanitário. Do meu ponto de vista, não dá para julgar e penalizar com a mesma régua o que é completamente diferente!”, ressaltou.
O aceno do governador Riedel, desagradou a bancada do Partido dos Trabalhadores na Assembleia Legislativa. Pedro Kemp e Gleice Jane já se manifestaram à favor da saída do partido da base.
Gleice Jane, por meio de uma nota salientou que: “Quando um governo desvaloriza as regras da democracia e o trabalho das Instituições, o seu povo está em risco.” Ela acrescentou, que é fundamental a saída do PT: “Rafirmo minha posição de que o PT não pode mais compor este governo”.
Já o deputado, Pedro Kemp, declarou que: “O PT em MS precisa apresentar um projeto alternativo de governo afinado com nosso projeto nacional. Sem anistia para golpistas! Golpe nunca mais! Democracia sempre”.
O experimentado Zeca do PT, durante o encontro da tendência majoritária do partido, CNB (Construindo um Novo Brasil), fez duras críticas a posição de Eduardo Riedel, que defende a anistia aos baderneiros e criminosos que atentaram contra a democracia e depredaram as sedes dos três poderes em Brasília, em 8 de janeiro de 2023.
Zeca destacou que “respeitando a liberdade de expressão de todos indistintamente, permito-me discordar publicamente da posição manifesta pelo Governador”, mas que Riedel “e seus aliados conservadores como Tereza Cristina, Bolsonaro, e outros tantos que sequer merecem ser citados continuem articulando projetos para disputar com Lula e o PT é prerrogativa deles, mas ser porta voz do atraso é da infâmia aí já é demais e me envergonha”.
No entanto, o parlamentar salienta para a permanência do partido no governo, devido ao trabalho que vem sendo feito na defesa da agricultura familiar, dos indígenas, quilombolas e reforma agrária.
“Nós não estamos lá a serviço do governo do Riedel. Estamos lá a serviço da agricultura familiar, dos indígenas, que precisam de dignidade e respeito, quilombolas, que precisam de dignidade e respeito, e do progresso e desenvolvimento da agricultura familiar e reforma agrária. Por isso, estamos lá e temos que ficar”, disse Zeca.
Zeca ainda comentou sobre a importância que teve o Partido dos Trabalhadores na eleição de Eduardo Riedel. Na ocasião, a disputa de 2022, estava extremamente acirrada, inclusive para pesquisas apontando para a vitória do Capitão Contar ao governo. O deputado elenca que o PT foi crucial para a vitória do Riedel, e que o mesmo convidou a compor a gestão tucana.
“Não estamos lá a pedido. Ele nos ofereceu, reconhecendo o papel que o PT teve na eleição dele. Se não fosse o apoio do PT, explicitamente meu e do deputado Vander, ele não ganhava do pior, que era o candidato do Bolsonaro, o tal do Contar. Portanto, é um reconhecimento e não temos que abrir mão disso. Ele, se quiser, que nos tire”, disse o deputado estadual.
Veja a transcrição, na íntegra, dos áudios enviados a Folha sobre a crise:
Não, não defendo (sobre a saída do PT do Governo). Eu faço críticas políticas ao governo do Rido e, pessoalmente, à pessoa dele em assumir posições da extrema-direita, defender a anistia, abandoneiros. Há crimes cometidos, não é criancinha, não é velhinha, não é inocente, coisa nenhuma. Foram para lá para depredar, para acabar, para dar um prejuízo de 30 milhões para os cofres da União. Portanto, não é brincadeira. Tem que ser condenado, tá certinho, sem anistia.
Portanto, a minha crítica é dirigida ao governador quando ele assume essas posições. Começa a entender por que ninguém fez nada aqui pra tirar aqueles baderneiros da frente do quartel. Porque tá todo mundo conivente.
Isso é uma coisa. A outra coisa é defender a saída do governo. Nós não estamos lá a pedido. Ele que nos ofereceu, reconhecendo o papel que o PT teve na eleição dele. Se não for apoio do PT explicitamente meu e do deputado Wander, ele não ganhava do pior que era o candidato do Bolsonaro, o tal do Contar. Portanto, é um reconhecimento e não temos por que abrir mão disso.
Ele, se quiser, que nos tire.
Nós não estamos lá a serviço do governo do Riedel. Nós estamos lá a serviço da agricultura familiar, a serviço dos indígenas que precisam de dignidade e respeito, a serviço dos quilombolas que precisam de dignidade e respeito e a serviço do progresso, do desenvolvimento da agricultura familiar e da reforma agrária.
Por isso que nós estamos lá e temos que ficar.